Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 21:59
Os parlamentares capixabas no Congresso Nacional estão se articulando para garantir que o governo federal não só autorize, mas também compre as vacinas contra a Covid-19 já aprovadas por autoridades sanitárias de outros países. Uma das medidas é uma ação protocolada pelo senador Fabiano Contarato, com a Rede Sustentabilidade, seu partido, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).>
O objetivo da ação é para garantir que vacina aprovada no exterior seja aprovada também no Brasil, em até 72 horas, conforme determina a Lei Federal nº 13979/2020. A legislação estabelece que a autorização deverá ser concedida, neste prazo, após ser submetida à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo dispensada a autorização de qualquer outro órgão da administração pública direta ou indireta.>
Segundo o senador Contarato, o recurso ao STF é para garantir, o quanto antes, para toda a população, a vacinação contra a Covid-19. Não podemos permitir que a imunização da população se torne uma questão de mercado, ideológica ou de padrão de renda. O acesso universal à saúde é obrigação do Estado e um direito assegurado pela Constituição Federal, frisa Contarato.>
A ação também pede que os Estados possam elaborar planos locais de imunização, inclusive fazendo acordos para aquisição e aplicação direta das vacinas.>
>
Contarato assinala que na semana passada foi aprovado um projeto de lei (4023/2020), com emenda de sua autoria, que garante vacina gratuita e universal contra a Covid-19. Vamos continuar trabalhando, em todas as frentes legislativas, políticas e judiciais, para imunizar o mais rápido possível a população", assinalou.>
E para garantir a compra dos imunizantes pelo Ministério da Saúde, a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) propôs ontem que o Senado só vote projetos que sejam de urgência e que a pauta dos demais seja suspensa até que o governo federal decida comprar as vacinas. >
A proposta é que a bancada não vote qualquer matéria ate que o governo defina a pela aquisição das vacinas, todas em condições de uso, autorizadas no Brasil, ou não, e que dê consentimento para que a vacinação comece no mais tardar em janeiro. Não podemos admitir que o Executivo tome a posição de procrastinar em atitudes que afetem a saúde da população, disse. >
Ela destacou que causou surpresa a fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que as vacinas serão compradas se houver demanda. O que estão esperando, a metade da população brasileira morrer? Os hospitais já estão lotados. A tomada de decisão tem que acompanhar a urgência e emergência do país. O que está sendo feito é crime de responsabilidade por descumprimento constitucional, que determina, dentre outros pontos, que se garanta a saúde da população, disse.>
Para o líder da bancada federal capixaba, deputado Josias Mario da Vitória (Cidadania), a vacinação é um tema não deve ser politizado. O ministro Pazuello, da Saúde, já afirmou que o Governo Federal pode iniciar a vacinação ainda neste ano no Brasil caso o laboratório Pfizer consiga iniciar as entregas de doses. O diálogo entre o parlamento e o governo está sendo feito para que a construção do plano de imunização seja em conjunto, disse.>
Mas se isto não acontecer, afirma que o Congresso irá legislar sobre o tema. O próprio presidente Rodrigo Maia já anunciou que isto poderá ocorrer, seja pela Medida Provisória 1003 ou por projeto de lei. Mas sempre com diálogo", disse.>
Da Vitória informou ainda que a bancada capixaba está, desde o início da pandemia do novo coronavírus, acompanhando os trabalhos do governo federal. Já direcionamos R$ 51 milhões de emenda parlamentar de bancada, definida por unanimidade entre todos os deputados e senadores capixabas, para investimento nas ações contra a Covid-19 no Espírito Santo.>
Sobre a vacina, informa que a bancada capixaba conseguiu a aprovação, na Câmara - e os senadores também já aprovaram - a Medida Provisória 994/20 que destina R$ 1,9 bilhão para aquisição de 100 milhões de doses e mais tecnologia para a vacina de Oxford. E vamos seguir conversando entre nós para buscar todos os recursos necessários, acrescentou.>
O senador Marcos do Val (Pode) destacou ser a favor da plena vigência e aplicabilidade da Lei 13.979/2020. Aprovada por nós, no início do ano, e requerida pela Ordem dos Advogados do Brasil ao Supremo Tribunal Federal. Ela prevê que vacinas aprovadas por autoridades sanitárias dos Estados Unidos, Europa, China e Japão sejam autorizadas para uso no Brasil em até 72h, sem necessidade do processo formal de autorização da Anvisa - que pode levar meses, destacou.>
Medida, segundo ele, que agiliza o início do processo de imunização dos brasileiros. Essa ação, porém, não exclui a necessidade de um programa nacional de imunização, que é urgente e necessário, e deve ser feito com cautela pelo Governo Federal para garantir a segurança de todos nós. A medida não cabe aos governos estaduais, disse.>
Marcos do Val afirmou que fica extremamente perplexo ao ver uma guerra política em torno de decisões tão sérias em relação ao Coronavírus. Enquanto isso, a doença se espalha e cada vez mais pessoa perdem suas vidas, destacou.>
O governador Renato Casagrande (PSB) informou que manterá uma articulação forte com os governadores de outros estados, parlamentares, e outras lideranças, como as da Câmara e do Senado, para que o governo federal promova a compra de todas as vacinas disponíveis no mercado. Estamos buscando, efetivamente, que o governo federal faça o que é preciso ser feito, que coordene um plano nacional de imunização.>
Segundo Casagrande, ele não pretende recorrer à Justiça para garantir a compra das vacinas, como líderes de outros estados estão fazendo. Esperamos que o governo federal cumpra o que anunciou na noite desta terça-feira (08), ao informar que vai comprar todos os imunizantes e que teremos condições de começar a vacinação da população de forma igualitária. O que não queremos é que os brasileiros de um estado sejam vacinados e de outros não. Vamos acompanhar para que haja a compra e que tenha rapidez e agilidade na liberação das vacinas, destacou.>
Mas se a proposta federal não for à frente, assinala que pretende lançar mão de qualquer alternativa para garantir a vacinação dos capixabas. Primeiro buscamos a articulação junto ao governo federal, o que acho que vai funcionar. Mas se não funcionar, vamos buscar todas as formas, como a compra direta das vacinas, ou em consórcio, o que for necessário, assinalou Casagrande.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta