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Dono de banca atingida por BMW cobra por danos de R$ 30 mil após um mês: 'Descaso'

Dono de banca atingida por BMW cobra por danos de R$ 30 mil após um mês: 'Descaso'

Comerciante afirma que motorista do carro de luxo prometeu ajudar, mas não tem cumprido acordo; ele mobiliza amigos e organiza um bazar simbólico para reerguer ponto comercial na região da Rua da Lama, em Vitória

Publicado em 21 de julho de 2025 às 14:29

Acidente aconteceu na noite de sexta-feira (20). Condutor tentou fugir, mas foi detido.

Um mês após o acidente que destruiu parte da estrutura de uma banca de revistas em Jardim da Penha, Vitória, o responsável pelo estabelecimento ainda não foi indenizado e relata sensação de abandono. O incidente, ocorrido no dia 20 de junho, foi provocado por um carro de luxo que invadiu o ponto comercial. A estimativa do comerciante é de que os prejuízos beiram os R$ 30 mil.

Após atingir a banca, o motorista deixou o local. Testemunhas acionaram a Polícia Militar, que localizou o condutor. Na ocasião, a polícia informou que o homem estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida e se recusou a realizar o teste do  bafômetro. Com isso, foi autuado por recusa. Também foram aplicadas infrações pela CNH vencida e por não ter realizado o curso de reciclagem obrigatório após a suspensão do documento. Apesar disso, o motorista não foi encaminhado à delegacia.

O proprietário da banca, Oldair Lana Christ, de 51 anos, relatou que mantém o espaço — sua principal fonte de renda — há 25 anos.  “Fiquei 15 dias com a banca arrombada, atendendo com meia porta, vulnerável a roubos. Isso fez com que as vendas despencassem. Se tivesse alguém dentro na hora, poderia ter morrido, porque a batida foi muito forte”, disse.

Banca de revistas fica destruída após ser atingida por BMW, em Jardim da Penha, Vitória
Parte interna da banca de revistas ficou destruída após ser atingida por BMW, em Jardim da Penha Crédito: Acervo pessoal

Além da estrutura física, o impacto danificou equipamentos, armários, peças de arte e o acervo publicitário. “Tem muitos aparelhos com os quais eu faço gravações e escuto discos para vender, e tudo foi ao chão. Toca-discos, computador e notebook ficaram estraçalhados. O expositor de livros foi esmagado. Quadros, pinturas… quebrou tudo”, relata.

O comerciante afirma que o motorista chegou a ir ao local no dia seguinte ao acidente, prometendo ajudar com os reparos, mas não tem cumprido os prazos acordados. A única coisa entregue, até o momento, foi o conserto parcial da lataria da banca de revistas.

Ele pode pagar. Tem renda, estrutura familiar. Mas não me procurou mais. Poderia ter acontecido com qualquer um. Alguém poderia ter morrido aqui dentro. Então, é um descaso total. Quem bateu aqui foi uma BMW, não foi um Fusca

Oldair Lana Christ

Proprietário da Banca da Carol

Enquanto aguarda por respostas, o livreiro mobiliza amigos e organiza um bazar simbólico a partir de doações de livros ou outros materiais de sebo. “É um movimento com educação e solidariedade. Quero mostrar que é possível recomeçar”, explicou.

Oldair reiterou que está bem, porque, caso seja necessário, pode recorrer a um empréstimo enquanto aguarda que a Justiça responsabilize o condutor pelo prejuízo. “Como disse, essa é uma ação simbólica, não um pedido de ajuda emergencial”, esclareceu. Quem quiser contribuir pode levar as doações à própria banca, localizada na Rua Francisco Eugênio Mussiello, no bairro Jardim da Penha, em Vitória.

A Polícia Civil informou, em nota, que o caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT), que conduz diligências e oitivas de testemunhas. “Todas as medidas legais foram adotadas e estão seguindo o trâmite dentro do prazo legal”, informou. A corporação, no entanto, não forneceu detalhes para não comprometer as investigações.

A reportagem tenta contato com a defesa do condutor. O espaço segue aberto, caso haja interesse em se manifestar.

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