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"Diaba" e mais quatro pessoas são presas por morte de casal na Serra

"Diaba" e mais quatro pessoas são presas por morte de casal na Serra

Asclepíades Viera Soares e Laís Paula de Souza foram mortos no dia 30 de janeiro deste ano após delatarem traficantes de Balneário Carapebus dois dias antes; criminosos armaram uma emboscada após descobrirem a delação

Publicado em 26 de maio de 2022 às 13:29

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Serra
Carlos Henrique, João Paulo, Taynara, Floriano dos Santos e Carlos André, respectivamente, foram presos pela morte do casal Ascleípades e Laís, na Serra, no começo deste ano. (Divulgação/Polícia Civil)

Após uma longa investigação, a Polícia Civil da Serra prendeu cinco dos seis envolvidos na morte de um casal ocorrida na madrugada do dia 30 de janeiro deste ano, no bairro Balneário Carapebus, na Serra. Na época, Asclepíades Vieira Soares Júnior, de 31 anos, e Laís Paula de Souza, de 25, foram executados com muitos tiros, chutes e pedradas na cabeça, quando voltavam de uma festa.

O duplo homicídio brutal, segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, foi realizado por criminosos da região porque as vítimas haviam deletado o endereço de outro casal ligado ao tráfico de drogas do bairro serrano. Na manhã desta quinta-feira (26), o titular deu detalhes das prisões, sendo que um dos envolvidos encontra-se foragido. Ele foi identificado como Marlon Henrique Gonçalves.

"Logo após o crime, iniciamos a investigação e chegamos à autoria dos seis indivíduos que participaram do crime. Representamos pelas prisões deles, e o primeiro a ser preso foi o Carlos André Costa Pimenta, também conhecido como 'Satangozo'. Ele foi preso no dia 30 de março, no município de Pedro Canário, em uma operação conjunta da DHPP-Serra e da polícia Militar", disse Sandi Mori.

No mês seguinte, em 14 de abril, foram presos, em Balneário Carapebus, Tainara, conhecida por "Diaba" e também o João Paulo Américo dos Santos. No dia 18, no mesmo bairro, Floriano dos Santos Silva Neto, conhecido por" Netão", que naquela época chefiava o tráfico de drogas na região da Rua da Acácia, também acabou detido.

"Na sequência, no dia 9 de maio, foi preso o Carlos Henrique de Souza. Os seis indivíduos foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, e também por associação criminosa. Eles também já são réus que corre na 3ª Vara criminal da Serra", pontuou o titular da DHPP.

Envolvidos no duplo homcídio

- Floriano dos Santos Silva Neto (Netão), 22 anos - preso (18/04/2022)
- Taynara Faria de Souza (Diaba), 24 anos - presa (14/04/2022)
- Carlos Henrique de Souza de Jesus, 23 anos (Péla) - preso (9/05/2022)
- Carlos André Costa Pimenta (Satangozo), 20 anos, preso (30/03/2022)
- João Paulo Américo dos Santos, 18 anos, preso (14/04/2022)
- Marlon Henrique Gonçalves de Oliveira, 32 anos - foragido

De acordo com as investigações, Asclepíades e Laís tinham mandados de prisão em aberto por roubo praticado em João Neiva, no Norte do Estado, e se mudaram no mês de agosto de 2021 para Balneário Carapebus, na Serra. Quando se instalaram naquele bairro, o homem passou a fabricar armas caseiras para traficantes, tendo produzido, inclusive, uma espingarda calibre 12 e uma submetralhadora calibre 380 para criminosos da região.

DELAÇÃO E MORTE APÓS PAGODE

Dois dias antes de serem executados, em 28 de janeiro, Asclepíades foi abordado pela Polícia Militar no bairro e, durante a abordagem, Laís entregou a localização da residência de um casal de traficantes de Balneário Carapebus aos policiais. Este casal delatado, apontou o delegado, era Carlos André e Tainara, que residiam juntos quando o fabricantes de armas e a companheira revelaram o endereço da casa aos policiais.

"Os traficantes descobriram essa situação, fizeram uma reunião, e nela o Floriano 'Netão' determinou que o Asclepíades fosse morto. Já a Laís foi morta como queima de arquivo", pois se sobrevivesse ela poderia delatar a autoria do crime", explicou.

Serra
Marlon Henrique Gonçalves de Oliveira encontra-se foragido. Ele também foi indiciado pelo duplo homicídio. (Divulgação/Polícia Civil)

Na madrugada do crime, as vítimas e alguns dos autores se encontravam em um pagode. Durante a festa, a Tainara o Carlos André ficaram o tempo todo se passando por amigos das vítimas os distraindo com abraços, dançando e oferecendo bebidas para que eles não desconfiassem de nada.

Por volta das 4h30, o casal foi embora do bar em duas bicicletas, porém seguidos de perto pelos executores que estavam na caçamba de um Fiat Strada. Na Rua Braúna, João, que estava armado com uma pistola calibre 9mm, desembarcou já com a arma em punho e começou a efetuar disparos na direção do Asclepíades, que tentou correr, mas foi alvejado com sete disparos.

Após atingir a primeira vítima, o atirador se virou para a Laís e efetuou dois disparos que a acertaram na perna. Baleada, a mulher caiu rente ao um muro próximo à calçada.

BRUTALIDADE

Complementando a narrativa do crime, o delegado salientou que, como as munições da arma do João acabaram e as vítimas ainda se encontravam vivas, Marlon, Carlos André e o João, começaram a desferir muitos chutes na cabeça e barriga do casal, que mesmo diante destes muitos golpes ainda apresentava sinais vitais.

Nesse momento, frisou o delegado, Carlos André pegou uma pedra e jogou quatro vezes na cabeça da Laís, o que a levou a óbito no local. Depois, com a mesma pedra, o criminoso a lançou na cabeça de Asclepíades outras duas vezes, também o levando à morte.

À esquerda, o lanterneiro Asclepiades; e à direita, a dona de casa Lais. No centro, fotos do corpo de ambos
O casal Asclepiades e Lais foi morto com requintes de crueldade em Balneário Carapebus, na Serra, no dia 30 de janeiro deste ano após delatar traficantes locais. (Reprodução | Diony Silva | Montagem A Gazeta)

Carlos André confessou o crime com riqueza de detalhes e também delatou a co-autoria dos demais envolvidos no crime. Os outros negaram, porém foram contraditórios nos depoimentos prestados à DHPP, inclusive se colocam no local do duplo homicídio, porém afirmaram que apenas observaram a execução.

Ainda de acordo com o chefe da Divisão de Homicídios, as prisões representam uma desarticulação da quadrilha que opera o tráfico de drogas na região e também promove ataques armados e tiroteios contra grupos rivais.

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