Há 200 anos, o Brasil declarou independência de Portugal, e um município do Espírito Santo tem uma relação próxima com o momento histórico. Isso porque os moradores de Itapemirim, no Sul do Estado, foram os primeiros daqui a receber a notícia.
Itapemirim tem 207 anos de história. O município está quase na divisa com o Estado do Rio de Janeiro, o que fez dele, por muitos anos, local estratégico politicamente.
O historiador Luciano Retori Moreno, ouvido pela TV Gazeta Sul, explicou que essa região tinha grande relevância devido à proximidade tanto com a capital da província, Vitória, quanto com a capital do Brasil na época, o Rio de Janeiro.
Logo, a proximidade com a até a então capital do Brasil fez de Itapemirim a primeira cidade do Espírito Santo a saber do grito de Independência do Brasil em 1822.
Na época, os moradores ao ficarem sabendo da Independência do Brasil foram para a segunda matriz de Nossa Senhora do Amparo comemorar o novo processo que se iniciava no país. Atualmente, há somente um muro no local.
No entanto, conforme informou o historiador, parte da população como os escravos, os menos favorecidos e os indígenas não tiveram motivo para comemorar. “Foi uma festa, evidentemente a gente tem que excluir aqueles que também eram excluídos da sociedade, que não sentiram muito de perto o valor dessa independência que o Brasil estava adquirindo naquele momento”, pronunciou.
E a notícia, que em algumas regiões demorou até meses para ser conhecida, em Itapemirim pode ter vindo por meio de navios veleiros ou até mesmo a cavalo. “Era de maneira geral muito rápida essa passagem do acontecimento na capital até a chegada da notícia aqui”, explicou o historiador.
E foi anos depois da Independência, durante a época do Império, que o município recebeu visitas ilustres. Segundo o historiador, Dom Pedro II, o último imperador do Brasil, chegou a passar por Itapemirim.
Em uma foto guardada por Moreno nos arquivos que possui, é possível ver o desenho que Dom Pedro II fez da pedra do Frade e a Freira e também do Pico do Itabira, quando chegou à região. Além disso, o imperador se hospedou em uma casa do local, que passou por mudanças, mas ainda possui partes preservadas.
Para quem conhece a história e mora na residência ou nas proximidades, esse fato é motivo de orgulho. ”Itapemirim é o berço da civilização do Sul do Espírito Santo, e a gente teve esse privilegio de morar ao lado de um prédio que hospedou o imperador”, disse o aposentado Mário Moreira.
Com informações da TV Gazeta Sul.
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