A apenas três dias do desfile, as escolas do grupo A estão nos últimos preparativos de seus carros alegóricos e fantasias. Muitas trabalhando a madrugada inteira para dar conta de entregar o melhor ao público no Carnaval de Vitória. Para a hora da apresentação, também estarão atentas a cada detalhe técnico, mas garantindo boas doses de alegria, irreverência e emoção. Nesse contexto, não faltarão críticas sociais e, em meio à diversão, alguns pontos de reflexão. Essa é a aposta para garantir o título e voltar ao grupo especial.
É numa área próxima ao Sambão do Povo, onde os desfiles vão acontecer, que boa parte das escolas montou o barracão pesado no qual são preparados os carros. Sob sol quente na tarde desta segunda-feira (10), estavam os operários da folia serrando, colando, pintando, decorando e montando as alegorias.
O tempo é curto, mas a empolgação já domina o ambiente e a promessa é que esse clima permaneça até o último componente atravessar a linha para a dispersão, na sexta-feira.
É assim que trabalha a equipe da Chega Mais, que neste Carnaval vai homenagear a cachoeirense Dora Vivacqua, mais conhecida como Luz Del Fuego. Sem poder revelar muitos detalhes para garantir a surpresa, o diretor-geral de harmonia Luiz Felipe Costa aponta que a escola vai desfilar contando vários momentos da história da artista, que será representada pela dançarina Rita Cadillac.
Adepta do naturismo, Luz Del Fuego não tinha qualquer problema com sua nudez, e um carro alegórico da Chega Mais pretende traduzir esse aspecto da vida da sua homenageada.
Um enredo também para reflexão é o da Mocidade da Praia, que vai abordar o "mundo azul". Originalmente, segundo o vice-presidente Tin Santos, a proposta era falar do mar, porém logo mudaram de ideia e decidiram enveredar pelo universo das pessoas com autismo.
"Queremos levantar essa bandeira, chamar a atenção das pessoas para o mundo dos autistas e combater o preconceito", ressalta Santos. Pessoas com autismo, segundo ele, serão destaque no desfile.
Na Pega no Samba, o enredo propõe o fim da intolerância e o presidente da agremiação Sandro Rosa garante que será um desfile emocionante ao tratar do assunto. Haverá uma ala somente com cadeirantes, e outras compostas por pessoas em situação de rua e refugiados. "Não podemos ser intolerantes com essas pessoas, nem com ninguém", avalia.
A Barreiros vai cantar a Magia do Tempo e a maior preocupação do presidente Jadilson Damascena é garantir o cumprimento de todos os quesitos, que passam pela avaliação dos julgadores, com perfeição. "Estamos investindo muito na parte técnica, na qualidade das nossas fantasias e alegorias", pontua.
Para Rafael Cavalieri, presidente da Chegou o que Faltava, o comprometimento dos integrantes da escola faz toda a diferença no desfile que, entre outros destaques, terá um carro alegórico coreografado. "Teremos algo bem diferente do tradicional, que vai causar surpresa", afirmou o dirigente, sem poder revelar muito de sua apresentação.
A Rosas de Ouro, que tem equipes trabalhando na madrugada, vai falar sobre a história do congo. Apesar de estar um pouco atrasada na montagem do carro alegórico, o presidente Reginaldo Silva tem certeza que, na hora do desfile, tudo estará pronto e vai surpreender na avenida.
"O Carnaval não é feito apenas dos carros. Estou muito esperançoso pelo trabalho interno que estamos fazendo e que teremos um bom desfile", aposta.
Para Thiago Bandeira, presidente da Andaraí, a irreverência do enredo sobre a cachaça será a grande sensação no desfile da agremiação. "Teremos muita coisa divertida sem deixar, é claro, de apresentar com responsabilidade toda a parte cultural, educacional e social do tema", valoriza.
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