Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 11:45
Após a projeção para a inflação que corrige os benefícios previdenciários saltar de 2,4% para mais de 4% neste ano, o teto da aposentadoria pago pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) deve ser reajustado de R$ 6.101,06 para R$ 6.351,20, em 2021. >
Aposentar-se recebendo esse valor ficou mais difícil após a reforma da Previdência. Para alcançá-lo, será necessário ter mais de 40 anos de contribuição. Segundo projeção da Conde Atuarial, a regra em vigor vai requer tempo total de 42 anos (mulher) e de 47 anos (homem) de pagamentos para alcançar o valor máximo de aposentadoria.>
Atualmente, os valores pagos aos segurados são revisados anualmente com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).>
A alta na projeção da inflação se dá porque a cesta que compõe o INPC é repleta de itens muito presentes na mesa do brasileiro, como o arroz, feijão e tomate. Elevações no preço desses produtos fazem a taxa da inflação oscilar, de acordo com Vaner Corrêa, conselheiro do Conselho Regional de Economia da 17ª Região (Corecon-ES).>
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Para poder receber o teto, é necessário, segundo João Eugênio Modenesi Filho, advogado e especialista em Direito Previdenciário e do Trabalho, que as contribuições após julho de 1994 sejam todas efetuadas com base no teto.>
Além disso, é preciso cumprir algumas outras regras estabelecidas pela reforma da Previdência. A cada dois anos de contribuição, aumenta-se em dois pontos percentuais o valor do benefício.>
Para Rafael Vasconcelos, advogado especialista em Direito Previdenciário, chegar ao teto do benefício não é algo fácil, principalmente depois da reforma da Previdência, aprovada no ano passado: Antes das novas regras, você pegava todos os salários do segurado de julho de 1994 até a data da aposentadoria, excluía 20% dos salários menores e fazia a média com 80% dos maiores. Agora são usadas todas as contribuições.">
Se a pessoa estiver por 30 anos na mesma empresa e contribuindo dentro do teto, ela não é prejudicada, mas pouca gente tem uma contribuição no teto por toda a vida, diz.>
Já Newton Conde, consultor atuarial, diz que sempre foi difícil atingir o teto, mas, atualmente, ficou mais desafiador: Quando você consegue achar a média dos salários, você tem muitos outros tetos baixos no passado que puxam essa média para baixo, afirma.>
Esse teto vai subindo durante os anos, então você nunca alcança. Para isso, teria que contribuir com um teto maior para aniquilar os salários [baixos] antigos, de quanto o teto era muito baixo, completa Newton.>
Após a reforma, tirando as regras de transição, segundo Rafael, para a pessoa conseguir realmente aposentar com o teto, é necessário completar os anos de contribuição que faltam. Para a pessoa conseguir alcançar 100% do teto, pode ser que tenha que trabalhar mais e ter mais tempo de contribuição. Se a pessoa tem pouco tempo de contribuição, ela vai receber apenas um percentual do benefício, conta.>
* Vinicius Zagoto foi aluno do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionado pela editora de Economia Mikaella Campos.>
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