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Caso Gabriela Chermont: júri deve acontecer nesta terça (10) no ES

Caso Gabriela Chermont: júri deve acontecer nesta terça (10) no ES

Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, um hotel na Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 20:25

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Gabriela Chermont morreu na madrugada de 21 de setembro de 1996
Gabriela Chermont morreu na madrugada de 21 de setembro de 1996. (Arquivo da família)
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Após nove adiamentos na data do julgamento do acusado de matar a jovem Gabriela Chermont,  o réu Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, deve ir a júri popular nesta terça-feira (10), às 9h da manhã, no Fórum Criminal de Vitória, na Cidade Alta. O caso, que tramita na Justiça há 24 anos, foi adiado pela última vez no dia 28 de abril, em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

As últimas movimentações no processo contaram com a juntada de uma manifestação por parte do Ministério Público Estadual (MPES), tratando da potencialização da cocaína com o uso de bebida alcoólica, mistura consumida por Luiz Cláudio segundo exames e de uma resposta apresentada pela defesa do réu, alegando que o MP não teria cumprido prazo hábil para anexar o documento, impossibilitando a leitura pela defesa do acusado.

No entanto, em decisão do magistrado André Guasti Motta neste domingo (08), entendeu-se que o Ministério Público respeitou a determinação de antecedência de 3 dias úteis, já que a manifestação foi juntada aos autos no último dia 04. Além disso, o magistrado entendeu que os documentos anexados pelo MP não tinham ligação direta com os fatos do processo, o que sequer necessitava que fossem submetidos ao contraditório, ou seja, à análise pela defesa.

Para a mãe da jovem Gabriela, Eroteides Regattieri, a expectativa que fica é de que a justiça será feita. "Acho que agora vai né. Minha expectativa é de que agora vai ter júri, de que não tem mais condições de procrastinar. Estou confiante de que esse ciclo será encerrado, o que será bom para a acusação e para a própria defesa, para finalmente encerrar isso tudo. Sempre existe a possibilidade de apresentarem um atestado de última hora, mas acho que se fosse para adiar, isso já teria ocorrido", desabafou.

Eroteides diz estar confiante com o resultado que virá. "É tudo tão difícil. Espero que aconteça logo o julgamento e que não haja mais uma tentativa da defesa de impedir. Estou, com certeza, confiante no resultado. A justiça uma hora é feita e a lei de ação e reação também se aplica aos relacionamentos humanos. Chegou a hora do compromisso dele com o universo, do réu sofrendo a pena dele. Não desejo vingança, ele está nas mãos da Justiça. Só espero mesmo que a memória da minha filha seja honrada e tenho certeza que será", concluiu.

DEFESA DO RÉU

Procurada pela reportagem, a defesa do réu, desempenhada pelo advogado Raphael Câmara, afirmou que aguarda com serenidade o julgamento. "Estamos confiantes na absolvição do réu, porque todas as provas técnicas realizadas pela Polícia Civil indicam de forma assertiva e clara o suicídio da jovem", disse.

RELEMBRE O CASO

Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, um hotel na Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado da jovem, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, é acusado pelo crime de homicídio. A defesa do empresário, no entanto, alega que a vítima cometeu suicídio.

Segundo o processo, a jovem e o empresário, Luiz Claudio, teriam rompido o relacionamento e, por indicação de colegas de faculdade, ela teria passado a conhecer um outro rapaz. Em uma das situações em que teriam saído juntos, para um bar na Praia da Costa, amigos do ex-namorado teriam visto e contado para ele. Nesta situação, o denunciado pelo crime teria passado a fazer ligações telefônicas para Gabriela, até que teriam combinado um encontro na noite de 20 de setembro de 1996.

Testemunhas nos autos do processo relatam que o ex-casal se dirigiu a um bar em Jardim da Penha e que depois foram ao Apart Hotel, onde ficaram hospedados no apartamento de número 1.204. Luiz Claudio, a partir daí, afirma que os dois mantiveram relações sexuais, enquanto a defesa da família da vítima alega que não e que, em vez disso, teriam ocorrido diversas agressões, causando inclusive quebras de dentes e escoriações na lombar de Gabriela, desencadeando, por fim, no arrastamento e projeção da vítima pela sacada.

Um exame toxicológico realizado à época identificou que o comerciante teria feito uso de cocaína, ao contrário da alegação dele, no sentido de ter tomado apenas cerveja.

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