Publicado em 30 de setembro de 2020 às 19:36
A divulgação do protocolo para o retorno das atividades presenciais da Educação Infantil no Espírito Santo lança luz às diferentes realidades do ensino capixaba. As escolas particulares afirmam ter condições de retomar as atividades a partir de segunda-feira (5). >
Já as escolas administradas pelas prefeituras que são representadas pela União dos Dirigentes Municipais de Educação do Espírito Santo (Undime-ES) também reconhecem a importância do retorno às aulas de forma presencial, mas avaliam que não há cenário seguro para que as crianças voltem estudar ainda neste ano.>
Uma das regras limita até 10 alunos por sala e determina a não interação de diferentes grupos. A portaria assinada pelas Secretarias de Estado da Saúde (Sesa) e da Educação (Sedu) estabelece que, para evitar o contato entre os grupos, as escolas devem adequar a estrutura física ou replanejar o uso dos espaços.>
Barreiras físicas do tipo acetato/acrílico podem ser utilizadas, diz o documento, para permitir maior proximidade de alunos em sala, visando a qualidade pedagógica. No entanto, não pode ser ultrapassada a capacidade máxima de ocupação dos ambientes, conforme determinação de distanciamento mínimo de 1,5 metro. >
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O vice-presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Eduardo Costa Gomes, informou que a categoria tem participação da construção das medidas apresentadas por meio do grupo de trabalho que envolve pais, professores, sindicatos e governo do Estado.>
Eduardo Costa Gomes
Vice-presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES)Das regras divulgadas, o Sinepe destaca a determinação que prevê 10 alunos por sala. Para o vice-presidente do Sinepe-ES, a medida tende a criar um cenário de rodízio diário ou semanal de alunos. O critério será estabelecido por cada instituição de ensino. Segundo Eduardo, no entanto, a limitação estava sendo considerada alternativa ao cumprimento de distanciamento social de 1,5 metro.>
Acredito que a maior dificuldade das escolas vai ser organizar a estrutura de acolhimento na chegada dos funcionários para fazer a troca de uniforme, banho ou higiene de mão e rosto como é preconizado. Algumas (escolas) vão precisar de um pouco mais de tempo e outras já estavam se preparando para isso, revela.>
Já Vilmar Lugão de Britto, presidente da Undime-ES, declara que nas escolas administradas pelo Poder Executivo municipal, a adequação de estrutura e, principalmente, a aquisição de materiais e possível necessidade de contratação de profissionais, exigem que o retorno às atividades aconteça em uma data posterior à que foi autorizada pelo governo estadual.>
Segundo ele, há expectativa de que uma nota coletiva seja divulgada ainda nesta semana com o posicionamento dos municípios. Lugão reforçou que uma consulta feita aos responsáveis pelos alunos indica que entre 70% a 90% não pretendem levar os filhos às escolas ainda em 2020.>
Vilmar Lugão de Britto
Presidente da Undime-ESEm relação às medidas apresentadas na portaria publicada no Diário Oficial do Estado, o presidente apontou a sugestão de instalação de barreiras físicas do tipo acetato/acrílico para permitir maior proximidade de alunos em sala e o apoio de monitores.>
Estamos em período eleitoral nos municípios e isso pode inviabilizar contratações ou novas aquisições de material. A possibilidade de colocar o acetato para dividir os alunos demanda uma aquisição que até então não estávamos prevendo. Um processo desse de compra não é tão rápido assim, pontua.>
Outra observação feita por Lugão é em relação ao tempo de aula previsto para os alunos. Ele afirma que o retorno ainda em 2020 pouco antes do período das férias estará carregado com as complexidades que surgiram após sete meses de paralisação. >
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