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Enfermeira morta no ES: DNA confirma que filho era do assassino

Enfermeira morta no ES: DNA confirma que filho era do assassino

De acordo com a Polícia Civil, a dúvida quanto à paternidade da criança era uma das possíveis motivações do crime cometido contra Íris Rocha

Publicado em 18 de março de 2024 às 18:32

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Cleilton Santana dos Santos suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha
Cleilton Santana dos Santos suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha. (Reprodução redes sociais)
Sara Oliveira
Repórter / [email protected]

A Polícia Civil concluiu as investigações sobre o caso da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, encontrada morta em uma estrada de chão no interior de Alfredo Chaves. De acordo com a corporação, um dos pontos investigados como motivação do crime era o fato de Cleilton Santana dos Santos, ex-namorado da vítima, ter dúvidas sobre a paternidade do filho que a vítima esperava, mas resultados do exame de DNA comprovaram que ele era o pai da criança.

O corpo da vítima foi encontrado no dia 11 de janeiro, na localidade de Carolina, no município de Alfredo Chaves, com quatro perfurações a tiro e coberto com cal. O ex-companheiro, Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos, foi detido no dia 18 de janeiro, em Viana.

Segundo as investigações da Delegacia de Alfredo Chaves, no dia 10 de janeiro, o suspeito foi visto buscando a enfermeira no local de trabalho dela, e, a partir desse momento, amigos e familiares perderam o contato com a vítima. No dia 11 de janeiro, moradores relataram indícios de sangue na estrada próxima à região de Carolina, levando a equipe policial ao local onde o corpo de Íris Rocha foi encontrado, a uma distância de, aproximadamente, um metro da estrada.

A perícia revelou que a vítima estava grávida, não tendo sido possível salvar o bebê. Íris Rocha foi alvejada por quatro tiros, sendo um no braço esquerdo, dois na axila (tórax) e um na têmpora acima do olho direito.

Enfermeira morta no ES: DNA confirma que filho era do assassino

Localização da família

Apesar de ter sido encontrada no dia 11 de janeiro, uma quinta-feira, familiares só souberam do caso quatro dias depois, no dia 15, uma segunda-feira, quando foram reconhecer o corpo no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, também no Sul capixaba. Na época do crime, o boletim de ocorrência da Polícia Militar relatava que a identificação foi difícil, já que ela estava coberta de cal – um material utilizado na construção civil. No local, foram encontradas cinco cápsulas de pistola calibre 40.

A titular da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves, delegada Maria da Glória Pessotti, explicou que, quando o corpo foi encontrado, apenas um cartão de banco estava presente, porém com o nome incompleto. Uma parte da equipe se deslocou a Vitória para verificar possíveis parentes da enfermeira e, somente após a identificação da vítima, foi possível dar início à identificação das possíveis causas do homicídio.

Ainda de acordo com a delegada, a arma do suspeito era registrada no Exército como CAC e foi apreendida na residência dele. “Por meio do exame de microcomparação balística, foi confirmado que a arma foi utilizada no crime. Exames adicionais demonstraram que os estojos encontrados no local do crime foram percutidos pela mesma arma apreendida na casa do autor, que utilizou a própria arma de fogo registrada para cometer o crime”, disse a delegada Maria da Glória Pessotti.

Perícia do carro está pendente

Nesta segunda-feira (18), a Polícia Civil informou que a perícia do veículo ainda está pendente e o celular da vítima permanece não localizado. “Destaca-se que não foram encontrados indícios na residência de Íris que comprovasse a ocorrência do crime no local, reforçando a evidência de que fato ocorreu em Alfredo Chaves”, disse Maria da Glória Pessotti.

“O desfecho desse caso serve como um lembrete da importância da conscientização sobre a gravidade do feminicídio e da necessidade de combater ativamente a violência contra as mulheres”, destacou a delegada.

Histórico de agressões

No dia 5 de outubro de 2023, Íris registrou um boletim de ocorrência relatando que havia sofrido agressão do então namorado, Cleilton, preso no dia 18 de janeiro. À época, eles estavam juntos havia cinco meses, e a enfermeira estava grávida de 15 semanas. Ela relatou que os dois estavam conversando quando o homem deu um golpe de "mata-leão". A vítima chegou a desmaiar.

Quando recuperou os sentidos, ela estava com o nariz sangrando e tossindo. O próprio agressor teria dado banho na enfermeira, que depois foi trabalhar. Ao contar o que aconteceu para uma colega, Íris foi incentivada a registrar o boletim de ocorrência. Na ocasião, ela solicitou medida protetiva.

De acordo com a PCES, o suspeito de 27 anos responderá na Justiça por crimes de homicídio qualificado cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicidio), ocultação de cadáver e aborto, uma vez que ele interrompeu a formação do neném, sem o consentimento da mãe. O inquérito foi concluído e apresentado com um pedido de prisão preventiva do suspeito, sendo encaminhado para a análise e decisão do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

A reportagem de A Gazeta tenta contato com a defesa do investigado. O espaço segue aberto.

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