Publicado em 1 de outubro de 2020 às 20:47
Atualização: Diferente do que foi publicado originalmente, as multas que totalizaram R$ 250 mil foram aplicadas durante o período da Operação Mata Atlântica em Pé. O texto foi atualizado às 11h15.>
O uso de fotos de satélites, de alta resolução, aliado a informações de monitoramento e do banco de dados de instituições ambientais e de defesa agropecuária, está ajudando a identificar as áreas de desmatamento no Espírito Santo. Durante a quarta edição da Operação Mata Atlântica em Pé 2020 foram aplicados R$ 250 mil em multas. >
No Estado, segundo o subgerente de controle florestal do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Pedro Heyerdahl, vem sendo utilizado imagens levantadas pela fundação SOS Mata Atlântica, que consegue detectar desmatamentos acima de 3 hectares (o equivalente a três campos de futebol), a partir de imagens anuais de satélites.>
Também lança mão das imagens do MapBiomas uma iniciativa formada por ONGs universidades e empresas de tecnologia, e que conseguem fazer o mapeamento com alertas de desmatamento, com imagens mensais de até 1 hectare de área. Pedro destaca que estas informações são disponibilizadas em dados abertos, ou seja, estão disponíveis para qualquer pessoa.>
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Informações que são ainda cruzadas com levantamentos realizados no Estado, pelo Idaf e ainda fruto de trabalhos que vêm sendo desenvolvidos com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O Estado contratou imagens próprias, com resolução maior, em 2019. Imagens feitas por avião. E ainda temos informações dos órgãos ambientais e outras, como o Cadastro Ambiental Rual (CAR), que são avaliadas para identificar as áreas de desmatamento, informou.>
Há ainda, segundo o subgerente do Idaf, outras fontes de imagens com alta resolução que são gratuitas, como as do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), como o novo satélite lançado no final do ano passado, o CBERS 04A. Outro exemplo, lembra ele, vem da Noruega, que decidiu tornar públicas as imagens de satélites de alta resolução para monitorar o desmatamento em florestas tropicais. São exemplos de algumas alternativas que temos para monitorar o desmatamento, explica Pedro>
A partir destas imagens ou ortofotos, e das demais ferramentas, é feito um refinamento com as informações entre o estado atual dos imóveis e a situação em períodos anteriores para a constatação de desmatamentos recentes.Checamos se não é falso positivo, cruzamos com os nossos dados, como as áreas autorizadas para desmate, as que foram autuadas pelo Estado e Ibama, dentre outras, relata.>
Com as informações mais refinadas, os técnicos partem para as fiscalizações nos locais identificados. No Estado, como o Idaf está presente em todos os municípios, podemos fazer a fiscalização no local. Mas há outros Estados que fazem a fiscalização toda virtual e envia a autuação pelo correio, conta Pedro.>
Conta ainda que no Espírito Santo as infrações, em geral, são executadas em 0,1% das propriedades. Em 99% dos casos, segundo o subgerente, os proprietários rurais são parceiros da preservação. >
Em 2020, durante a quarta edição Operação Mata Atlântica em Pé 2020, foram fiscalizados 27 pontos, constatadas 38 infrações, e foi constatado desmatamento em 95 hectares (o equivalente a 95 campos de futebol) de áreas, que foram embargadas para que seja providenciado a recuperação. Foram ainda aplicadas multas que totalizaram R$ 250 mil. >
A fiscalização ocorreu num total de 15 municípios distribuídos nas regiões do Caparaó, Serrana, Norte, Noroeste. Dentre os municípios destacam-se: Domingos Martins, Alfredo Chaves, Guarapari, Colatina, Pancas, São Mateus e Nova Venécia.>
Em 2019 foi constatado, no Espírito Santo, o desmatamento de 65 hectares e emitidos quatro autos de infração ambiental. Oito boletins de ocorrência foram encaminhados para a Polícia Civil e para o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para investigação. A fiscalização foi realizada em áreas nos municípios de Guarapari, Linhares e Governador Lindenberg.>
O Espírito Santo conta com uma área de 4 milhões hectares, sendo que 1 milhão de hectares é composto de vegetação nativa. O desmatamento ocorreu em 95 hectares. >
As informações foram divulgadas durante a realização do balanço da quarta edição Operação Mata Atlântica em Pé 2020 no Espírito Santo, que aconteceu em 17 Estados brasileiros. Teve início no dia 21 de setembro, com o objetivo de coibir o desmatamento e proteger as regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica. >
Segundo o promotor Marcelo Lemos, dirigente do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoa), a operação tem ainda o objetivo de chamar a atenção para a proteção da Mata Atlântica, principalmente em um momento em que ocorrem muitas queimadas no país. >
Lemos destaca que é preciso conscientização de que a proteção das florestas garantem a produção de água e tem impacto ainda na mudança climática. A proteção da Mata Atlântica é fundamental, destacou. >
No Estado participaram da operação o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA); do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).>
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