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Publicado em 13 de novembro de 2025 às 12:18
Blocos gigantes de concreto que lembram peças de Lego — brinquedos de construção com peças de plástico interconectáveis — estão sendo usados em uma obra e chamam a atenção em praias de Jacaraípe, na Serra. Responsável pela intervenção, o Departamento de Edificações e de Rodovias (DER-ES) explicou que a tecnologia é inédita no Espírito Santo e tem objetivo de frear o avanço do mar em trechos onde a erosão já ameaça até a rodovia ES 010. >
A obra está orçada em R$ 17,4 milhões e é executada pela Premier Engenharia em dois trechos: 305 metros na Praia da Curva da Baleia (lote 1) e 232 metros na Enseada de Jacaraípe (lote 2) — onde a intervenção na altura da Praia de Capuba está em fase final — segundo o DER, a parte paisagística deve ser concluída em até 15 dias.>
Apesar do nome que desperta curiosidade, não há relação formal com a marca dinamarquesa Lego. A comparação é apenas visual, já que os blocos são retangulares e se encaixam uns sobre os outros, lembrando as peças do brinquedo.>
Segundo o DER-ES, a tecnologia é inspirada em soluções europeias usadas nos Países Baixos para contenção de erosão costeira. Em janeiro deste ano, o diretor-geral do Departamento de Edificações e de Rodovias, José Eustáquio de Freitas, chegou a visitar Maceió, no Nordeste brasileiro, para conhecer de perto obras com o mesmo tipo de peça: blocos pré-moldados de até 1,5 tonelada.>
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O diretor-geral do DER-ES explicou, em vídeo publicado em seu Instagram, que a ideia é resolver a erosão marítima em Jacaraípe, um problema antigo na região.>
José Eustáquio Freitas
Diretor-geral do DER-ES
Segundo informado pelo departamento, a intervenção em Capuba começou em julho de 2025 e segue para a etapa final, com foco no paisagismo. Já a Curva da Baleia iniciou as obras há uma semana e tem prazo estimado de conclusão para meados do próximo ano. O cronograma geral prevê 450 dias de execução.>
A reportagem de A Gazeta foi até o local para mostrar a situação da obra e verificou que os blocos estavam dispersos e próximos ao mar. Questionado, o DER-ES explicou que não houve nenhum tipo de deslocamento e afirma que, na verdade, as estruturas estão lá por uma questão estratégica. >
O DER-ES afirmou que os blocos na água fazem parte de uma “tática de obra”: são colocados temporariamente para reduzir a força das ondas enquanto as primeiras etapas são executadas, como a construção da escada de acesso na Curva da Baleia. Assim que essa infraestrutura inicial é finalizada, os blocos são retirados e reposicionados na contenção definitiva. >
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