Repórter de Economia / [email protected]
Publicado em 13 de setembro de 2021 às 17:05
O mundo do trabalho passa por constantes transformações e na era digital essas mudanças estão ainda mais aceleradas. Para se manter em alta, o profissional precisa desenvolver algumas competências essenciais exigidas pelo mercado. A primeira delas é a flexibilidade cognitiva, que, fundamentalmente, se traduz em adaptabilidade. Ou seja, o trabalhador precisa mudar no ritmo do mercado, se adaptando a ele. As habilidades foram listadas pelo palestrante e escritor Andrea Iorio. >
“A segunda aptidão é a que chamo de atitude 'maker', ou seja, a capacidade de execução constante e tolerância ao erro. Os trabalhadores precisam ainda se tornar especialistas em comportamento humano. Na prática, tem a ver com a empatia, que passa a ser a chave para vender mais e não apenas focar no produto”, ressalta. >
Outra característica fundamental é ter pensamento crítico que é a habilidade de repensar as coisas e não apenas executar as atividades sempre da mesma forma. “O profissional também precisa desenvolver o altruísmo digital, fundamental no desenvolvimento de competências humanas. E por fim, o foco no resultado", destaca.>
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Iorio é autor do livro “6 Competências da Transformação Digital”, lançado em 2019. Ele foi diretor do Tinder na América Latina por cinco anos e diretor da área digital da L’Oréal no Brasil. Nesta segunda-feira (13), Iorio faz uma palestra na abertura da Jornada Científica e Cultural da Faesa. O evento é gratuito e on-line e terá como tema “Transformação digital e as competências do profissional do futuro” . Os interessados podem acessar o site para se inscrever. >
“Quem quer se manter no mercado precisa se fazer constantemente a seguinte pergunta: eu estou mudando na mesma rapidez do que o meu mercado? Eu estou mudando na velocidade do meu cliente? Se a resposta for não, significa que temos que ter o senso de urgência de virarmos os protagonistas de uma transformação e desenvolver novas competências e habilidades”, avalia. >
O escritor esclarece que é muito difícil medir a própria evolução profissional. Entretanto, as habilidades se desenvolvem com micro-ações e comportamentos alinhados com as competências, ou seja, com o aprendizado da prática. >
“Por exemplo, se a gente quer virar especialista em comportamento humano, a gente precisa analisar dados sobre a conduta dos clientes todos os dias. Se não tivermos esses levantamentos, temos que implantar um sistema de coleta. Não é fazer um curso de big data apenas, mas é diariamente aplicar isso no negócio, gerando essa competência no médio e longo prazo”, relata. >
Entre as mudanças significativas do mercado de trabalho está uma imprevisibilidade dos empregos futuros. Prova disto é que um relatório recente da Dell Technologies apontou que 85% dos postos de trabalho que existirão até 2030 ainda nem foram inventados. >
A inovação muda os mercados e produz cada vez mais novos empregos, dificultando prever quais serão os empregos do futuro. Iorio aponta que outra alteração no mercado de trabalho é a facilidade de entrar e sair de empregos devido a plataformas digitais como Linkedin. >
“Isso faz com que os ciclos de uma empresa estejam cada vez menores e a fidelização dos colaboradores fica mais difícil porque eles podem mais facilmente achar outras alternativas. Vemos muito isso na geração Z, que tem expectativas de trabalhos cada vez mais curtos”, ressalta. >
Ele destaca ainda a humanização e o reforço das competências emocionais. A tecnologia tornou os trabalhos cada vez mais automatizados, exigindo que os profissionais tenham mais competências humanas e não apenas atribuições técnicas, como avalia o escritor. >
“No passado não havia todo esse acesso à informação, não tinha a chance de trabalhar remotamente e, consequentemente, mudar de empresa era mais caro, demorado e difícil. Hoje, com a tecnologia à disposição, podemos nos recolocar de forma mais ágil. O segundo fator que podemos destacar aqui são as expectativas cada vez mais de curto prazo dos jovens da geração Z, que estão acostumados a ter feedbacks imediatos, gratificações instantâneas e, consequentemente, começam a esperar isso das empresas”, afirma. >
O palestrante explica que os empregadores buscam profissionais adaptáveis e não só especialistas. “O mercado quer pessoas que saibam mostrar que elas já se reinventaram ao longo de suas carreiras e que vão continuar fazendo isso. Além disso, as organizações querem colaboradores empáticos, com inteligência emocional.”>
Ele também chama a atenção para a habilidade de analisar os problemas de forma muito clara, pontos estes que podem ser listados durante uma entrevista. >
“Durante uma entrevista, por exemplo, o candidato deve listar suas experiências e ainda demonstrar proatividade, fazer perguntas e não apenas trazer respostas demonstrando o pensamento crítico. Ele precisa trazer pontos de vista diferentes, sugestões diferentes e mostrar que é capaz de trabalhar dados independente do cargo”, finaliza.>
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