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Cinco suspeitos de envolvimento na morte de PM em Vila Velha são presos

Cinco suspeitos de envolvimento na morte de PM em Vila Velha são presos

Mário André Morandi foi assassinado no dia 7 de julho deste ano, em Itapuã

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 13:52

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Mario André do Carmo Morandi . (Facebook)

Depois de quase quatro meses, a Polícia Civil avançou nas investigações sobre o assassinato de Mário André Morandi, que era policial militar da reserva e assessor de gabinete do Capitão Assumção. Durante a chamada "Operação Emaranhado", cinco pessoas foram presas por envolvimento no crime. Um dos envolvidos, um menor de idade, já encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciase), confessou ter recebido o valor de R$ 15 mil para a prática do ato criminoso, confirmado como um crime de mando pelas autoridades policiais.  Os demais detidos já se encontram no Centro de Triagem de Viana e as investigações seguem em curso. A polícia ainda não informou quem seria o mandante do crime.

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira (30), no Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, o titular da DHPP de Vila Velha, Tarik Souki, contou como se deu a dinâmica do crime. "Os assassinos marcaram e contrataram serviços advocatícios da vítima, que foi atraída para a padaria sob o argumento de atender um cliente. Chegando lá, os assassinos pararam o veículo, observaram e identificaram a vítima. Então saíram do veículo, que ficou parado um pouco mais à frente. Os dois assassinos desembarcaram e foram em direção à padaria e o motorista deu a volta no quarteirão. Enquanto dava a volta, os assassinos entraram armados no estabelecimento, executaram a vítima e foram para o lado oposto ao que vieram. Desceram correndo pela rua e embarcaram em um Corolla. Então fugiram e minutos depois incendiaram o veículo na rodovia Leste-Oeste", narrou.

Placa do carro usado pelos criminosos e que foi queimado; a camisa era usada pelo menor envolvido
Placa do carro usado pelos criminosos e que foi queimado; a camisa foi usada pelo menor envolvido. (Murilo Cuzzuol)

Sobre os antecedentes criminais dos envolvidos, a autoridade policial destaca a extensão das fichas. "Um deles, o adolescente e um dos executores, de 17 anos, tem envolvimento com o tráfico do Beco do Alemão. Já os demais têm passagens por diversos crimes. Estes indivíduos foram pistoleiros contratados. O motorista, de 29 anos, tinha passagem por estupro, roubo e tráfico, o outro executor, de 32 anos, também conta com várias passagens por assalto e tráfico, o intermediador, de 40 anos, por tráfico, por assalto e homicídio e o outro comparsa do adolescente, não diretamente envolvido no homicídio do policial, também tem passagem por tráfico", disse.  

Cinco suspeitos de envolvimento na morte de PM em Vila Velha são presos

A Guarda Municipal de Vila Velha contribuiu dando apoio operacional às investigações. Segundo o comandante da Guarda , Yuri Silva, apenas um dos envolvidos tentou reagir à prisão. "A Guarda Municipal atuou dando apoio operacional, dando cumprimento aos mandados de prisão e busca e apreensão. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão domiciliar, um mandado de busca de um menor envolvido e as outras prisões foram em flagrante. Apenas o menor esboçou reação, tentando fugir, mas como o endereço estava cercado, as equipes impediram a fuga e ele foi apreendido dentro da residência", afirmou.

OPERAÇÃO REALIZADA

Na manhã desta terça-feira (27), uma operação chamada de Emaranhado, realizada em conjunto pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha e pela Guarda Municipal de Vila Velha (GMVV), foi iniciada com o objetivo de prender os envolvidos no homicídio de Mário André Morandi, policial militar da reserva e assessor parlamentar morto a tiros. Nesta data, o adolescente de 17 anos foi apreendido, bem como um suspeito de 24 anos, comparsa do menor e envolvido no narcotráfico. Com eles também foram encontradas drogas, balanças de precisão e material para embalagem dos entorpecentes. “As prisões aconteceram após recebermos diversas informações sobre a atividade criminosa praticada pelos detidos. Em razão disso, realizamos a operação que culminou na captura de dois comparsas”, explicou Souki.

De acordo com detalhes apontados pelo delegado, nesta quinta-feira (29) foi deflagrada a segunda fase da operação. "Nela prendemos o motorista do veículo utilizado no homicídio, o segundo executor e o intermediador do crime. O segundo executor, inclusive, foi preso no dia 18 de outubro pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), após uma perseguição na BR 101, em que este indivíduo sofreu um acidente. À ocasião, foi preso portando armas. Segundo as investigações, ele estava vindo de Minas Gerais, tinha acabado de praticar um homicídio contra um proprietário de um supermercado da região, e por isso nós demos cumprimento ao mandado de prisão dele com ele já preso. As investigações continuam para identificar outros atores do assassinato de Morandi. Pedimos a população que colabore com a polícia caso saibam de  mais detalhes", acrescentou.

RELEMBRE O CRIME

O homicídio do policial Mário André Morandi aconteceu no dia 7 de julho, em uma padaria do bairro Itapuã, em Vila Velha. Ele foi morto a tiros. Testemunhas relataram ter ouvido mais de cinco disparos e que os criminosos chegaram ao local em um veículo prata, que depois foi encontrado queimado na Rodovia Leste-Oeste.

Mário André do Carmo Morandi foi admitido no gabinete do deputado Capitão Assumção no dia 12 de fevereiro de 2019 e trabalhava em regime comissionado, segundo o site da Transparência da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Morandi também era conhecido do ex-deputado federal Carlos Manato, que também confirmou a identidade do policial e lamentou o ocorrido, à época.

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