Publicado em 29 de março de 2025 às 20:28
- Atualizado há 8 meses
Ruas do bairro Ilha de Santa Maria, em Vitória, ficaram alagadas na tarde deste sábado (29), devido à subida do nível da maré, que atingiu 1,7 metro. Imagens registradas pelo cinegrafista Roberto Pratti, da TV Gazeta, mostram que pontos diferentes da região foram afetados, dificultando o tráfego de veículos e a travessia pedestres. A Prefeitura de Vitória informou que serão construídos 4,6 quilômetros de galerias e dois reservatórios de contenção na região para minimizar os efeitos da maré.>
O ambientalista e professor de Oceanografia Luís Fernando Schettino explicou à TV Gazeta que os alagamentos são provocados por uma combinação de fatores, que incluem a maré em alta e também possíveis falhas no sistema de bombeamento.>
"Nós estamos em um momento em que deveremos ter uma mudança no padrão do clima. A gente deve ter chegado de um ciclone ou de alguma frente fria e com certeza isso eleva a maré. Se há essa combinação e provavelmente também pode ter algum fator aí envolvendo a questão da lua, que influencia muito as marés. Então se houve uma combinação dessas e, porventura alguma falha no sistema de bombeamento, então dá esses alagamentos", contextualizou.>
"As condições podem ter subido um pouco a maré, mas talvez não seja o suficiente para ter o alagamento se o bombeamento estiver perfeito. É importante averiguar se houve bombeamento e se esse bombeamento está atendendo a esses momentos em que as marés, num conjunto de fatores, se tornam mais elevadas que o habitual", completou.>
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E nota, a Prefeitura de Vitória informou que, para minimizar os efeitos das marés altas na região compreendida pelos bairros Fradinhos, Jucutuquara, Ilha de Santa Maria e Cruzamento, onde residem 9,4 mil moradores, serão construídos 4,6 quilômetros de galerias e dois reservatórios de contenção.>
"Essa região enfrentou desafios históricos devido às ocupações irregulares sobre antigos manguezais aterrados, o que deixou uma cota de urbanização abaixo do nível das marés altas, tornando-a suscetível a inundações. A maré máxima de hoje, por exemplo, foi de 1,7 metro às 14h20", destacou a prefeitura.>
Ainda segundo o Executivo municipal, a Secretaria de Obras está finalizando as tratativas para lançar o edital de licitação via Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que contratará empresa responsável pela elaboração dos projetos e execução das obras no sistema de macrodrenagem desta região.>
"Este é um passo significativo, não apenas pela infraestrutura, mas também pela segurança e qualidade de vida dos moradores dessa área", manifestou a prefeitura.>
Em Anchieta, no litoral Sul do Espírito Santo, a maré também deixou ruas alagadas. De acordo com o portal Tábua de Marés, a maré chegou a 1,6 metros durante a tarde. Imagens registradas por Jonas Pereira e compartilhadas na internet mostram diferentes pontos do balneário cheios de água. Confira no vídeo abaixo.>
A Prefeitura de Anchieta explicou que o bairro Porto de Cima, onde ocorre esse fenômeno, é uma área histórica e que assim como em Paraty, no Rio de Janeiro, as ruas foram projetadas e construídas de maneira a aproveitar as águas das marés cheias para a limpeza das ruas. Essa é uma saída encontrada pela engenharia da época para lavar as ruas onde eram dispensadas os dejetos humanos em uma época na qual o Brasil não era dotado de saneamento básico.>
Desse modo, o fenômeno é resultado da união da força da natureza com a ação humana no local. Atualmente, em Anchieta, é possível observar com maior clareza o fenômeno durante altas marés dos meses de março e de abril.>
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