Empresário Racine Júnior, pai de Gustavo Fracarolli
Empresário Racine Júnior, pai de Gustavo Fracarolli
Racine Júnior

Pai se despede de filho antes de acidente: "Cuidado"

Ele é pai de Gustavo Fracarolli Corrêa, que morreu em um acidente de trânsito na Orla de Camburi

Empresário Racine Júnior, pai de Gustavo Fracarolli
Publicado em 30/10/2019 às 17h11

“Cuidado, filho”. Foi com essas palavras que o empresário Racine Corrêa Júnior, 57 anos, se despediu do filho, o bacharel em Direito e empresário Gustavo Fracarolli Corrêa, de 27 anos, momentos antes do acidente de trânsito que matou Gustavo, um amigo e deixou três pessoas feridas.

O pai de Gustavo informou que o filho era formado em Direito há cerca de três anos, mas trabalhava como distribuidor de cigarros artesanais e bomboniere em lojas de conveniência na Grande Vitória. Na noite desta terça-feira (29), após chegar do trabalho, Gustavo tomou banho, jantou e comunicou que iria se encontrar com amigos.

O encontro entre os amigos aconteceu no estacionamento de veículos da Praça dos Namorados, na Praia do Canto, em Vitória. De acordo com Racine, a reunião era marcada por conversas sobre os mais variados assuntos, dentre eles, a paixão em comum por carros e motos. O empresário acredita que os jovens não ingeriram bebida alcoólica.

Como o senhor foi informado sobre o acidente?

Uma amiga do meu filho ligou nos dizendo que ele tinha sofrido um acidente grave. Ela não queria dizer que meu filho tinha morrido, mas minha mulher insistiu para saber se como ele estava. Então, ela falou que tentaram socorrer, mas não teve jeito porque meu filho e o amigo dele estavam mortos.

O senhor e a sua mulher foram ao local do acidente?

Sim, e foi triste. Vimos ele jogado no chão de um lado e o amigo, jogado no chão, de outro, com a cobertura em cima. Eu não tive coragem de ver e também não deixei a mãe dele ver. Também não tive coragem de reconhecer o corpo o DML. É muito triste, né? Ficamos sozinhos em casa, agora. Eu e mãe dele. Gustavo era filho único e ele morava com a gente também.

Quando foi a última vez que falou com seu filho?

Ele chegou em casa do trabalho, tomou banho, jantou, deu um tempinho e falou: 'vou no encontro e tô voltando'. Aí eu perguntei: 'Você vai de quê, filho?'. Ele respondeu que ia de moto e eu disse 'cuidado, filho'. E foi só isso. Ele sempre se reunia com os amigos ali no estacionamento em frente ao Iate Clube. Eles iam para conversar e meu filho sempre voltava logo para casa. Antes das 23h, ele estava em casa.

Costumava conversar com ele sobre o cuidado no trânsito?

Muito! Sempre pedia para ele vender a moto, para ele ter muito cuidado no trânsito, mas Gustavo era muito acostumado a viajar de carro, trabalhando, comprar coisa pra vender, era acostuma com estrada. Quando o tempo e o percurso era mais curto, ele fazia de moto. A moto era instrumento de trabalho. No fim de semana ele só andava de Uber, Graças a Deus. Ele tinha essa consciência legal. Se fosse 'biritar', só andava de Uber. Ele e a galera todo. Esse encontro onde ele estava não tinha 'birita'.

O senhor comentou que o acidente aconteceu próximo à sua casa, em Jardim Camburi. Sabe o que pode ter acontecido?

Não faço a menor ideia. Meu filho saiu de casa de moto e simplesmente apareceu nesse acidente de carona. Na cena que eu vi, na parte da frente, o air bag disparou e o banco ficou intacto. A parte de trás ficou toda destruída. Não sei afirmar se estavam de cintos, mas a pancada foi muito forte. Mesmo se eles tivessem de cinto, acho que teriam morrido... 

O que espera que aconteça agora?

Eu, sinceramente, nem consigo ter visão de superação disso. Meu filho único se foi, é trágico isso. O que vai se descobrir? Que tinha alguém errado? Não adianta! Espero que sirva de lição para geração dele, para ter cuidado no trânsito. Dizem que eles estavam correndo muito, mas só a perícia para dizer.

Qual a lembrança do Gustavo que fica?

Minha ficha não caiu ainda, nem da minha mulher. O jeito carismático dele, de sempre estar de boa com todo mundo, de todo mundo sempre elogiar o jeito dele. Gustavo era um ótimo filho, popular, tinha muitos amigos, sempre estava dando a mão para alguém.  Meu filho gostava de viajar, de praia, cachoeira, bike e academia.

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