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Chacina: procurados pela polícia já estiveram presos por tráfico e assalto

Chacina: procurados pela polícia já estiveram presos por tráfico e assalto

Pelo menos cinco criminosos participaram do assassinato de quatro jovens em na ilha Doutor Américo de Oliveira, na região de Santo Antônio, sendo que três deles continuam sendo procurados pela polícia

Publicado em 9 de outubro de 2020 às 20:55

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Perícia da Polícia Civil volta à Ilha do Américo, em Santo Antônio, em Vitória, local onde ocorreu a chacina que resultou na morte de quatro homens
Perícia da Polícia Civil volta à Ilha do Américo. (Fernando Madeira)

Dois suspeitos de participarem da chacina que vitimou quatro jovens na ilha Doutor Américo de Oliveira, na Baía de Vitória, no final da tarde do dia 28 de setembro, já estiveram presos. Estão sendo procurados Felipe Domingos Lopes e Wendel Pinheiro Mendes, ambos com mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça e com passagens anteriores ao crime. 

Wendel já esteve preso por quatro dias pelo crime de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo, em março deste ano. Já Felipe permaneceu detido por um ano e quatro meses em um presídio capixaba pelo crime de roubo, segundo as informações da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus)

Além dos dois, um adolescente também está sendo procurado por integrar o grupo que saiu de barco do bairro Porto de Santana, em Cariacica, e rendeu seis jovens que estavam na ilha Doutor Américo de Oliveira. Dois supostos autores foram detidos na mesma semana do crime.  O local é próximo também do bairro Santo Antônio, em Vitória, de onde partiu o grupo de amigos que virou algo dos atiradores. 

Os assassinos renderam e atiraram contra o grupo de jovens, sendo que quatro deles morrem, um conseguiu fugir e outro se fingiu de morto para escapar, já baleado. Os mortos foram identificados como sendo o marítimo Wesley Rodrigues de Souza, 29 anos, Yuri Carlos de Souza, 23, e Vitor da Silva Alves, 19, – corpos que permaneceram na ilha – e Pablo Ricardo Lima, 21, que chegou a ser levado para o pronto atendimento por um tio, mas já deu entrada sem vida. O jovem que se fingiu de morto foi alvo de dois disparos nas costas e está internado. O outro foi baleado no pé.

Quatro homens foram assassinados na Ilha do Américo, em Santo Antônio
Chacina na Ilha do Américo. (Fernando Madeira)

MOTIVAÇÃO

chacina de quatro jovens na ilha Doutor Américo Oliveira, na Baia de Vitória, é o atual quebra-cabeça da Polícia Civil. Além de localizar os autores, a motivação do crime é outro ponto que deve ser desvendado. Inicialmente, a linha de apuração já trata as mortes como o resultado de uma briga entre facções criminosas que atuam no Espírito Santo.

"As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica, e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao PCV, mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.

A sigla PCV, citada pelo delegado, é referente ao Primeiro Comando de Vitória, facção que tem sua base no Bairro da Penha, em Vitória, e ramificações em diversas cidades do Espírito Santo. A facção conta com força armada conhecida como Trem-Bala, criando ou tomando pontos de venda de drogas, além de manter relações comerciais de drogas com os traficantes aliados dessas localidades.

Já a organização criminosa em que o tráfico do Morro do Quiabo tem aliança, à qual o delegado se refere, seria a chamada Associação Família Capixaba (AFC). De acordo com fontes policiais ouvidas pela reportagem de A Gazeta, a Família Capixaba é, atualmente, uma facção criminosa que tenta fazer frente ao PCV e possui como um ponto forte o bairro Mucuri, em Cariacica.

PRISÕES

No dia 2 de outubro, com mandados de prisão solicitados pela DHPP Vitória, uma equipe da Força Tática do 7º Batalhão localizou em Porto de Cariacica, Cariacica, um dos acusados, identificado como sendo Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, vulgo "Da Bala" ou "Balinha", de 22 anos. No dia seguinte, a mãe de outro acusado, de 18 anos, entrou em contato com o delegado do caso, Marcelo Cavalcanti, e entregou o filho.

A polícia busca por um adolescente – que possui mandado de busca e apreensão pelo crime – e por Felipe Domingos Lopes e Wendel Pinheiro Mendes, ambos com mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça. Os três são procurados pela polícia.

Felipe chegou a ter o nome dele repassado em mensagens de aplicativos antes mesmo de ser considerado foragido. Além disso, a Polícia Civil ainda segue com as investigações na tentativa de identificar quem contou aos acusados que os amigos estavam na ilha.

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