A época mais quente do ano mal chegou e já atraiu milhares de turistas para o litoral do Espírito Santo. Pelas areias das praias de Guarapari e Anchieta, é fácil encontrar uma mistura de sotaques. A maioria é de mineiros que, entre uma palavra e outra, sempre deixam escapar o uai e o trem. Mas também não faltam cariocas, gaúchos, baianos e até piauienses.
A Secretaria de Estado de Turismo (Setur) tem a expectativa de receber 1,6 milhão de turistas durante todo o verão, principalmente de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Os locais mais procurados são as praias localizadas nos municípios de Vila Velha, Vitória, Guarapari, Marataízes, Anchieta, assim como também a região das montanhas capixabas, informou a Setur, através de nota.
Cheios de expectativas e histórias, os mineiros já lotam o litoral capixaba. Eles vêm em família, com amigos, na companhia de animais de estimação, de carro e ônibus. Muitos se amontoam em casas, outros já preferem a tranquilidade. Não importa o jeito, o que procuram é a diversão nas praias.
O balneário de Iriri, em Anchieta, se tornou o ponto de encontro da família de mineiros da bancária Francisca Ribeiro, de 62 anos, no verão. A história começou há 37 anos quando seus pais decidiram comprar uma casa no município. Do casal vieram ela e mais dois irmãos, seis netos e quatro bisnetos, sendo que um vai nascer neste ano.
Hoje a família está dividida entre os municípios de Juiz de Fora, Cataguases, Belo Horizonte e Santos Dumont. O Espírito Santo é um dos nossos pontos de encontro. Minha mãe, que atualmente está com 93 anos, vem com a gente. É tradição. O município tem praias boas, gostamos de ficar na Costa Azul e na Areia Preta, contou.
No balneário, também foi possível encontrar baianos e cariocas. A farmacêutica Laira Ferraz Siliprandi, de 28 anos, é de Itaperuna, no Rio de Janeiro, e sempre frequenta as praias do Espírito Santo. Ela aproveitou as férias escolares para trazer as filhas, de 7 e 8 anos, para o Estado.
"Há cinco anos que meu destino no verão é Iriri. Opto pelo Espírito Santo porque as praias são boas e tranquilas para as crianças. Além disso, a distância da minha cidade para cá é de 170 quilômetros, consigo chegar mais rápido que nas praias do Rio de Janeiro", explicou.
Guarapari é visto por pessoas de outras regiões como um local de diversão e também de oportunidade de trabalho. O garçom Nilton César Ferreira Fontenele, 41 anos, é do Piauí e sempre frequentou as praias do município com a mãe. Em 2005, decidiu tentar um emprego na cidade e, atualmente, trabalha num quiosque na Praia do Morro.
Minha mãe sempre vinha para cá, como eu gostava da região decidi me mudar para tentar uma vida melhor. Gostei tanto que estou até hoje. Aqui tem muito mineiro, mas encontro bastante gente do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília também, destacou.
E quem saiu da região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, para tentar uma oportunidade de trabalho é o vendedor ambulante Caio Erotides Costa Santos. Nos dias bons ele consegue vender até 40 cangas e tirar R$ 600. Gosto muito do verão, com as praias cheias consigo vender bastante. Enxergamos uma oportunidade de negócio por aqui, contou.
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