Repórter / bsilva@redegazeta.com.br
Publicado em 31 de março de 2023 às 13:28
Um menino de sete anos morreu de meningite meningocócica – causada por bactéria e contagiosa – em Cachoeiro de Itapemirim, no Litoral Sul do Espírito Santo. A morte da criança ocorreu na última terça-feira (28), após ela passar mal em sala de aula, e a informação foi confirmada pela prefeitura, que recebeu laudo nesta quinta-feira (30).
O menino, identificado pela família como Pedro Henrique, morava na localidade de Lagoa Dantas. O enterro ocorreu no cemitério de Jacarandá, outra localidade no interior do município. Segundo apuração da repórter Alice Souza, da TV Gazeta, após ter febre e vomitar na escola, a criança morreu no mesmo dia ao buscar atendimento médico no Hospital Materno Infantil Francisco de Assis (Hifa), em Cachoeiro de Itapemirim.
Ainda de acordo com a repórter, familiares contaram que o menino estava passando mal desde a semana passada. E, inicialmente, foi levada ao posto de saúde da região, depois à Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Marataízes, ao Hospital Menino Jesus e, por último, no Hifa de Cachoeiro.
Em nota, o Hifa comunicou que "em respeito aos familiares e em atendimento ao disposto pelo Conselho Federal de Medicina o HIFA não dará declarações sobre atendimentos de seus pacientes".
O menino estava no 2º ano do ensino fundamental na escola Professora Valéria, na localidade. As aulas estão suspensas para os alunos que estudavam na sala da criança, segundo a direção da unidade. As salas passam por higienização e as aulas devem retornar na próxima segunda-feira (3). Conforme a prefeitura, todos os contatos diretos da criança estão sendo atendidos e acompanhados conforme orientações dos órgãos de saúde.
A Prefeitura de Marataízes informou que não existem outros casos confirmados de meningite meningocócica neste ano. Segundo a administração municipal, a criança esteve nos últimos 15 dias em uma festa de aniversário em Vila Velha, onde pode ter sido contaminada com a bactéria. Por fim, em nota, o município disse que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foi notificada e deve iniciar uma investigação, uma vez que Marataízes não possui registros recentes da doença.
Conforme o Ministério da Saúde, a meningite meningocócica é uma doença aguda causada por uma bactéria que atinge as meninges (membranas que revestem o cérebro). Ela pode ser transmitida pelo doente ou pelo portador através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra.
O período de incubação varia de dois a 10 dias, sendo comum o surgimento de casos em torno de três a quatro dias após exposição à bactéria. Entre os sintomas estão a febre alta; dor de cabeça forte; vômitos; rigidez no pescoço (dificuldade em movimentar a cabeça); manchas vinhosas na pele e estado de desânimo, moleza.
As crianças recebem uma vacina que previne contra a doença invasiva causada por esta bactéria. A vacina meningocócica C faz parte do calendário Nacional de Vacinação.
A reportagem também procurou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que disse que foi notificada sobre o caso e iniciou o processo de quimioprofilaxia dos contatos próximos, tanto domiciliares, como escolares.
"Tal processo visa a prevenção e a evitar o desenvolvimento de novos casos de meningite àqueles que tiveram contato com um caso confirmado. Além disso, a Sesa orientou ao município a realização da atualização dos cartões de vacinação dos contatos próximos e também colocá-los atentos em caso de surgimento de sinais e sintomas da doença, para que procure o atendimento médico para avaliação", explicou.
Além disso, informou que até a semana passada, foram notificados 92 casos suspeitos de meningites no Espírito Santo, sendo 38 confirmados e 7 óbitos entre viral, bacteriana e fúngica. Em 2022, durante todo o ano, foram 252 casos confirmados e 66 óbitos.
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