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"Eles não querem impunidade", diz defesa sobre pais do atirador em escolas

"Eles não querem impunidade", diz defesa sobre pais do atirador em escolas

Afirmação é da advogada Priscila Benichio Barreiros. Segundo ela, o intuito é de que haja punição dentro dos moldes que a lei determina

Publicado em 26 de novembro de 2022 às 20:29

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Luto: familiares e moradores de Coqueiral lamentam mortes em Aracruz
Luto: familiares e moradores de Coqueiral lamentam mortes em Aracruz. (Ari Mello)

A defesa do jovem de 16 anos, que confessou ter sido o autor dos disparos que mataram quatro pessoas em um ataque a duas escolas em Aracruz, disse que os pais dele não querem impunidade e têm noção da gravidade dos atos praticados pelo filho deles.

A afirmação é da advogada Priscila Benichio Barreiros. Ela conversou com o repórter Cristian Miranda, da TV Gazeta, em Aracruz, na tarde deste sábado (26). Segundo ela, o intuito é de que haja punição dentro dos moldes que a lei determina.

Após ser apreendido, ele confessou o crime. O adolescente usou arma da Polícia Militar, que pertencia ao pai, e outra particular. O nome dele não foi divulgado pela polícia por se tratar de um menor de idade, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).

Aspas de citação

O escritório foi acionado pela família, não com o intuito que haja impunidade desse fato, pelo o contrário, eles têm noção da gravidade dos atos e estão extramente consternados com a situação

Priscila Benichio Barreiros
Advogada
Aspas de citação

Ela foi questionada sobre o fato de o adolescente ter tido acesso às armas. Na roupa camuflada que vestia durante o ataque a professores e alunos, havia uma braçadeira com símbolo nazista — uma suástica, segundo informações passadas pela Polícia Civil. 

Alegando que o caso tramita em segredo de Justiça, Priscila não se pronunciou.  "Em relação ao acesso às armas, isso já foi esclarecido pelo menor de idade. Porém isso está sob tutela do segredo de Justiça e a gente não pode informar", respondeu.

Na condução do caso, a advogada revelou que fará uma visita ao adolescente, tomará conhecimento dos procedimentos e acompanhará as investigações. A partir disso, segundo ela, será possível definir os próximos passos que serão adotados pela defesa.

"Em relação ao porquê, a motivação, ele também esclareceu nos depoimentos e isso também está em segredo de Justiça. Em relação a ter terceiros envolvidos, não chegamos a nenhuma conclusão e as investigações continuam", afirmou.

Em relação aos familiares do atirador, a advogada ressaltou que eles contribuíram para a investigação.

"A família está totalmente consternada, preocupada, envergonhada, sabe dos atos praticados, não quer impunidade, de forma alguma. Só querem que a gente faça o acompanhamento e dê auxílio para que tudo seja feito conforme a lei determina", afirmou.

Ex-coordenadora da escola Primo Bitti, Magda Maria Barcelos da Costa é consolada por colega(Fernando Madeira)

Ataques em série

O ataque a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, tirou a vida de quatro pessoas e deixou mais de 10 feridos na manhã de sexta-feira (25). O atirador, que é um adolescente de 16 anos, conseguiu se deslocar por cerca de um quilômetro entre as duas escolas e fazer novas vítimas antes mesmo que a informação sobre o ataque à primeira unidade de ensino viesse à tona.

  • VÍTIMAS QUE MORRERAM

  • Flávia Amboss Merçon Leonardo, 38 anos
  • Cybelle Passos Bezerra, 45 anos, professora
  • Maria da Penha Banhos, 48 anos, professora
  • Selena Sagrillo Zuccolotto, 12 anos, estudante

A pistola utilizada pelo atirador contra as vítimas da Escola Primo Bitti é de propriedade do Estado e estava à disposição do pai dele, que é policial militar. Após cometer os crimes, o atirador saiu correndo pelo portão da escola particular, entrou no carro e fugiu em direção à orla de Coqueiral de Aracruz.

A partir das imagens do cerco inteligente instalado no município, foi possível verificar que o destino do assassino era uma casa na mesma região. Após cercar a área, a polícia aguardou, de acordo com a Polícia Civil, por um amparo jurídico para que pudesse entrar.

Em depoimento, o adolescente informou que planejava atacar escolas havia dois anos. O motivo, no entanto, não foi explicado. 

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