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Após privatização da Codesa, saiba o futuro dos funcionários da empresa

Após privatização da Codesa, saiba o futuro dos funcionários da empresa

Companhia foi privatizada por R$ 106 milhões para fundo de investimentos. Governo federal estabeleceu regras para período de transição da administração pública para a privada

Publicado em 31 de março de 2022 às 16:44- Atualizado há 2 anos

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A Quadra Capital, representada pelo fundo de investimentos FIP Shelf 119 Multiestratégia, que arrematou a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), assumirá todos as dívidas da empresa e também os trabalhadores. Como a companhia, que foi privatizada por R$ 106 milhões nesta quarta-feira (30), se tornará privada, o novo dono poderá decidir sobre o futuro dos colaboradores.

Atualmente, são cerca de 230 empregados. Contudo, o modelo aprovado pelo governo federal prevê um plano de transição para reduzir eventuais impactos. Entre as regras estão a garantia de estabilidade temporária e a criação de um plano de demissão voluntária.

Complexo Portuário de Vitória, Companhia Docas do Espirito Santo, (Codesa)
Terminal da Companhia Docas do Espirito Santo (Codesa) no Porto de Vitória. (Fernando Madeira)

O contrato a ser firmado entre a União e a Quadra Capital proíbe demissões do atual quadro de funcionários sem justa causa por 12 meses, contado a partir da celebração do contrato, e apresentação de um Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV).

No dia 30 de março, o Ministério da Infraestrutura informou que o programa seria custeado por até 10% das ações vendidas pela União (cerca de R$ 32,6 milhões). Posteriormente, entretanto, esclareceu que o PIDV será custeado pelo novo controlador da Codesa. Quem aderir ao PIDV, abre mão da estabilidade temporária.

"Foi negociado com o sindicato. Os empregados, após a chegada da concessionária, terão uma proteção contra demissão sem justa causa, ou seja, uma espécie estabilidade por um ano, período que achamos suficiente para que essas pessoas possam mostrar o seu valor para o futuro gestor", declarou o diretor-presidente da Codesa, Julio Castiglioni, em entrevista coletiva sobre a privatização da companhia.

A Codesa deverá apresentar nos próximos meses o plano de desligamento voluntário. A data do desligamento definitivo prevista no PDIV poderá ser determinada por acordo entre as partes. Ou seja, o acordo poderá ser feito antes do fim do período de 12 meses de estabilidade previsto, conforme já noticiou A Gazeta.

Além disso, o governo estabeleceu que, se houver demissão de funcionários após a transferência das ações, a empresa deverá fornecer ao trabalhador um programa de requalificação profissional para facilitar sua reinserção no mercado de trabalho.

O advogado Wiler Coelho, que representa a guarda portuária e o Sindicato Unificado da Orla Portuária do Espírito Santo (Suport-ES), declarou que embora os termos resguardem os trabalhadores em um primeiro momento, o clima entre os profissionais é de apreensão em relação ao futuro.

"Estamos falando de trabalhadores que fizeram concurso para serem empregados públicos. Não esperavam o governo decidir vender uma empresa lucrativa, que movimenta a economia do Estado. Nós tentamos conversar com a União para que os que vierem a ser demitidos sejam remanejados para outras empresas públicas, mas não conseguimos. Aqui temos pessoas de mais de 50 anos, que têm dificuldade de reinserção no mercado. E até mesmo a guarda portuária, que é quem faz toda a fiscalização do porto, foi privatizada. É um ente privado quem vai fazer isso."

Ele observa, porém, que, futuramente, caso os servidores sintam-se prejudicados, podem questionar judicialmente a demissão.

Errata Correção
1 de abril de 2022 às 14:54

Inicialmente, o Ministério da Infraestrutura informou que o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) da Codesa seria custeado por até 10% das ações vendidas pela União. No entanto, após a publicação da reportagem, o MInfra se corrigiu e esclareceu que o PIDV será custeado pelo novo controlador da Codesa. O trecho foi corrigido.

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