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Publicado em 27 de maio de 2022 às 21:19
Sucessivos vazamentos deixaram sem água diversos imóveis residenciais e comerciais localizados no bairro Campo Grande, em Cariacica — incluindo um hospital. Moradores da região procuraram a reportagem de A Gazeta em busca de respostas para o desabastecimento registrado ao longo desta semana.>
Gustavo Pizzol, por exemplo, relatou ter ficado sem água por quase quatro dias. "O problema começou na segunda-feira (23). Sempre que ligávamos, a Cesan pedia 24 horas e dizia que o abastecimento estava normal. Só hoje (sexta-feira) voltei a ter água, mas por caminhão-pipa. Até quando ela vai durar?", reclamou.>
Segundo o morador, o problema se deve a uma tubulação antiga que quebra frequentemente, na Rua Vale do Rio Doce. "Além disso, vale destacar, que o cano é de amianto, um produto cancerígeno e que teve o uso proibido. Como que a água pode passar por ele?", questionou.>
Procurado, o Hospital São Francisco afirmou que está sofrendo com desabastecimento desde a quarta-feira (25) e que tem solicitado caminhões-pipa diariamente à Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), depois que a própria reserva de água se esgotou.>
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O hospital também ressaltou que "por se tratar de unidade de atendimento à saúde, não pode ficar sem o recurso" e que a Cesan "ainda não deu qualquer previsão para a solução do problema". Além disso, adiantou que continuará fazendo solicitações de caminhão-pipa até que a situação normalize.>
Responsável pela gerência metropolitana-sul da Cesan, Diogo da Costa e Siqueira confirmou a existência da tubulação de amianto na Rua Vale do Rio Doce e recentes problemas relacionados a ela. "Como é antiga, não resistiu à pressão da água e tivemos cinco vazamentos no intervalo de 14 dias", admitiu. >
"O primeiro aconteceu no dia 11 de maio, depois na quinta e sexta-feira da semana passada. Nessa quinta-feira (26), foram mais dois", detalhou. "Os imóveis que mais sentiram são os que tinham menor reserva ou que coincidiram de ficar sem justamente quando precisou ser feito o novo reparo", continuou.>
Para alívio dos moradores de Campo Grande, ele garantiu que a tubulação deve ser totalmente substituída até o final de junho deste ano. "A infraestrutura já está instalada e nos próximos 30 dias faremos a mudança de ramal de cada ligação, ou seja, ligaremos a rede nova com todos os clientes", explicou.>
Sobre o fato do cano ser de amianto, Diogo esclareceu não haver risco para a saúde dos clientes. "O amianto é danoso e pode gerar câncer de pulmão por meio da aspiração do pó dele. Não há estudos que vinculem qualquer mal pela ingestão da água que passa por tubulações de amianto", afirmou.>
Ele também disse que o abastecimento foi gradativamente normalizado e que a situação no bairro estava normal no início da noite desta sexta-feira (27). "Se, por ventura, alguém não estiver recebendo a chegada de água, é importante entrar em contato com o 115, porque pode ser um problema pontual", orientou.>
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