Publicado em 10 de novembro de 2020 às 13:40
Após nove adiamentos e 24 anos de espera, teve início por volta das 9h15 desta terça-feira (10) o julgamento do acusado de matar a jovem Gabriela Chermont, o réu Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg. >
O júri popular acontece no Fórum Criminal de Vitória, na Cidade Alta. O caso, que tramita na Justiça há mais de duas décadas, foi adiado pela última vez no dia 28 de abril, em decorrência da pandemia do novo coronavírus.>
Sete jurados quatro mulheres e três homens foram sorteados para participar do julgamento e definir o destino do réu. A primeira testemunha ouvida foi a mãe de Gabriela, Eroteídes Chermont. "Hoje eu honro a memória da minha filha. Eu tenho certeza que a justiça será feita. Espero que não haja nenhuma mais procrastinação. São 24 anos de sofrimento", disse Eroteídes.>
Em seguida, foram ouvidas uma amiga da vítima e o delegado que presidiu o caso.>
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De acordo com apuração da repórter Gabriela Ribeti, da TV Gazeta, por volta das 17h20 os jurados ouviam a quarta testemunha de acusação: um perito de São Paulo que avaliou os laudos feitos à época. >
A previsão inicial era de que, por volta das 19h40, fosse ouvida a quinta e última testemunha de acusação, um psiquiatra forense, vindo de São Paulo. Entretanto, o depoimento dele ficou para amanhã. >
Por volta das 20h50 foi encerrado o primeiro dia de julgamento do caso, que será retomado nesta quarta-feira (11), às 9h30. Na continuidade, deverão depor ainda uma testemunha da acusação e sete testemunhas trazidas pela defesa do réu. >
Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, um hotel na Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado da jovem, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, é acusado pelo crime de homicídio. A defesa do empresário, no entanto, alega que a vítima cometeu suicídio. Segundo o processo, a jovem e o empresário, Luiz Claudio, teriam rompido o relacionamento e, por indicação de colegas de faculdade, ela teria passado a conhecer outro rapaz. >
Em uma das situações em que teriam saído juntos, para um bar na Praia da Costa, amigos do ex-namorado teriam visto e contado para ele. Nesta situação, o denunciado pelo crime teria passado a fazer ligações telefônicas para Gabriela, até que teriam combinado um encontro na noite de 20 de setembro de 1996. Testemunhas nos autos do processo relatam que o ex-casal se dirigiu a um bar em Jardim da Penha e que depois foram ao Apart Hotel, onde ficaram hospedados no apartamento de número 1.204. >
Luiz Claudio, a partir daí, afirma que os dois mantiveram relações sexuais, enquanto a defesa da família da vítima alega que não e que, em vez disso, teriam ocorrido diversas agressões, causando inclusive quebras de dentes e escoriações na lombar de Gabriela, desencadeando, por fim, no arrastamento e projeção da vítima pela sacada. Um exame toxicológico realizado à época identificou que o comerciante teria feito uso de cocaína, ao contrário da alegação dele, no sentido de ter tomado apenas cerveja.>
Por nota, a defesa do réu afirmou que há depoimentos e laudos técnicos que apontam para o fato de que Gabriela Chermont cometeu suicídio. >
"Acreditamos que o julgamento, após tantos anos, vai acabar com o sofrimento na vida de duas famílias, trazendo a verdade. Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg é inocente e espera por esse julgamento há mais de duas décadas", declarou.>
A defesa diz que o laudo médico que consta dos autos "aponta que a vítima morreu de politraumatismo, em consequência do impacto violento da queda do 12º andar do prédio, em movimento causado pela própria vítima". Segundo a defesa, a perícia mostra que não houve luta corporal, nem vestígios de sangue no apartamento atestado pelo exame de DNA. >
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