Publicado em 26 de dezembro de 2020 às 14:53
O ano era 2016 quando o o técnico industrial Luís Felipe tomou uma importante decisão: ele cursaria Direito junto com o filho Lucas, na época com 18 anos, diagnosticado com síndrome de Asperger - autismo de grau leve. Essa saga durou cinco anos e acabou neste mês, quando pai e filho concluíram o curso em uma faculdade da Grande Vitória.>
O motivo que levou o pai para a sala junto com o ilho foi o histórico de preconceito em função do autismo e a preocupação de como seria a reação dele com a turma. Como a mãe já era formada na área, a missão foi incumbida ao pai, hoje com 46 anos. >
Luís Felipe
Técnico industrial e pai de LucasLucas Weberling, hoje com 23 anos, é o mais velho de três irmãos e foi diagnosticado com autismo aos 12 anos. Na época, a família já começou um tratamento para melhorar a coordenação motora dele e problemas com socialização.>
Mesmo assim, o autismo fez com que Lucas sofresse preconceito e bullying na escola. Foi apenas no Ensino Médio que ele começou a ser aceito pelos colegas.>
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Logo no primeiro dia de aula, durante a apresentação para os novos colegas, Lucas contou que era autista e disse que não enxergava a condição como um fator de limitação.>
A professora chamou todo mundo na frente da sala para se apresentar e eu falei o meu nome, disse que era autista, decidi fazer o curso de direito e que contava com a ajuda de todos. A ajuda é fundamental e não digo só para um autista. Com a ajuda, a gente enfrenta um obstáculo que parece grande ser pequeno, declarou. >
A ação dos pais de o acompanharem é avaliada por Lucas como fundamental para ele mesmo acreditar que conseguiria concluir a faculdade. E concluiu. Neste mês de dezembro, filho e pai terminaram a graduação. A colação de grau acontecerá em fevereiro de 2021. >
Não existe uma barreira que ele [o autista] não pode alcançar. Se ajudarem e tiverem alguém para acreditar nele, ele pode mudar o mundo. Sinceramente, eu acho que é isso que o mundo está precisando: de mais pessoas como nós. De pessoas que acreditam nas pessoas, que fazem acreditar que o mundo, apesar de ser gigante, se torna pequeno pelo tanto de pessoas que vão te ajudando ao longo da vida. Se você tiver isso, acho que consegue tudo, revelou.>
Ao olhar para a trajetória que traçou ao longo da faculdade e relação com colegas e professores, Lucas declarou: A gente evolui como pessoa e como sociedade através da convivência e inclusão.>
Com informações da TV Gazeta e de Luiza Marcondes, do G1 ES>
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