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Chacina em ilha: perseguição e tiros durante a prisão de suspeito em Cariacica

Chacina em ilha: perseguição e tiros durante a prisão de suspeito em Cariacica

De acordo com a Polícia Militar, antes de ser detido, Felipe Domingos Lopes, o “Boizão”, e o irmão dele tentaram fugir e ele chegou a atirar contra os militares. O irmão do suspeito não foi localizado

Publicado em 26 de outubro de 2020 às 11:52

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Com Felipe Domingos Lopes, o
Com Felipe Domingos Lopes, o "Boizão" (em destaque), a polícia apreendeu uma pistola. (Montagem A Gazeta/Divulgação/PMES)

prisão do terceiro suspeito de envolvimento na chacina que vitimou quatro jovens na Ilha Doutor Américo de Oliveira, na Baía de Vitória, na de domingo (25) na região de Porto Novo, nas proximidades do Morro do Quiabo, em Cariacica, contou com perseguição e confronto com registro de tiros. Segundo informações da Polícia Militar, passadas durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (26), Felipe Domingos Lopes, o “Boizão”, tentou fugir e chegou a atirar contra policiais militares. A chacina aconteceu no final da tarde de 28 de setembro e, além das quatro mortes, outros dois jovens ficaram feridos. Em

Segundo o capitão Santana, da Força Tática do 7º batalhão da Polícia Militar, militares foram ao local onde havia informações de que o suspeito estava, no bairro Porto Novo, às 20 horas deste domingo, e se depararam com o homem e o irmão dele. Os dois tentaram fugir.

Perícia da Polícia Civil volta à Ilha do Américo, em Santo Antônio, em Vitória, local onde ocorreu a chacina que resultou na morte de quatro homens
Ilha Doutor Américo de Oliveira, em Vitória, onde ocorreu chacina em setembro. (Fernando Madeira)

O capitão explicou que a equipe da Força Tática iniciou uma perseguição a pé e que o irmão do homem detido fugiu. O suspeito efetuou os disparos que foram revidados pelos policiais, mas ninguém ficou ferido. Ao ser alcançado pelos agentes, ele se entregou. "Quando se viu encurralado em uma área de mata, ele se entregou à polícia. Com ele foi apreendida uma pistola calibre 9 mm de uso restrito", disse.

Durante a perseguição, o suspeito pulou de um terraço e machucou o tornozelo, sendo  levado por policiais para o PA de Alto Lage, depois transferido para o Hospital Antônio Bezerra de Farias, em Vila Velha, onde Felipe recebeu atendimento. Depois, foi encaminhado para a delegacia.

Ainda de acordo com o capitão Santana, Felipe Domingos Lopes, o “Boizão”, é conhecido pelo envolvimento no tráfico de drogas da região de Porto Novo e pela alta periculosidade.

"Tem informações e as suspeitas dele ser uma figura proeminente no tráfico da região do Porto Novo. E só pelo fato dele ser suspeito de ter participado desse quádruplo homicídio em Vitória, demonstra a periculosidade desse indivíduo", disse.

Antes da prisão, equipes da Força Tática já tinham ido ao bairro após receberem informações. A guarnição chegou a ver o irmão do suspeito, mas ele conseguiu fugir. De acordo com a polícia, há a suspeita da participação dos dois em um homicídio no bairro Retiro Saudoso, também neste domingo.

"Por volta de 15 horas deste domingo, recebemos uma informação do serviço reservado do batalhão dando conta de que o irmão dele estaria no bairro, na residência da mãe. A Força Tática chegou até lá, fez contato visual com o irmão dele, mas ele conseguiu se evadir. Há informações preliminares, sem confirmações, de que eles teriam participado de um homicídio ocorrido no bairro Retiro Saudoso neste domingo. Mas essas informações precisam ser investigadas pela Polícia Civil", afirmou.

OUTRAS PRISÕES

No dia 2 de outubro, com mandados de prisão solicitados pela DHPP Vitória, uma equipe da Força Tática do 7º Batalhão localizou em Porto de Cariacica, Cariacica, um dos acusados, identificado como Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, vulgo "Da Bala" ou "Balinha" , de 22 anos. No dia seguinte, a mãe de outro acusado, de 18 anos, entrou em contato com o delegado do caso, Marcelo Cavalcanti, e entregou o filho. Outros dois suspeitos seguem foragidos.

COMO FOI O CRIME

A ilha fica na Baía de Vitória, próximo ao bairro Santo Antônio. Na outra margem, fica o bairro Porto de Santana, já em Cariacica. A ilha é um ponto usado por moradores das duas margens para diversão e passatempo. No local estavam seis amigos que moravam em Santo Antônio e foram surpreendidos por bandidos, que chegaram de barco na região.

Eles renderam os jovens e atiraram contra o grupo, sendo que quatro deles morreram, um conseguiu fugir e outro se fingiu de morto para escapar, já baleado. Os mortos foram identificados como sendo o marítimo Wesley Rodrigues de Souza, 29 anos, Yuri Carlos de Souza, 23, Vitor da Silva Alves, 19, – corpos que permaneceram na ilha – e Pablo Ricardo Lima, 21, que chegou a ser levado a um pronto-atendimento por um tio, mas já deu entrada sem vida. O jovem que se fingiu de morto foi alvo de dois disparos nas costas e está internado. O outro foi baleado no pé.

Inicialmente, a linha de apuração trata as mortes como o resultado de uma briga entre facções criminosas que atuam no Espírito Santo. "As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica, e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao Primeiro Comando de Vitória (PCV), mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.

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