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Sem grana para picanha? Saiba driblar a inflação no churrasco na Copa

Sem grana para picanha? Saiba driblar a inflação no churrasco na Copa

Pesquisa feita por A Gazeta mostra as carnes mais caras e as mais baratas para fazer o tradicional churrasco nos dias de jogos do Brasil; na Grande Vitória, variação nos preços pode chegar a 170%

Publicado em 22 de novembro de 2022 às 19:08

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Paulo Migliori, empresário mostrando as promoções de carne para o jogo do Brasil, em Vitória
Paulo Migliori diz que clientes estão em busca de carnes que tenham melhor custo-benefício. (Ricardo Medeiros)

Reunir a família e os amigos para assistir aos jogos da Seleção Brasileira durante a Copa é uma tradição da qual o brasileiro não abre mão. Mas aquele famoso churrasco que geralmente acompanha essas reuniões pode acabar ficando “salgado” se o consumidor não fizer uma pesquisa antes de ir às compras.

Na Grande Vitória, a variação no preço das carnes mais utilizadas para churrasco pode chegar a 170%. É o caso da costela, por exemplo, cujo quilo pode ser encontrado a partir de R$ 14,80 e chegar a R$ 39,90.

Até a linguicinha, que é uma opção usualmente mais barata e que tem consumo elevado nesse tipo de ocasião, pode trazer prejuízo em caso de desatenção. Em alguns estabelecimentos, o quilo do embutido custa não mais do que R$ 12,89, enquanto, em outros, pode alcançar R$ 26,90, uma variação de 108,7%.

Também bastante procurada, a picanha bovina, que já é um corte mais caro, chega a apresentar 51,6% de variação no preço. Nos estabelecimentos consultados pela reportagem de A Gazeta, os preços oscilam entre R$ 57,99 e R$ 87,90 por quilo.

Sem grana para picanha? Saiba driblar a inflação no churrasco na Copa

A alta nos preços não é de hoje. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) sobre a variação de preços de bens e serviços mais consumidos para acompanhar o futebol, como itens de churrasco, eletrodomésticos e serviços de alimentação e comunicação, apontou que, nos últimos 12 meses, as carnes bovinas, suínas e bebidas tiveram aumento médio de 5,8% nos preços, ficando acima da inflação geral medida pelo Índice de Preços ao Consumidor — Mercado (IPC-M), que acumulou 5,02% no mesmo período.

As carnes que mais subiram desde novembro de 2021 foram linguiça (6,38%); contrafilé (5,56%) e picanha (4,69%). No entanto, ainda é possível encontrar cortes cujos preços diminuíram ou se mantiveram minimamente estáveis, como a costela suína (-1,54%) e a costela bovina (-0,04%).

O IPCA, indicador oficial da inflação, entretanto, registrou percentuais distintos na Grande Vitória, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Carnes em geral tiveram aumento médio de 0,5%, sendo que as carnes de porco registraram aumento médio de 1,69%. O preço da costela teve aumento médio 4,48%. Por outro lado, a alcatra, ficou 0,74% mais barata em doze meses. Contrafilé (-0,43%) e linguiça (-1,01%) também tiveram queda média nos preços. 

O economista Matheus Peçanha, pesquisador responsável pelo estudo, aponta questões tributárias e climáticas como principais responsáveis por esse resultado. E sair de casa para torcer pelo Brasil também requer planejamento: a alimentação na rua ficou, em média, 8,06% mais cara em 12 meses, com destaque para as refeições em restaurantes (8,82%). Assim, é importante ter atenção aos preços para que a alegria do dia de jogo não se transforme em pânico ao ver a fatura do cartão.

Para auxiliar o consumidor, A Gazeta realizou o levantamento de preço de várias carnes para churrasco junto a estabelecimentos da Grande Vitória, por meio dos sites (Carone, Extrabom e Sam’s Club), presencialmente (Epa de Jardim da Penha, em Vitória) e informações repassadas diretamente pelos estabelecimentos (Bento Açougueira e Frisa).

Os itens pesquisados foram picanha (bovina e suína), costela, fraldinha, contrafilé, alcatra (bovina e suína), linguiça, coxinha da asa e asinha de frango. Confira os preços por quilo:

Paulo Migliori, proprietário do Bento Açougueria, de Bento Ferreira, em Vitória, pontua que, diante da alta de preços, muitos clientes que optam por preparar churrascos têm dado preferência aos cortes de carne que têm melhor custo-benefício, como a fraldinha, e estão deixando de lado a picanha e outros cortes mais nobres (de primeira).

"Estamos fazendo um trabalho para atrair o cliente até o açougue, com preços mais em conta. Quando o cliente vem para comprar carne de churrasco, perguntamos para quantas pessoas, quais as preferências, para direcionar o cliente às melhores opções."

Há vários anos trabalhando no ramo da churrascaria, Nilton César Ribeiro,  proprietário de um buffet especializado em churrasco, que atende na Grande Vitória, explica que, ao fazer as compras, também é importante considerar a quantidade de pessoas que vão comparecer.

“Em média, cada pessoa vai consumir 400 gramas de carne, entre porco, boi, frango, se tiver um complemento. É interessante investir em guarnições, como um tropeiro, uma farofa. Quando é só carne, a pessoa acaba comendo até mais.”

Para servir dez pessoas, por exemplo, ele estima que dois quilos de carne bovina, um quilo de linguiça e um quilo de frango (asa ou coxinha) bastam. “A carne de porco as pessoas geralmente não comem tanto, mas também compensa.”

Inflação do churrasco: Copa do Mundo 2022 de (Núcleo de Reportagem de A Gazeta)

Com informações de Caroline Freitas

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