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Publicado em 8 de novembro de 2024 às 10:37
Após mais de 12 horas de julgamento no Fórum de Mimoso do Sul, no Sul do Espírito Santo, referente ao acidente que matou 11 pessoas e deixou nove feridas na BR 101 em 2017, a Justiça condenou o motorista Wesley Rainha Cardoso a 15 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, e o empresário Marcelo José de Souza, a dois anos e três meses em regime aberto. A decisão saiu na noite de quinta-feira (7). Os réus condenados são, respectivamente, o condutor e o proprietário do caminhão que provocou a batida envolvendo um micro-ônibus em que estavam integrantes do grupo folclórico de dança alemã Bergfreunde.>
Familiares das vítimas, que moravam em Domingos Martins, acompanharam o julgamento, que começou na manhã de quinta-feira. “Foram sete anos de espera. De fato, havia, e ainda há, por parte das famílias, essa vontade de Justiça ser feita. Não se trata de criminosos contumazes, mas de duas pessoas que cometeram infrações e isso foi reconhecido pelos jurados que precisam ser responsabilizados pelas infrações que cometeram”, disse o advogado das famílias, Lucas Kaiser, em entrevista ao repórter Matheus Passos, da TV Gazeta. >
Wesley Rainha Cardoso, que dirigia o caminhão, foi condenado por 11 homicídios dolosos e 9 tentativas de homicídios. Ele foi levado ao sistema prisional pela Polícia Militar. Já Marcelo José de Souza, dono do veículo, foi condenado por 11 homicídios culposos e 9 lesões corporais. A justiça autorizou Marcelo para aguardar o trânsito em julgado da sentença em liberdade.>
Para os familiares, a condenação representa um alívio diante da dor que dura sete anos. “Sensação é que fechou um ciclo que tinha que fechar. A gente parece que não fica satisfeito, mas, olhando para o outro lado a gente vê o sofrimento, nada vai trazer nossos meninos de volta, não tem sentença que os traga de volta. A dor e saudade fica para sempre”, disse Lenilda Santana Wetter, mãe de Karine, uma das integrantes do grupo de dança, que na época tinha 16 anos.>
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Outro familiar das vítimas do trágico acidente que esteve presente foi Gabriel Endlich. Ele era irmão de Aloísio e achou e pena branda ao dono do caminhão envolvido na batida. >
Gabriel Endlich
Irmão de uma das vítimas
O advogado de Wesley Rainha Cardoso, Walas Espíndola, informou que irá interpor um recurso para que tentar reverter a decisão. Já a advogada do Marcelo José de Souza, Luana Gasparini, informou à imprensa que buscavam a absolvição e também irá recorrer da decisão. >
As 11 vítimas voltavam de uma apresentação de dança em Juiz de Fora, Minas Gerais. Na época, a PRF, disse que o motorista do caminhão, carregado com chapas de granito, tentava ultrapassar outro veículo no sentido Rio de Janeiro quando perdeu o controle, invadiu a contramão e colidiu com o micro-ônibus que vinha no sentido oposto. >
Após a colisão, o micro-ônibus também invadiu a contramão e bateu em uma carreta carregada de cerveja. Ambos os veículos pegaram fogo. Logo depois, um Ford Ka colidiu com os pedaços de granito espalhados na pista. >
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