Publicado em 21 de dezembro de 2025 às 17:54
“Levei meu filho para casa e a certeza de que encontrei no hospital o cuidado que fez toda a diferença nas nossas vidas”. Foi assim que a dona de casa Eliana Costa Gadioli, de 46 anos, descreveu o momento da alta do filho. Isaque Manoel, um bebê prematuro extremo ficou quatro meses internado na Maternidade de Alto Risco do Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra, Grande Vitória.>
O bebê nasceu com 28 semanas de gestação, pesando 865 gramas, após uma gravidez considerada de alto risco. Ele recebeu alta no dia 11 de novembro, um dia depois de completar quatro meses de internação, em uma comemoração que reuniu familiares e profissionais de saúde.>
Eliana Costa Gadioli
Mãe e dona de casaSegundo Eliana, o nome foi escolhido pelo irmão mais velho, Liam, que aguardava ansioso a chegada do caçula em casa.>
Eliana já sabia que teria uma gestação de risco por causa da idade, mas não imaginava que enfrentaria tantas complicações. >
>
Ela ficou 28 dias internada antes do parto, após os médicos identificarem que o bebê apresentava restrição de crescimento fetal, causada por uma insuficiência placentária.>
“Eu fazia tudo certinho, seguia as recomendações médicas, até que um dia fui fazer um ultrassom e identificaram o problema. No outro dia, já fui internada”, contou.>
Insuficiência placentária ocorre quando a placenta não consegue fornecer oxigênio e nutrientes suficientes ao bebê, podendo causar restrição de crescimento fetal, prematuridade e, em casos graves, óbito fetal.>
Após a identificação do problema, Eliana foi transferida de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, onde mora, para a Serra, onde o Hospital Jayme é referência em gestações de alto risco materno e fetal.>
Isaque nasceu no dia 10 de julho, por meio de uma cesariana, que durou entre 30 e 50 minutos. Eliana teve alta 72 horas após o parto, mas o bebê precisou permanecer internado por causa da prematuridade extrema.>
“Quando ele nasceu, eu nem consegui ver direito. Só ouvi meu esposo chorando. Vi o Isaque apenas um dia depois. Foi muito doído saber que ele não podia estar comigo, mas eu sabia que era necessário”, relembrou.>
A obstetra e coordenadora médica da maternidade, Rosângela Maldonado, explicou que a decisão pelo parto foi tomada para salvar a vida do bebê.>
“Ela tinha diabetes gestacional, hipertensão e desenvolveu a restrição de crescimento fetal. Se não interrompêssemos a gravidez naquele momento, ele iria morrer. O risco dentro da barriga era maior do que fora”, explicou Rosângela.>
Além da prematuridade extrema, Isaque nasceu com síndrome de Down e sopro no coração. A família foi informada de que o tempo mínimo de internação seria de 90 dias, mas o período se estendeu para 120 dias. >
“Ele nasceu com dificuldade para respirar, ficou dois meses no ventilador neonatal, depois passou pela adaptação do oxigênio, aprendeu a mamar e ainda precisou ser transferido para Cachoeiro de Itapemirim para tratar o coração”, contou Eliana.>
Durante a internação, o bebê foi acompanhado por uma equipe multiprofissional da UTI Neonatal.>
“Cada respiração espontânea, cada grama conquistada representou uma vitória. A mãe esteve sempre presente e recebeu apoio constante da equipe”, afirmou a neonatologista Silvia Louzada, coordenadora médica da UTIN.>
Já em casa, Isaque segue sendo acompanhado por fonoaudiólogo e fisioterapeuta. Para Eliana, o momento agora é de reconstrução e gratidão. >
“Hoje estamos juntos. Meu filho está em casa, o Liam está feliz, querendo pegar o irmão no colo o tempo todo. É um recomeço”, disse.>
* Com informações de Viviane Lopes, g1 ES.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta