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Sem auxílio emergencial vendas do comércio no ES caem 2,4% em janeiro

Sem auxílio emergencial vendas do comércio no ES caem 2,4% em janeiro

Retração não é tendência exclusiva do Espírito Santo. Em 23 Estados, o movimento do varejo caiu no início de 2021

Publicado em 12 de março de 2021 às 10:50- Atualizado há 3 anos

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Movimentação no comércio de rua da Glória na Black Friday 2020
Movimentação no comércio de rua da Glória no fim de 2020. (Carlos Alberto Silva)

A interrupção no pagamento do auxílio emergencial, cuja última parcela, até então, seria paga em dezembro, já deixou marcas no comércio do Espírito Santo, cujas vendas tiveram queda de 2,4 % em janeiro, ante o mês anterior. É o pior resultado para o mês desde 2013 (-5.4%), segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda não é tendência exclusiva do Espírito Santo. Em 23 Estados, o movimento do varejo caiu no início de 2021. No país, o volume de vendas do comércio varejista teve retrocesso de 0,2% frente a dezembro.

Já nas demais bases de comparação, o desempenho do varejo em território capixaba foi positivo. Na comparação com janeiro de 2020, por exemplo, o avanço do comércio varejista ficou em 3,3% no mês.

As vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação foram as que mais cresceram em relação a janeiro do ano passado, com alta de 27,4%. O dado pode ser explicado pelo aumento de pessoas trabalhando de casa, em função do agravamento da pandemia.

As buscas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos também registraram resultado positivo, com aumento de 15,2% ante janeiro do ano passado. O mesmo ocorre com a venda de combustíveis e lubrificantes (12,5%), e tecidos e vestuário (5,3%).

Também cresceram as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo em geral (4,2%), sob influência do isolamento social, que levou as famílias a cozinharem mais, fosse por necessidade, ou como um novo hobby.

Por outro lado, houve redução nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria (-43,9%). Vale lembrar que, neste ano, em diversos municípios o ano letivo começou mais tarde que o habitual em função dos ajustes necessários diante da pandemia. Também houve queda na venda de móveis (-31,9%) e eletrodomésticos (-4%).

No acumulado em 12 meses, as vendas do comércio no Estado cresceram 4,5%.

VAREJO AMPLIADO

No índice que avalia as vendas do comércio varejista ampliado, o Espírito Santo apresentou queda de 0,3% em janeiro, na comparação com o mês anterior. O dado agrega aos índices do varejo, as atividades de vendas de veículos, motocicletas, partes e peças e de materiais de construção, que incluem o ramo atacadista.

Nas demais bases de comparação, o resultado é positivo. Na comparação com janeiro de 2020, por exemplo, o varejo ampliado cresceu 1% no Estado. Já no acumulado em 12 meses, o aumento foi de 3,4%.

O bom desempenho é puxado especialmente pelas vendas de materiais de construção, que aumentaram 31,3% em relação a janeiro de 2020, sob efeito do aumento de reformas e até mesmo grandes obras, movidas pela queda de juros no mercado imobiliário. Já as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças tiveram queda de 6% no período.

RESULTADOS NO PAÍS

Em janeiro, o volume de vendas do comércio varejista nacional recuou 0,2% frente a dezembro. Foi o terceiro mês seguido de quedas, com predomínio de resultados negativos em 23 dos 27 Estados pesquisados, com destaque para: Amazonas (-29,7%), Rondônia (-9,1%) e Ceará (-4,9%). Por outro lado, influenciando positivamente, figuram quatro das 27 UFs, sendo as principais, em termos de magnitude: Minas Gerais (8,3%), Tocantins (3,7%) e Acre (1,1%).  Na comparação com janeiro de 2020, queda foi de 0,3%. Em 12 meses, o varejo nacional cresceu 1%.

“Com a diminuição do aporte de recursos do auxílio emergencial, a partir de outubro, a capacidade de consumo das famílias diminuiu, com impacto direto no comércio, levando os indicadores à estabilidade em novembro (-0,1%), uma queda em dezembro (-6,2%), e, agora, outra estabilidade em janeiro (-0,2%)”, afirmou o gerente da Pesquisa Mensal do Comércio, Cristiano Santos.

No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 2,1% em janeiro, na comparação com o mês anterior. Vinte e cinco Estados apresentaram variações negativas, sendo as mais intensas registradas para Amazonas (-33,9%), Rondônia (-5,8%) e Distrito Federal (-4,7%).

Segundo o pesquisador, a amplitude, no campo negativo, para o Amazonas, tanto no varejo quanto no varejo ampliado, teve influência da restrição de circulação de pessoas, adotada a partir da última semana de janeiro de 2021, em função do colapso do sistema de saúde naquele Estado.

“Janeiro foi um mês de repique da pandemia, com restrições de funcionamento de estabelecimentos comerciais em alguns estados, que refletiram de maneira mais forte no setor de veículos. Veículos tem o segundo maior peso no comércio, e já vinha de uma queda em dezembro (-3,3%)”, comentou Santos.

Em relação a janeiro do ano passado, as vendas do comércio varejista ampliado recuaram 2,9% no país. O resultado do segmento no acumulado em 12 meses também é negativo, com retração de 1,9%.

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