Repórter / jvianna@redegazeta.com.br
Publicado em 30 de outubro de 2021 às 13:32
Mais de 18,5 mil aparelhos celulares foram roubados ou furtados no Espírito Santo apenas esse ano, entre janeiro e setembro, segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) que consta no Painel de Crimes Contra o Patrimônio. O equipamento é o preferido dos bandidos, ficando muito à frente de veículos (5.896) e bicicletas (2.061).
Os dados mostram também os modelos que mais são levados pelos criminosos, que são predominantemente os que contam com o sistema operacional Android. O mais roubado é o A10, da Samsung, que lidera os registros com pelo menos 788 ocorrências entre as 2.643 em que as marcas foram especificadas no levantamento.
O aparelho é seguido pelo Redmi Note 9, da chinesa Xiaomi, com 543 menções. Na ordem dos mais citados, estão ainda: A01, A20, A11 e J7, todos da Samsung. O modelo da Apple mais roubado pelos bandidos é o Iphone 7, que está em sétimo lugar no levantamento dos celulares mais roubados ou furtados em 2021.
Apesar da predominância dos modelos com tecnologia Android na lista dos aparelhos mais roubados, especialistas garantem que os bandidos não demonstram uma preferência entre os modelos. A lista está mais ligada aos aparelhos mais populares e disponíveis nas ruas, segundo o delegado titular do 17º Distrito Policial, Henrique Vidigal.
Delegado Henrique Vidigal
Titular do 17º Distrito PolicialO diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Pablo Lira, órgão que realizou o levantamento, diz que os dados permitem um trabalho de inteligência policial para que seja possível formular ações para prevenir crimes e reprimir atores que estão cometendo esses delitos.
Pablo Lira
Diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos NevesOs celulares, segundo o delegado Henrique Vidigal, são desbloqueados por técnicos e utilizados para revenda no mercado, geralmente com preço bem abaixo do mercado.
“Há muitas pessoas que, querendo vantagem em adquirir o produto mais barato, acabam comprando esses aparelhos. Mas isso pode ser caracterizado crime de receptação e também está sujeito a penalidades. Em outros casos, os aparelhos também são desmontados e têm suas peças vendidas”, afirma o delegado.
Entre os 18,5 mil celulares roubados ou furtados até setembro deste ano, 7.823 foram recuperados e entregues aos seus donos, cerca de 42% do total. Já em 2020, foram 9.580 aparelhos recuperados entre os 25.087 roubados ou furtados entre janeiro e dezembro.
Foi o caso de Maria de Lourdes Oliveira Alves Vasconcelos, de 46 anos. Ela foi assaltada na Praça 8, Centro de Vitória, no ano passado, quando foi rendida por trás com um homem que aparentava estar armado com uma pistola.
Logo depois do assalto, ela foi à delegacia e registrou o Boletim de Ocorrência. Na mesma semana, teve seu aparelho recuperado. Ela conta que os policiais rastrearam o aparelho através Imei (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, na sigla em Inglês) e constataram que o celular passou por três detentos antes de voltar para as mãos dela.
A mesma sorte de ter de volta o seu aparelho não teve a filha de Maria de Lourdes, a jovem Ludiene Mendes de Oliveira, 21 anos, também assaltada no ano passado.
“Eu estava saindo do trabalho, por volta das 19 horas, e quando estava no ponto de ônibus, com uma outra moça, um rapaz sacou a arma e pediu nossos aparelhos. Entregamos. Eu fiz o Boletim de Ocorrência, mas nunca consegui recuperar o aparelho. Havia dois meses que tinha acabado de pagar o celular, que estava novinho. Consegui comprar outro somente um ano depois”, lamenta.
Segundo Gilberto Sudré, comentarista do quadro CBN e a Tecnologia, da CBN Vitória, o nível de segurança dos aparelhos são similares. “O que acontece é que normalmente a linha da Apple vem de fábrica várias aplicações de segurança. Porém, no Android, pode-se adotar os mesmos mecanismos de defesa, bastando ficar atento à configuração. Os aparelhos de tecnologia Android são muito mais populares e é natural que sejam mais roubados, até por serem mais fáceis de vender”, diz.
Ele afirma que é importante acionar ferramentas de rastreio, bloqueio remoto ou remoção remota de conteúdo, opções que muitas vezes não são conhecidas. “O problema é que muitas vezes as pessoas acham que nunca vão perder seus aparelhos. Tem que ter backup, pois não é somente o risco de roubo, mas também queda, água, perda do aparelho. Então, tudo que tiver no celular e for importante, é preciso fazer backup, e muitos só lembram depois que perdem."
Ferramenta de rastreio
Com a ferramenta de rastreio é possível localizar o celular, sabendo onde ele está em tempo real. A tecnologia está em aparelhos Android ou Iphone.
Bloqueio remoto
Na própria ferramenta de rastreio, a pessoa pode bloquear, mesmo de longe, o aparelho celular para que outras pessoas não tenham acesso às informações.
Remoção remota de conteúdo
Também com a ferramenta de rastreio, há possibilidade de remover, mesmo remotamente, alguns conteúdos, como aplicativos de bancos.
Toque de campainha
A pessoa, quando perde o aparelho, pode fazer o celular disparar um alarme sonoro, para identificar se o dispositivo está por perto.
Backup
Dependendo da plataforma, pode-se salvar fotos, vídeos e documentos fazendo backup pelo Google Drive (Android) ou Icloud (Apple), ou, caso não queira arcar com custos de armazenamento em nuvem, salvar as coisas mais importantes no computador.
Senhas seguras
eja qual for o celular, é importante que as senhas de bloqueio do celular sejam complexas, pois mesmo biometria e identificação de rosto são sistemas de segurança frágil. O ideal é ter senha alfa numérica, que não seja tão óbvia.
Criptografia
A criptografia do cartão de memória e da memória interna é funcionalidade nativa do dispositivo, mas é preciso entrar na configuração e pedir para codificar o aparelho, assim as funcionalidades do celular só irão funcionar naquele celular.
Pasta segura
A opção de pasta segura é uma pasta criptografada do aparelho que serve para armazenar arquivos, mídia ou aplicativos que queira manter privados.
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