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ES cria 7,2 mil empregos formais em fevereiro, antes da nova quarentena

ES cria 7,2 mil empregos formais em fevereiro, antes da nova quarentena

Setor de serviços e indústria puxam as contratações, com mais de 2,7 mil novas vagas cada uma; resultados antecedem restrições econômicas no Estado

Publicado em 30 de março de 2021 às 12:46- Atualizado há 3 anos

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Carteira de Trabalho e previdência social
Em fevereiro, o saldo de novos empregos com carteira assinada foi de 7.239 no ES. (Fernando Madeira)

O ano de 2021 começou com o mercado de trabalho aquecido no Espírito Santo. Após um bom resultado em janeiro (4.971 vagas), em fevereiro o saldo de novos empregos com carteira assinada foi de 7.239, ou seja, foram abertas mais vagas que fechadas no Estado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério da Economia.

O número supera o registrado em fevereiro de 2020, ainda antes da pandemia do coronavírus, quando foram criadas apenas 3.671 novas vagas no Espírito Santo, isto é, quase a metade das oportunidades abertas neste mesmo período em 2021. 

Em um movimento inédito desde março do ano passado, todos os segmentos tiveram saldo positivo de contratações no Estado.

O bom resultado foi puxado, principalmente, pelo desempenho do setor de serviços, que sozinho criou 2.742 empregos no mês. Dentro do segmento, foi a área da educação que registrou mais oportunidades, com 701 novas vagas.

O resultado explica-se pelo fato de que o ano letivo chegou a ser iniciado de forma presencial, ou mesmo semipresencial, em diversos municípios, e muitas escolas reforçaram o quadro de pessoal, antes que fossem estabelecidas novas restrições. As áreas de atividades administrativas (518) e atividades profissionais, científicas e técnicas (439) também tiveram desempenho.

A indústria não ficou atrás, e foi responsável por 2.738 novas contratações, com destaque para as indústrias da transformação (2.587), que foram beneficiadas pela recuperação do mercado global.

Em menor escala, mas também com saldo positivo, aparecem o comércio (com 996 novos empregos) e a construção civil (578). O agronegócio, que não registrava saldo positivo de vagas pelo menos desde o início da crise do coronavírus, fechou o mês com 185 empregos a mais que o número de funcionários demitidos.

CRIAÇÃO DE EMPREGOS NO ES POR CIDADE

A maior parte das vagas criadas em fevereiro no Estado está na Grande Vitória - com destaque para Vitória e Serra. Em seguida, estão a frente nas contratações Aracruz, Linhares e Cachoeiro de Itapemirim.

São cidades que, no geral, concentram grandes empresas, principalmente na área industrial, onde o número de contratações tem se mantido positivo nos últimos meses. 

RESTRIÇÕES DEVEM FRUSTRAR CRESCIMENTO EM MARÇO

Apesar do saldo positivo de empregos em fevereiro, o Caged referente ao mês de março pode não trazer números tão animadores, uma vez que, desde o dia 18, o Espírito Santo está em restrição, a fim de tentar conter o avanço do coronavírus.

Sob ameaça das novas variantes, incluindo uma cepa britânica e uma brasileira, muito mais transmissíveis, o governo do Estado proibiu o funcionamento de quaisquer atividades de comércio e serviço consideradas não essenciais neste momento.

Indiretamente, a paralisação também tem causado prejuízos em segmentos da indústria, por exemplo, que estão reduzindo ou até mesmo paralisando a produção, uma vez que, em virtude das restrições, o número de pedidos caiu substancialmente.

Apesar das medidas econômicas estabelecidas pelo governo estadual para tentar mitigar os prejuízos dos empreendedores, muitos empresários já enfrentam dificuldades, e até se arriscam abrindo as portas das lojas, contrariando o decreto governamental.

O economista Marcelo Loyola Fraga reforça que, até fevereiro, o colapso sanitário ocorria em alguns  locais isolados, e por isso houve crescimento da economia - e, consequentemente, do número de contratações - não somente no Espírito Santo, mas no país de um modo geral. Por outro lado, no momento, pelo menos 20 Estados estão em dificuldades, e isso deve contribuir para que os próximos indicadores despenquem.

"Esse crescimento que vínhamos mantendo até aqui não deve se repetir em março e, os prejuízos podem respingar também em abril se não houver algum controle da pandemia. Alguns setores, que pela sua essencialidade, puderam continuar com suas atividades, devem sofrer um impacto menor, mas é um movimento em cadeia. Quando um cai, os outros também sofrem porque estão interligados."

RESULTADO NO PAÍS

O saldo positivo também se repetiu em nível nacional. O emprego formal no Brasil apresentou crescimento em fevereiro de 2021 com um saldo de 401.639 postos de trabalho. Em fevereiro de 2020, portanto antes da pandemia, a geração de empregos havia ficado em 225.648 (com ajustes).

O estoque de empregos formais no país chegou a 40.022.748 vínculos, o que representa uma variação de 1,01% em relação ao estoque do mês anterior.

Todos os setores de atividade econômica apresentaram crescimento no mês, mas, assim como no Espírito Santo, o setor da serviços foi o grande destaque, com a geração de 173.547 novos postos de trabalho formais.

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Errata Correção
30 de março de 2021 às 15:25

Na primeira versão deste texto, a matéria dizia que Serra abriu 965 vagas; Aracruz, 680 e Colatina, 309, Mas a informação correta é que a Serra criou 1.194; Aracruz , 845; e Colatina, 198. A informação foi corrigida.

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