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ES não tem casos de intoxicação por metanol, afirma Sesa

ES não tem casos de intoxicação por metanol, afirma Sesa

País já contabiliza 37 notificações de contaminação por substância presente em bebidas adulteradas

Gabriela Maia

Estagiária / [email protected]

Publicado em 1 de outubro de 2025 às 19:25

Bebida alcoólica artesanal
Casos confirmados de intoxicação  por metanol estão relacionados a bebidas adulteradas Crédito: Freepik

O Espírito Santo não registra, até o momento, nenhum caso de intoxicação por metanol, semelhantes às situações ocorridas em São Paulo e em Pernambuco. A informação é da Secretaria de Saúde do Estado, divulgada nesta quarta-feira (1º). A pasta acrescenta ainda que também não há casos suspeitos em investigação.

O Brasil registrou 41 notificações de intoxicação por metanol até esta quarta, de acordo com o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional). São 37 em São Paulo e 4 em investigação em Pernambuco. Uma morte foi contabilizada e outras vítimas perderam a visão. 

Entre os casos confirmados, a intoxicação foi causada pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O metanol é um tipo de álcool industrial utilizado como solvente industrial e combustível, altamente tóxico.

Em São Paulo, a Vigilância Sanitária interditou três bares. Entre segunda e terça-feira, mais de cem garrafas foram apreendidas e encaminhadas para perícia.

Altamente tóxico para o corpo humano, o metanol atinge principalmente o fígado, mas também pode provocar lesões no nervo óptico e causar cegueira. Foi o que aconteceu com a designer de interiores Rhadarani Domingos.

Os sintomas da intoxicação se assemelham aos de uma ressaca, o que pode dificultar sua identificação. Além disso, as bebidas podem aparentar estar normais, inclusive no gosto.

Casos registrados

Até esta quarta-feira, São Paulo contabilizava 37 notificações:  10 confirmadas e 27 em investigação. Também foram notificados 5 óbitos, sendo que apenas um teve a confirmação de intoxicação por metanol. 

Um desses casos é o do jovem Rafael Anjos Martins, 28 anos, em coma desde 1° de setembro, após uma intoxicação por metanol ao consumir um gin comprado em uma adega na Zona Sul de São Paulo. 

Já a designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após consumir três caipirinhas feitas com vodca em no bar nos Jardins, região nobre de São Paulo. O local foi interditado.

Em Pernambuco, foram registrados 4 casos de intoxicação por metanol ingerido por meio de bebidas alcoólicas falsas. Duas pessoas morreram, e a outra vítima ficou com cegueira permanente. 

Investigações

No dia 30 de setembro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal abrisse um inquérito para investigar os casos de intoxicação de metanol com foco na circulação e a distribuição de bebidas falsas no país.

Além disso, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) vai conduzir uma apuração administratica devido ao risco sanitário e de saúde pública causado pela ingestão de bebidas alcoólicas falsificadas

Crime organizado

Dados do Anuário da Falsificação 2025 feito pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) apontam que a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol teria o suposto envolvimento e investimento da facção Primeiro Comando da Capital, o PCC.

“O contrabando vem, principalmente, da Argentina e Chile, e é facilitado por rotas específicas e pela atuação da organização criminosa PCC nas fronteiras brasileiras, ou seja, claramente existe o envolvimento de facções do crime organizado em tais movimentações”, afirma o relatório. 

O documento estima que o faturamento das facções criminosas envolvidas com a fabricação de bebidas falsificadas chegue a R$62 bilhões. Além disso, aponta que 36% do mercado do país é composto por bebidas falsificadas e que, no último ano, as bebidas ultrapassaram o cigarro, e passaram a ser o produto mais falsificado do país.

Com informações da Agência Folhapress.

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