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Publicado em 9 de setembro de 2025 às 12:18
O assassinato de Júlio César Carlos da Rocha, de 28 anos, ocorrido no início do ano em São José, Vitória, foi desvendado pela Polícia Civil. Segundo as investigações, a vítima e o atirador pertenciam a grupos diferentes que praticavam agiotagem na região da Grande São Pedro e tiveram um desentendimento. Por causa disso, Douglas Jesus de Oliveira, de 36 anos, foi até a residência de Júlio no dia 18 de janeiro e abriu fogo. Na ocasião, uma amiga dele estava com o filho de seis anos no local e também foi baleada quando entrou na frente dos disparos para proteger a criança. >
Os detalhes do caso foram divulgados nesta terça-feira (9). Segundo o delegado George Zan, adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, Júlio e Douglas eram rivais, de grupos diferentes de agiotagem: "A vítima trabalhava para um desses grupos e o autor tem relação com o grupo rival. Eles tiveram um desentendimento na questão da dominância da prática de agiotagem na região". >
Na noite de 18 de janeiro, Douglas foi de moto, com um comparsa, e parou a duas ruas de distância do endereço da vítima. O suspeito desceu e foi a pé, como mostra o vídeo de uma câmera de segurança, em direção à casa de Júlio (confira abaixo).>
"Júlio César estava com a companheira em frente à residência dele, mais um casal de amigos e uma criança de seis anos. Estavam confraternizando. O atirador vem andando pela rua e, quando vai se aproximar da residência, começa a atirar no meio da rua, uma rua movimentada", detalhou o delegado.>
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Vendo que poderia ser baleado, Júlio correu para dentro da casa, assim como a criança de seis anos. O suspeito foi atrás. Para defender a filha, a mãe entrou na frente dos tiros e acabou baleada. O alvo do crime foi atingido e não resistiu. Depois disso, o suspeito fugiu, correndo, e encontrou o comparsa, que estava o aguardando na moto. >
Três dias após o crime, um homem foi preso no bairro Redenção, na mesma região, com uma pistola de calibre 9 mm, o mesmo calibre da arma utilizada na execução de Júlio César. Uma característica desse preso também chamou a atenção: ele tinha uma deficiência na perna, a mesma da pessoa que aparecia no vídeo da câmera de segurança que flagrou o atirador. >
A polícia solicitou um exame para comparar a arma apreendida no bairro Redenção com as cápsulas do dia do crime, e o resultado foi positivo. "Posteriormente a gente representou pela prisão desse elemento, que foi preso no dia 8 de julho", detalhou o delegado George. >
Segundo as investigações, Douglas atuava com um grupo de agiotagem e também trabalhava como barbeiro — tinha, inclusive, três estabelecimentos. Na casa dele, no dia da prisão, a polícia encontrou até uma máquina de contar dinheiro. >
"No interrogatório ele negou e se resumiu a dizer que era trabalhador. Agora, a gente quer identificar o condutor da motocicleta e apurar exatamente se o crime teve um mandante", finalizou o delegado. >
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