Publicado em 21 de julho de 2020 às 18:04
Nas últimas duas semanas, um cometa riscou o céu do Hemisfério Norte e rendeu belíssimas imagens. Agora, no final do mês, pode ser a vez de quem mora na outra metade do Planeta Terra de apreciar o fenômeno mas, para isso, será necessário contar com um pouco de sorte.
De acordo com especialistas, o cometa Neowise está muito próximo da linha do horizonte e já começou a se afastar do Sol, o que tende a diminuir o brilho dele e, consequentemente, o tornar menos visível. No entanto, a observação ainda pode ocorrer em condições específicas.
Márcio Malacarne
Coordenador do observário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)Coordenador do observatório da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Márcio Malacarne indicou a Região do Caparaó e os municípios de Ecoporanga e Mantenópolis como bons locais para a observação no Espírito Santo. "Na Grande Vitória, só com o uso de lunetas ou telescópios", afirmou.
Apesar de considerar tímidas as chances de visualização, o especialista ressaltou que é uma oportunidade única, já que a órbita do cometa Neowise em torno do Sol é muito grande. Segundo informações divulgadas pela Nasa, ele só poderia ser visto novamente daqui a 6.800 anos.
Cometa Neowise
Na tentativa de observar o cometa Neowise no céu do Espírito Santo, o observatório da Ufes tem prevista a realização de uma live para que as pessoas possam acompanhar o fenômeno das próprias casas. A transmissão está prevista para esse domingo (26), a partir das 18h. A confirmação acontecerá pelo site oficial ou pelas redes sociais.
Live
Sérgio Malacarne
Também a depender de fatores imprevisíveis, é possível que os capixabas vejam uma espécie de chuva de meteoros na madrugada da próxima quarta-feira (29). "Se realmente a previsão se confirmar, esse surto duraria cerca de 1 hora e também poderia ser visto a olho nu, em lugares escuros", explicou Malacarne.
De acordo com o pesquisador, esse tipo de fenômeno é comum e não oferece riscos. Para observá-lo é necessário ficar de olho no alto do céu entre 1 hora ou 2 horas antes do nascer do Sol. "A maior chuva do ano está prevista para a madrugada do dia 14 de dezembro. Seriam centenas de meteoros por hora", adiantou.
Professor do departamento de física da Ufes e diretor técnico-científico do planetário da Vitória, Sérgio Bisch explicou a diferença entre os cometas e os meteoros: os primeiros são pedaços de rocha misturados com gelo; enquanto os segundos são pequenos fragmentos que atingem a atmosfera terrestre.
Sérgio Bisch
Professor do departamento de física da Ufes e diretor técnico-científico do planetário de VitóriaAinda de acordo ele, os dois corpos também se apresentam de maneiras distintas no céu. "O cometa é como se fosse uma estrela e aparece parado para nós. Já o meteoro é visto como um risco, que dura apenas uma fração de segundos", esclareceu. Popularmente, os meteoros são chamados de estrelas cadentes.
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