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Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 13:47
Então, é Natal! A cidade se ilumina, pinheiros enfeitam as casas e lojas. Músicas sobre união, amor e fraternidade ecoam nas igrejas, rádios e plataformas digitais. Em meio ao clima de confraternização, uma figura vestida de vermelho, com barba branca e sorriso constante no rosto, inaugura a temporada de festas de final de ano, fazendo a alegria das crianças e do comércio: é o Papai Noel. >
Esse personagem natalino tem sua origem ligada a São Nicolau, bispo cristão da Idade Antiga, e já se tornou presença garantida no mês de dezembro. Principal atração em shoppings centers e centros comerciais, sua figura parece se multiplicar na rotina frenética deste mês, ouvindo inúmeros pedidos das crianças, distribuindo presentes em escolas e lares, participando de eventos e lendo as cartas de Natal.>
Mas, e ao final desse período, qual a ocupação daqueles que dão vida ao bom velhinho? >
Natural de Cariacica, Maximiano Alves do Espírito Santo, de 67 anos, é aposentado e conta que, quando era criança, ouvia anunciar na rádio a chegada do Papai Noel de helicóptero em Vitória, e ficava muito entusiasmado, pensando se um dia ele mesmo não poderia desempenhar esse papel. >
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“Meus cabelos e barba ficaram brancos muito cedo e como sempre tive o cabelo grande, algumas pessoas falavam na brincadeira que eu parecia com o Papai Noel, até que eu levei a sério e tomei coragem para atuar”, revela o aposentado. >
Atuando como Papai Noel há cinco anos, ele diz que, mesmo dedicado ao posto durante o mês de dezembro, tudo muda após a época de Natal.>
“Como eu sou aposentado e idoso, minha rotina é muito simples. Cuido da minha mãe que tem 95 anos, faço passeios e viagens sempre que posso, faço alguns reparos na casa, cuido do quintal com minhas plantas e minhas árvores frutíferas e cuido dos cachorros. Gosto muito de ir à praia, fazer churrasco, ir ao Convento da Penha e estar com minha família”, relata Max, como é conhecido. >
Segundo ele, em todos os lugares a que vai, existe alguém que o reconhece. ”Até no trânsito, enquanto estou dirigindo, as pessoas passam ao lado do carro, buzinam e falam algo do tipo. 'Ei, Noel, não esquece do meu presente, hein?'”, diverte-se. >
Quando questionado sobre qual pedido de Natal que mais o comoveu, ele não hesita: “foi de uma menininha que me pediu uma casa para morar com a mãe, pois as duas moravam num quarto emprestado. Isso tocou no fundo do meu coração”, lembra, emocionado.>
Maximiano Alves do Espírito Santo
AposentadoOutro entusiasta do Natal e apaixonado pelo "bom velhinho", o paulista Alexandre Ferraz Beorklian, 58, conta que, em sua infância, achava fenomenal a história e a presença do Papai Noel. Uma amiga certa vez lhe disse que, por ter olhos claros e porte, ficaria bem representando a personagem, e assim se candidatou, fez a atuação e deu certo. >
Mas, quando guarda a roupa vermelha e todos os acessórios, e não está rodeado por crianças, Alexandre gerencia a filial de uma empresa de tecnologia de equipamentos audiovisuais para eventos, em Belo Horizonte. >
“No dia a dia, só quem sabe que atuo como Papai Noel me reconhece, não posso tirar o encanto das crianças”, confidencia Alexandre que, apesar de trabalhar em Minas Gerais, faz apresentações natalinas no Espírito Santo.>
“Certa vez, uma senhora de uns 70 anos me deu um abraço de quase dois minutos e se emocionou muito ao abraçar o Papai Noel, pois ela sempre teve este desejo, porém todos riam dela dizendo que o Papai Noel não existia, mas ela sempre acreditou”, relembra Alexandre.>
Com olhos claros, barba e cabelos brancos e muito falante, o aposentado Carlos Rubens Cortes dos Santos, 68 anos, natural de Eugenópolis, em Minas Gerais, chama atenção por onde passa. Crianças, comerciantes e vizinhos só o conhecem como "Noel".>
Morador de Ponta da Fruta, em Vila Velha, Rubens já atua como Papai Noel há treze anos, cinco dos quais ouvindo pedidos e recebendo crianças num dos pontos mais tradicionais de Vitória: a vila Natalina do Parque Moscoso.>
Nos outros dias do ano, quando não está dando vida ao "bom velhinho", Rubens conta que adora se dedicar a seu hobby preferido, a pescaria.>
“Aqui, na Ponta da Fruta, sempre tem um cardume ou outro que acabo pegando. E isso não é conversa de pescador, não”, diverte-se.>
Para Rubens, essa é uma profissão muito gratificante. "Você receber o carinho das crianças, saber que elas têm sentimentos puros, não tem preço.">
E mesmo não estando caracterizado, sua presença não passa despercebida. Ao chegar no Parque Moscoso para mais um dia de trabalho, as crianças de longe o notam e já fazem a festa: “olha, é o Papai Noel! É ele mesmo!”>
Em todos esses anos,ouvindo os pedidos das crianças, Carlos lembra que já recebeu alguns que o emocionaram.>
Carlos Rubens Cortes do Santos
AposentadoNaturalmente parecido com o "bom velhinho", o aposentado relata que adota alguns cuidados especiais para se parecer ao máximo com ele. >
“Trinta dias antes de iniciar o período natalino, cuido bastante da barba e cabelo, não tomo muito sol nem vou à praia para manter o 'aspecto natalino', enfatiza.>
E quando questionado sobre o pedido que faria se soubesse que seria atendido neste Natal, ele tem na ponta da língua. “ Olhem pelas crianças, tomem conta delas. Outro pedido que faz muito sentido também é: deem atenção aos idosos, pois eles precisam também”.>
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