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ES relata que recebeu frascos com menos doses da vacina Coronavac

ES relata que recebeu frascos com menos doses da vacina Coronavac

Anvisa autorizou redução de 0,5 ml no início de março; Sesa afirma que nova quantidade não tem sido suficiente para a aplicação de dez doses

Publicado em 13 de abril de 2021 às 20:53

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Vacina Coronavac
A vacina Coronavac é desenvolvida pelo Instituto Butantan e a mais aplicada no Brasil entre os imunizantes contra a Covid-19. (Carlos Alberto Silva)

A Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) relatou, nesta terça-feira (13), que está recebendo frascos da Coronavac com quantidade insuficiente para aplicar as dez doses da vacina contra a Covid-19, como previsto. O problema já é enfrentado em alguns municípios capixabas desde a semana passada, pelo menos.

ES relata que recebeu frascos com menos doses da vacina Coronavac

Situações semelhantes também já foram verificadas por outros Estados, desde que a mudança na quantidade do imunizante foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 5 de março. Os frascos que tinham 6,2 ml passaram a ter 5,7 ml. Cada dose do imunizante equivale a 0,5 ml.

5 ml
é o equivalente a dez doses, sem considerar perdas técnicas

De acordo com a Sesa, a alteração afeta a imunização por prever uma perda técnica menor que a real. "As seringas disponíveis no mercado brasileiro ocasionam uma perda no canhão e, por esse motivo, faz-se necessário um volume adicional no frasco. Para dez doses, cada frasco deveria ter em torno de 6 ml", afirmou.

A fim de deixar o Ministério da Saúde ciente do problema, equipes do Programa Estadual de Imunizações e da Vigilância Sanitária Estadual se reuniram na última sexta-feira (9) para orientar os municípios a realizarem a chamada "Notificação Queixa Técnica" no site Notivisa — destinado a reclamações técnicas da área.

Em crítica ao Instituto Butantan, fabricante da Coronavac, a Sesa afirmou que "de nada adiantará colocar em bula que deve ser usada seringa de alta performance, pois não haverá disponibilidade necessária no mercado". A pasta também ressaltou que os profissionais são capacitados e não enfrentavam problemas antes da mudança.

A reportagem de A Gazeta questionou, no início da tarde desta terça-feira (13), quantos frascos apresentaram quantidade insuficiente da vacina e qual o impacto, em número de pessoas imunizadas ou doses efetivamente aplicadas, dessa redução, mas ainda não obteve resposta. Quando a Secretaria Estadual de Saúde der o retorno, este texto será atualizado.

O QUE DIZ O BUTANTAN

Responsável pela produção do imunizante no Brasil, o Instituto Butantan informou que o volume de 5,7 ml por ampola foi aprovado pela Anvisa e é suficiente para a extração das dez doses. "Todas as notificações recebidas até o momento foram investigadas e identificou-se prática incorreta na extração das doses", afirmou.

"Todas as investigações pertinentes foram feitas e todos os controles realizados nos lotes liberados foram avaliados. A conclusão encontrada é que não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes. Na verdade, trata-se de uma prática incorreta no momento do uso das doses", continuou.

"É importante que os profissionais da saúde estejam capacitados para aspiração correta, além de usar seringas e agulhas certas para não haver desperdício. Seringas de volumes superiores podem gerar dificuldades para visualizar a quantidade. Outro fator decisivo é a posição do frasco e da seringa no momento da aspiração", explicou.

O Instituto Butantan também disse que disponibilizou informes técnicos para orientar os profissionais e que vem atuando juntamente aos gestores envolvidos na vacinação. Uma revisão na bula da Coronavac está prevista a fim de deixar "ainda mais clara as informações relacionadas à forma correta de se realizar a aspiração das doses".

O QUE DIZ A ANVISA

Por meio de nota, a Anvisa admitiu o aumento de queixas relacionadas à redução de vacinas nos frascos. "Estes relatos estão sendo investigados com prioridade pela área de fiscalização. Todas as hipóteses estão sendo avaliadas para que se verifique a origem do problema e não haja prejuízos à vacinação em curso no país", garantiu.

Ainda segundo a agência reguladora, "estes eventos são considerados de baixo risco, por não haver risco de óbito, de agravo permanente, nem temporário". Sobre uma possível revogação da mudança, a assessoria afirmou que não tem "como antecipar outros detalhes enquanto a investigação está em curso".

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