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Publicado em 23 de outubro de 2025 às 08:50
- Atualizado há 2 meses
Dois ataques a tiros em frente a distribuidoras de bebidas na Serra deixaram dois mortos e quatro feridos em um intervalo de três horas, na noite de quarta-feira (22). A primeira ocorrência foi no bairro Maringá: um homem foi assassinado dentro de seu local de trabalho. O segundo ataque ocorreu no Bairro das Laranjeiras e causou caos e correria. Em ambos os casos, os criminosos passaram disparando de dentro de um Hyundai Tucson prata.>
Sobre o ataque em Maringá, às 19h28, na Avenida Perimetral, consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar que Luiz Gustavo Pratti Corvello, de 34 anos, estava trabalhando na distribuidora quando dois criminosos encapuzados desceram do Tucson e dispararam. Ele não resistiu.>
Três horas depois, às 22h23, os suspeitos no Tucson passaram em frente a outra distribuidora, dessa vez na Rua São Paulo, no Bairro das Laranjeiras — a cerca de 15 km do primeiro local. O estabelecimento estava cheio, já que as pessoas estavam assistindo ao jogo da Libertadores entre Flamengo e Racing. >
Uma câmera de segurança flagrou o ataque: as imagens mostram mais de 15 clientes na calçada da distribuidora. O carro chega, o ocupante no banco de trás abre a porta e começa a atirar. O caos se instaura e todo mundo começa a correr. O resultado foi uma mulher morta e quatro pessoas feridas. Segundo o boletim de ocorrência, as vítimas são:>
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Todas as vítimas foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Castelândia e, dependendo da gravidade dos ferimentos, seriam transferidas para o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. >
A repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, conversou com dois representantes da Polícia Militar para tentar entender qual seria a motivação dos ataques. O aspirante a oficial Gegenheimer revelou que o caso de Bairro das Laranjeiras ocorreu por guerra entre facções rivais do tráfico de drogas. >
"Aquele local é conhecido pelo intenso tráfico, ali costumeiramente ficam várias pessoas envolvidas com o tráfico. Esses criminosos de facções rivais chegaram, efetuaram disparos e atingiram várias pessoas. Até o momento, a gente não tem informações de que as pessoas atingidas na quarta-feira tinham algum envolvimento (com o crime)", disse, em entrevista à TV Gazeta.>
Já o caso de Maringá teve características diferentes. Os criminosos desceram do carro e dispararam contra Luiz Gustavo, e não a esmo, como em Bairro das Laranjeiras. O motivo ainda é um mistério, já que a vítima não tinha envolvimento com o tráfico de drogas e nem passagens criminais. "Ali as imagens demonstram uma situação parecendo ser uma execução, onde eles desembarcam, vão até a distribuidora, entram no estabelecimento, disparam e depois saem", comentou o major Baltazar, também em entrevista à TV Gazeta.>
Carro usado por criminosos durante ataques na Serra
Depois dos ataques, o carro usado pelos criminosos foi flagrado pelo cerco eletrônico indo em direção a Cariacica. "Nossas equipes localizaram o veículo no bairro Santana, fizeram a abordagem e prisão do condutor que estava sozinho. De madrugada, chegou uma informação e conseguimos também prender em Vila Nova de Colares um menor que assumiu ter envolvimento nos ataques", afirmou o major Baltazar. >
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, quando o carro foi localizado, com placa clonada, o homem que conduzia o veículo negou envolvimento nos ataques. Apesar disso, uma das vítimas de Bairro das Laranjeiras o reconheceu como sendo um dos criminosos. Ele foi levado para a delegacia. >
Questionada sobre a prisão desse homem, identificado como Eduardo Altino Rodrigues Oliveira Silva, de 20 anos, a Polícia Civil informou que ele foi autuado em flagrante por adulteração veicular. "Em relação à possível participação dele nos homicídios, a autoridade policial não identificou elementos suficientes para realizar a prisão em flagrante naquele momento, sendo necessárias diligências complementares", completou. >
Já sobre o adolescente de 15 anos citado pelo policial militar, apreendido em Vila Nova de Colares, a Polícia Civil informou que "foi lavrado auto de apreensão em flagrante por ato infracional análogo ao crime de homicídio, ocorrido no bairro das Laranjeiras. Ele foi encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciases)". As investigações e diligências conduzidas pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra seguem em andamento. >
Mislene, morta no ataque em Bairro das Laranjeiras, era autônoma e mãe de sete filhos. Familiares contaram à TV Gazeta que ela tinha ido até a distribuidora para comprar uma bebida. "Os caras agiram covardemente. Onde ela estava era exatamente no balcão. Todo mundo estava pegando cerveja, em pé. Isso não é a primeira, nem segunda vez. A gente é refém de bandidos, infelizmente é isso", declarou a irmã, que preferiu não se identificar. >
Um amigo de Mislene que estava no local também foi um dos quatro baleados. "Na terça-feira a Mislene estava feliz, conversando, pediu para a gente fazer tira-gosto. Não entendi nada, foi uma coisa de uma hora para outra, a ficha ainda não caiu", revelou a mãe da autônoma, que por segurança não será identificada. >
Já Luiz Gustavo trabalhava na distribuidora de Maringá havia cinco anos. Parentes garantiram para a TV Gazeta que ele não tinha nenhum envolvimento com o crime. A Polícia Militar também afirmou que o rapaz não tinha passagens criminais. >
Questionada sobre o caso, Prefeitura da Serra informou que a Guarda Municipal não atuou nas ocorrências, mas que agentes da corporação estão auxiliando as forças de segurança estaduais com reforço no patrulhamento.>
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