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Por que a população do ES vive mais e se destaca no país?

Por que a população do ES vive mais e se destaca no país?

A pesquisa aponta que os capixabas nascidos em 2018 devem viver, em média, 78,8 anos. É a segunda melhor média em todo o Brasil, segundo o IBGE. Quanto aos idosos, o Espírito Santo é o que tem a maior expectativa de vida: 85,4 anos

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 06:00

IBGE Crédito: Arquivo | A Gazeta

A queda nos números da violência e os cuidados com a saúde são os principais fatores que colaboraram para que o Espírito Santo fosse o Estado brasileiro com a segunda melhor expectativa de vida  no Brasil considerando o ano de 2018, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  divulgados nesta quinta-feira (28).

Os capixabas nascidos em 2018 têm esperança de vida média de 78,8 anos, só perdendo para quem nasceu em Santa Catarina, com 79,7 anos. A expectativa da população do Espírito Santo é dois anos acima da média nacional, que é de 76, 3 anos. 

O Espírito Santo sobe para a ponta dessa lista quando se trata de pessoas idosas. Uma pessoa que completou 65 anos em 2018 tem a maior expectativa de vida no Estado, onde a média é de 85,4 anos. Por outro lado, a menor média é de Rondônia,  onde uma pessoa que completou 65 anos em 2018 tem expectativa de vida média de 81,1 anos. 

Idosos se exercitam em academia popular em Vitória Crédito: Carlos Alberto Silva

 Para chegar a esses dados, são avaliados vários fatores, entre eles a taxa de mortalidade e de natalidade, além de questões de âmbito social, como saúde, educação, meio ambiente e segurança. No quesito taxa de mortalidade, o Espírito Santo teve o menor registro entre os Estados da federação: a probabilidade é de que a cada mil  crianças nascidas, oito morram com menos de um ano.  A  situação é ainda mais triste no Amapá, onde a probabilidade de morte é de 22 crianças a cada mil nascidas.   

"Esses indicadores medem a síntese do desenvolvimento humano de uma região, combina outras questões como saúde pública, infraestrutura de atendimento, campanhas de vacinação e assistência, além de nível de escolaridade das mães, nível  de renda média da população e de outras questões de infraestrutura como saneamento básico, por exemplo", pontua Wallace Millis, professor da Universidade de Vila Velha (UVV). 

Para o diretor de integração do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, fatores que contribuíram para os melhores resultados serem do Espírito Santo são a queda constante da violência nos últimos 10 anos, o cuidado individual com a saúde e a estrutura da saúde pública em geral no Estado.  

"Os fatores que levam as pessoas a perderem a vida são as doenças e as causas externas, como afogamentos, acidentes de trânsito, suicídio e violência interpessoal. Neste último quesito está a taxa de homicídios que era de 57 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2009, e atualmente temos 23 para cada 100 mil devido às políticas públicas de segurança que vêm sendo aplicadas. São 10 anos de redução ano após ano, com exceção de 2017, quando tivemos uma crise na segurança pública", explica Lira, que também é professor de Geografia. 

Sobre o quesito saúde, Pablo Lira destaca a preocupação cada vez maior das pessoas com o bem-estar. "Há uma conscientização para que se busque uma melhor qualidade de vida por parte do cidadão. Um exemplo é Vitória, que é uma  Capital onde as pessoas se exercitam muito.  Também há ações do poder pública no sistemas de saúde, assistência básica e avanço no atendimento a especialidades", destacou o diretor do IJSN.

Também entram na expectativa de vida o comprometimento maior dos capixabas com a alimentação e o modo de vida da população, que em sua maioria vive na cidade. "Residir em cidades maiores exige muito mais do organismo, da alimentação e exercícios físicos  devido ao ritmo acelerado da população. A política pública faz a diferença, como as academias populares que temos hoje em Vitória e Vila Velha e a política de mobilidade urbana, com faixas para ciclistas, colaborando para a saúde e o meio ambiente",  pontua Pablo Lira. 

O professor Wallace Willi reforça a importância de continuar dando prioridade à saúde para que a expectativa de vida da população capixaba seja sempre alta. "Profissionais de saúde mais próximos da população, da atenção primária, evitam o agravamento de doenças e garantem prevenção. A promoção da saúde vai além disso quando estimulamos os exercícios físicos e qualidade de vida, o que tem como consequência reduzir custos significativamente com tratamentos", pontua. 

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