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Menino que passou 10 horas com bala na cabeça no ES sonha em ser médico

Menino que passou 10 horas com bala na cabeça no ES sonha em ser médico

O garoto de 10 anos brincava com primos na varanda de uma casa quando foi baleado na cabeça,  em Santa Rita,  Vila Velha

Publicado em 9 de janeiro de 2020 às 21:03

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Menino de 10 anos baleado na cabeça se recupera bem. Ele usa uma touca para proteger os pontos da cirurgia. (Glacieri Carraretto)

 Aos 10 anos, um menino carrega uma cicatriz na cabeça e lembranças terríveis do último natal. O garotinho passou 10 horas com uma bala alojada na cabeça após ser atingido por um tiro, na varanda da casa da tia,  em Vila Velha.  Depois de uma cirurgia arriscada e sete dias de internação no hospital, ele se recupera entre os familiares e ouve, por repetidas vezes,  que a vida dele é um milagre. 

O garoto - que não será identificado a pedido da família - estava acompanhado de uma das irmãs e mais dois primos quando tudo aconteceu. Era por volta de 13h quando todos estavam sentados na varanda e  houve um disparo fora da casa.  O tiro foi direto na cabeça do menino de 10 anos, que se recorda com precisão da situação. 

Menino que passou 10 horas com bala na cabeça no ES sonha em ser médico

"Ouvi um som de algo batendo num ferro, não sei se pegou em algum lugar antes de pegar em mim. Saiu sangue, ficou no meu rosto. Lembro das pessoas me levando para o hospital.  Eu já tinha ouvido tiro antes no bairro, mas sempre ficava assustado e saía correndo pro quarto da minha mãe, para me proteger", lembrou o garoto, que pedia que não o deixassem morrer. 

No carro do avô, o menino foi levado para o Pronto Atendimento da Glória, que era o mais próximo. "Chegando lá, disseram que tinha que levar para o Hospital Infantil de Vila Velha, pois criança só lá. Fomos para lá e levaram para Hospital Infantil de Vitória. Fizemos de tudo para estancar o sangue que escorria, eu nem acreditei que era um tiro, pensei que fosse uma pedrada ou algo assim", contou a avô da criança. 

Foram momentos de tensão e desespero para toda a família, mas o que se mostrava mais calmo foi o próprio menino ferido, como conta o pai dele. "Eu estava no Rio de Janeiro quando me ligaram contando que meu filho estava baleado. Pensei que o perderia. Voltei desesperado para o Espírito Santo, mas antes disso meu filho falou comigo pelo telefone e disse: 'calma pai'. Só assim acalmei um pouco", detalhou. 

As horas passavam e os exames mostravam a gravidade da situação. A bala estava em uma região muito delicada da cabeça, tanto que os médicos avisaram que fariam a retirada dela, mas que não saberiam quais sequelas a criança teria. "Foi quando eu mais orei. Uma hora de cirurgia. Foi quando ele apagou, até então não fechava os olhos. Fiquei no quarto dele depois que acabou, meu filho estava dopado pela anestesia, e o vi mexer as pernas. Foi quando glorifiquei a Deus. Hoje, tenho certeza que meu filho é um milagre", contou o pai. 

O menino não teve nenhuma sequela. O corte da cirurgia começa na testa e vai até o alto da cabeça. A família não sabe exatamente quantos pontos foram, que serão retirados ainda estava semana. Mais uma vez o garoto vai encontrar com exemplos que pretende seguir na vida adulta: “Quero ser médico. A matéria que eu mais gosto é Ciência, tenho boas notas e vi muitos médicos esses dias que estive no hospital que me tratara muito bem”, afirma o menino, que vai cursar o 6º ano do Ensino Fundamental.

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Muito educado e gentil, ele passa as horas das tão esperadas férias jogando no celular ou assistindo televisão. "Gosto muito de jogar bola, torço para o Vasco, mas tenho que ficar de repouso, agora, até melhorar tudo", disse. Para quem passou perto da morte e está 100% recuperado, haverá outras férias para aproveitar da melhor forma possível: brincando.

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