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Chefe do tráfico do Morro da Piedade condenado a 25 anos de prisão

Chefe do tráfico do Morro da Piedade condenado a 25 anos de prisão

Julgamento ocorreu na segunda-feira (30). Felipe Ferreira dias mandou executar traficante rival que atuava no Morro da Fonte Grande

Publicado em 2 de outubro de 2019 às 08:18

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Um dos líderes do tráfico no Morro da Piedade, em Vitória, foi condenado a 25 anos de prisão. O julgamento de Felipe Ferreira Dias aconteceu na segunda-feira (30). Ele é um dos integrantes da família Ferreira Dias e mandou executar um traficante que pertencia ao grupo rival, do Morro da Fonte Grande. O assassinato aconteceu em julho de 2013, na Praça Ubaldo Ramalhete, no Centro de Vitória.

Na sentença, o juiz André Guasti Motta destaca que ficou evidenciada a culpabilidade do réu. "Sendo extremamente reprovada sua conduta, tendo demonstrado grande desapego à vida humana e, claramente, que tinha total consciência da reprovabilidade do seu comportamento, e tanto se torna mais grave quando se verifica que o acusado concorreu para a prática do popularmente denominado ataque contra integrante de grupo rival, o que evidencia a intensidade do dolo e a indiferença com a vida alheia com que agiu, sobretudo em virtude dos múltiplos disparos sofridos pela vítima", assinala, na sentença.

Felipe Ferreira Dias foi preso acusado de chefiar junto com a família o tráfico de drogas no Morro da Piedade, em Vitória. (Divulgação / SESP ES)

Além do crime de homicídio, onde foi considerado que ele ocorreu de forma que impossibilitou a defesa da vítima, e que a motivação foi torpe; Felipe também foi condenado por corrupção de menores, ao envolvê-los na participação do crime. "Houve por bem condená-lo pela prática do homicídio consumado duplamente qualificado contra a vítima João Mateus de Oliveira Paulo e pelos crimes de corrupção de menores", diz a sentença.

Crime em praça

De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado (MPE), Felipe contou com a ajuda de três menores para executar João Mateus de Oliveira Paulo, com quatro tiros. Dois deles foram disparados quando a vítima tentava fugir do local. Foi ele, segundo a denúncia, que determinou que a execução fosse realizada. A vítima, além de fazer parte da quadrilha de traficantes rivais, estava vendendo drogas na praça onde foi morto, atrapalhando o comercio ilícito realizado pela quadrilha chefiada por Felipe.

Morro da Piedade (à esquerda) e da Fonte Grande divididos ao meio. (Fábio Vicentini - 01/04/2010)

A família de Felipe, a mãe e outros quatro filhos, foram presos em 2013. Alguns conseguiram fugir ou foram liberados, posteriormente. Eles dominam o tráfico na Piedade. Durante a prisão, o delegado Eduardo Khaddour, coordenador do GOT, informou que a mãe, Marly Ferreira Bispo, conhecida como Marly do Pó, tem cinco filhos, todos envolvidos com o tráfico de drogas. 

Segundo relatos dos moradores da Piedade, a família de Felipe saiu fugida de um morro de Cariacica e foi morar na Fonte Grande. Lá, por desavenças, acabaram fugindo novamente para a Piedade, onde se instalaram. E de lá começaram a comandar o tráfico, disputando com gangues rivais ou conquistando espaços pelo terror.

Moradores da Piedade deixam suas casas após conflito e insegurança. (Fernando Madeira - 14/06/2018)

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No ano passado, a disputa por território levou a diversos conflitos, com inocentes morrendo quando os bandidos de fora do bairro tentavam disputar o território. Foi o que ocorreu na madrugada do dia 25 de março do ano passado, quando os irmãos Ruan e Damião foram mortos com mais de 20 tiros cada um. Dois meses depois, em maio, um lavador de carros de 19 anos também foi assassinado quando jantava na varanda de casa. Dezenas de famílias abandonaram suas casas na Piedade por insegurança e temendo os conflitos.

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