Publicado em 9 de novembro de 2020 às 20:25
Após nove adiamentos na data do julgamento do acusado de matar a jovem Gabriela Chermont, o réu Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, deve ir a júri popular nesta terça-feira (10), às 9h da manhã, no Fórum Criminal de Vitória, na Cidade Alta. O caso, que tramita na Justiça há 24 anos, foi adiado pela última vez no dia 28 de abril, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. >
As últimas movimentações no processo contaram com a juntada de uma manifestação por parte do Ministério Público Estadual (MPES), tratando da potencialização da cocaína com o uso de bebida alcoólica, mistura consumida por Luiz Cláudio segundo exames e de uma resposta apresentada pela defesa do réu, alegando que o MP não teria cumprido prazo hábil para anexar o documento, impossibilitando a leitura pela defesa do acusado.>
No entanto, em decisão do magistrado André Guasti Motta neste domingo (08), entendeu-se que o Ministério Público respeitou a determinação de antecedência de 3 dias úteis, já que a manifestação foi juntada aos autos no último dia 04. Além disso, o magistrado entendeu que os documentos anexados pelo MP não tinham ligação direta com os fatos do processo, o que sequer necessitava que fossem submetidos ao contraditório, ou seja, à análise pela defesa.>
Para a mãe da jovem Gabriela, Eroteides Regattieri, a expectativa que fica é de que a justiça será feita. "Acho que agora vai né. Minha expectativa é de que agora vai ter júri, de que não tem mais condições de procrastinar. Estou confiante de que esse ciclo será encerrado, o que será bom para a acusação e para a própria defesa, para finalmente encerrar isso tudo. Sempre existe a possibilidade de apresentarem um atestado de última hora, mas acho que se fosse para adiar, isso já teria ocorrido", desabafou. >
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Eroteides diz estar confiante com o resultado que virá. "É tudo tão difícil. Espero que aconteça logo o julgamento e que não haja mais uma tentativa da defesa de impedir. Estou, com certeza, confiante no resultado. A justiça uma hora é feita e a lei de ação e reação também se aplica aos relacionamentos humanos. Chegou a hora do compromisso dele com o universo, do réu sofrendo a pena dele. Não desejo vingança, ele está nas mãos da Justiça. Só espero mesmo que a memória da minha filha seja honrada e tenho certeza que será", concluiu. >
Procurada pela reportagem, a defesa do réu, desempenhada pelo advogado Raphael Câmara, afirmou que aguarda com serenidade o julgamento. "Estamos confiantes na absolvição do réu, porque todas as provas técnicas realizadas pela Polícia Civil indicam de forma assertiva e clara o suicídio da jovem", disse.>
Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, um hotel na Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado da jovem, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, é acusado pelo crime de homicídio. A defesa do empresário, no entanto, alega que a vítima cometeu suicídio. >
Segundo o processo, a jovem e o empresário, Luiz Claudio, teriam rompido o relacionamento e, por indicação de colegas de faculdade, ela teria passado a conhecer um outro rapaz. Em uma das situações em que teriam saído juntos, para um bar na Praia da Costa, amigos do ex-namorado teriam visto e contado para ele. Nesta situação, o denunciado pelo crime teria passado a fazer ligações telefônicas para Gabriela, até que teriam combinado um encontro na noite de 20 de setembro de 1996.>
Testemunhas nos autos do processo relatam que o ex-casal se dirigiu a um bar em Jardim da Penha e que depois foram ao Apart Hotel, onde ficaram hospedados no apartamento de número 1.204. Luiz Claudio, a partir daí, afirma que os dois mantiveram relações sexuais, enquanto a defesa da família da vítima alega que não e que, em vez disso, teriam ocorrido diversas agressões, causando inclusive quebras de dentes e escoriações na lombar de Gabriela, desencadeando, por fim, no arrastamento e projeção da vítima pela sacada.>
Um exame toxicológico realizado à época identificou que o comerciante teria feito uso de cocaína, ao contrário da alegação dele, no sentido de ter tomado apenas cerveja.>
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