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Quase 90 mil pacientes viajam por ano para se tratar na Grande Vitória

Quase 90 mil pacientes viajam por ano para se tratar na Grande Vitória

Somente de Linhares, no Norte do Estado, são 700 pessoas por mês que percorrem mais de 132 quilômetros para se consultar na Grande Vitória. Em Colatina, são cerca de 150 pacientes por dia

Publicado em 26 de novembro de 2019 às 22:12

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Hospital das Clínicas é um dos destinos de pacientes do interior do Estado. (Guilherme Ferrari/Arquivo A Gazeta)

A busca por atendimento médico de média e grande complexidade ainda é uma realidade que atinge milhares de pessoas no interior do Espírito Santo que precisam viajar para conseguir se tratar. Por ano, cerca de 88 mil pacientes se arriscam nas estradas para ter tratamento médico na Grande Vitória, saindo, muitas vezes, de cidades onde apenas atendimentos básicos de saúde são ofertados. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Nesta segunda-feira (25), quatro pessoas morreram e três ficaram feridas após uma van da Prefeitura de Nova Venécia se envolver em um acidente na BR 259, em João Neiva. Os passageiros seguiam para Vila Velha, onde passariam por tratamentos oftalmológicos, situação semelhante vivida por tantas outras pessoas que percorrem centenas de quilômetros para conseguir atendimento.

Para se ter uma ideia, somente em Colatina, no Noroeste do Estado, 150 pessoas saem diariamente com destino a hospitais e clínicas da Grande Vitória. A primeira viagem do dia começa às 4h da manhã, e a segunda, às 6h. Os pacientes ficam o dia todo na Capital aguardando o retorno dos veículos.

Quase 90 mil pacientes viajam por ano para se tratar na Grande Vitória

Em Linhares, na Região Norte, a situação não é diferente. Por mês, são mais de 700 pacientes que pegam a estrada para receber atendimento nas cidades da Grande Vitória. A prefeitura diz que esse número poderia ser maior, já que grande parte dos atendimentos acontece na própria cidade. Apenas os agendamentos de exames, consultas e cirurgias de alta complexidade são encaminhadas para a Capital, por meio de convênio com o governo do Estado.

Basta circular pelos hospitais de  Vitória para encontrar pessoas de diversas cidades do interior do Estado que encaram várias horas de viagem para serem atendidas, como é o caso da Sirleide Silva, que é auxiliar de serviços gerais e mora em Domingos Martins. Ela saiu de casa às 4h da manhã para marcar uma consulta na Grande Vitória.

A Dorca da Silva é outra paciente que viajou para conseguir atendimento. Ela mora em Ibatiba e já faz esse trajeto há pelo menos seis anos. “São seis anos para mais que eu venho. Costumo passar um espaço de tempo, mas agora fazendo tratamento oftalmológico, estou vindo com mais frequência. A gente tem medo é de acidente nas estradas”, revela. Enquanto a situação não muda, milhares de pessoas deixam seus lares diariamente em busca de atendimento médico em outras cidades.

O QUE DIZ A SESA

Para tentar diminuir esses deslocamentos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) disse que “tem tomado medidas para ofertar serviços de saúde mais próximo de onde as pessoas residem” e que “há iniciativas em andamento como a oferta de cirurgias eletivas contratadas nas regiões e os editais de credenciamento de consultas de especialidades já lançados nas Superintendências regionais”.

No interior do Estado, as cidades de Nova Venécia, Santa Teresa, Linhares e Guaçuí passaram a contar com unidades da Rede Cuidar, um projeto do governo do Estado que oferece consultas e exames com profissionais de diversas especialidades atendendo moradores de 46 municípios capixabas. No entanto, a Sesa confirma que a rede não oferece todas as especialidades médicas.

Em entrevista para a TV Gazeta, o secretário de Estado da Saúde do Espírito Santo, Gleikson Santos, explicou que o governo tem trabalhado para mudar essa realidade. “Na semana o governo do Estado recebeu quase quinhentos profissionais entre médicos, enfermeiros e dentistas que se credenciaram pelos municípios e que vão voltar para os municípios que a porta de entrada da saúde é a atenção básica. A nossa proposta é regionalizar. Prova disso é que o Governador lançou há alguns dias atrás editais de credenciamento de consulta de oftalmologia de forma regionalizada, não só oftalmologia como neurologia também”, explicou.

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Com informações de Diony Silva, da TV Gazeta

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