Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 14:09
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quarta-feira (9) que é possível começar a vacinação contra a Covid-19 em caráter emergencial da população em dezembro ou janeiro, dependendo da autorização concedida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e também da entrega das vacinas pelos laboratórios.>
As informações foram dadas na manhã desta quarta-feira em entrevista à CNN. No dia anterior, Pazuello fez um pronunciamento para a imprensa, mas não citou detalhes sobre o plano de vacinação.>
"O uso emergencial pode acontecer agora em dezembro, em hipótese, se nós fecharmos o contrato com a Pfizer. O 'se' é porque o contrato está sendo fechado. Desculpa o gerúndio. Se a Pfizer conseguir autorização emergencial e se a Pfizer nos adiantar alguma entrega, isso pode acontecer em janeiro, final de dezembro", disse o ministro. "Isso em doses pequenas, em quantidade pequenas, que são de uso emergencial. Isso pode acontecer com a Pfizer, pode acontecer com o Butantan, com a AstraZeneca, mas isso aí é foro íntimo da desenvolvedora. Não é uma campanha de vacinação.">
Um dia antes, o presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, disse que é possível começar a vacinação quase imediatamente após um registro emergencial da Anvisa. Murillo diz acreditar que, dependendo do avanço das conversas e das análises pelos órgãos brasileiros, o processo de vacinação possa ter início em janeiro.>
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"Estamos trabalhando para começar a vacinar quase imediatamente após recebida a aprovação de uso emergencial por parte da Anvisa", afirmou, citando que, no caso do Reino Unido, a autorização sanitária foi dada na semana passada e a vacinação começou nesta terça-feira (8). Segundo ele, a empresa se compromete com a entrega das doses até os pontos de vacinação a serem definidos pelo governo, e não apenas descarregar as doses num aeroporto, por exemplo.>
Também disse que a empresa tem contêineres portáteis capazes de transportar as vacinas na temperatura necessária (-70ºC) e armazená-las por até 30 dias. Em cada unidade seria possível carregar quase 5.000 doses da vacina. Se for necessário usar apenas parte do carregamento, a caixa pode ser aberta por até dois minutos.>
A autorização emergencial para as vacinas passou a ser prevista após adoção do processo pela Anvisa, na semana passada. O aval será concedido rapidamente caso os critérios sejam atingidos para imunizações ainda em fase de estudo. No entanto, essa vacinação vale para um grupo específico, e não para toda a população brasileira.>
O país terá ao menos 300 milhões de doses de vacinas a partir do ano que vem. São 100 milhões da AstraZeneca/Universidade de Oxford, 160 milhões dessa vacina a serem produzidas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e mais 40 milhões do consórcio internacional Covax Facility.>
O Ministério da Saúde também informou que assinou um termo de intenção de compra de 70 milhões de doses da Pfizer.>
"Se esse registro chegar para nós em janeiro, nós já teremos doses da Pfizer e doses da AstraZeneca entregues. Se o Butantan já estiver com seus registros, já teremos Butantan também. Os quantitativos dependem da previsão da entrega.">
O ministro também disse que espera a conclusão dos testes clínicos das vacinas no Brasil para o fim de dezembro, em especial da AstraZeneca e da Pfizer -- a primeira já foi adquirida pelo governo federal e a segunda está em processo de negociação de contrato.>
Pazuello disse que estão previstas para chegar em janeiro 15 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e outras 500 mil da imunização da Pfizer. O ministro disse que não tem informações sobre a Coronavac, vacina do Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.>
"Se observamos isso, é bem provável que janeiro e fevereiro a gente já esteja vacinando a população brasileira", completou.>
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