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Publicado em 17 de agosto de 2023 às 18:48
Caso os países não atinjam os objetivos firmados de diminuir emissões de poluentes e não evitem o aumento da temperatura global em 1,5ºC nos próximos anos, a produção de alimentos deve ser drasticamente afetada. Em consonância com a agenda ambiental mundial, o Brasil tem tomado iniciativas na economia verde, mas acaba sendo ofuscado pela imagem que passa ao exterior de país desmatador. >
Essa é a avaliação do chefe da assessoria de relações internacionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Marcelo Augusto Morandi, durante a palestra "Agronegócio sustentável: combinando produtividade e práticas ESG", realizada na tarde desta quinta-feira (17), no TecnoAgro 2023, maior evento de capacitação, com foco em tecnologia e inovação do agronegócio do Espírito Santo, que segue até esta sexta (18) em Linhares, Norte do Estado.>
“Quanto mais a gente aumentar a temperatura, maior vai ser o impacto negativo na agricultura”, sentenciou. “Precisamos nos adaptar às mudanças climáticas e criar mecanismos que façam culturas mais fortes para resistir”, avaliou.>
Ao citar os possíveis prejuízos do aumento na temperatura para a agricultura, Marcelo Augusto Morandi não desconsidera o papel que o próprio agronegócio tem no meio ambiente. >
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“A agricultura é uma forte fonte de emissão ao mesmo tempo que é uma vítima, porque é extremamente vulnerável às mudanças climáticas. O risco climático é o risco de investimento. Não é só uma questão ideológica ou de pensamento, é onde eu aposto e aloco recursos em meio a essas mudanças”, continuou. >
Marcelo Augusto Morandi
Chefe de relações internacionais da EmbrapaO chefe da assessoria da Embrapa avaliou que muitos elementos da nova economia já foram incorporados pelo setor produtivo brasileiro. Ele cita como exemplo o Código Florestal, que é a expansão planejada e inteligente da agricultura, além de inovações no uso de carbono e remuneração por serviços prestados ao meio ambiente.>
“O Código Florestal é um patrimônio que temos e precisamos saber utilizá-lo. Ele não garante que tenhamos a agricultura mais sustentável por si só. Temos essas oportunidades, mas o desmatamento é a nossa grande mazela”, refletiu.>
“Não adianta chegar em qualquer parte do mundo e falar que temos o Código Florestal, que produzimos soja com baixas emissões. Mas e o desmatamento? O agro paga essa conta por ação ou por omissão”.>
Marcelo Augusto Morandi finalizou a palestra afirmando que o Brasil tem uma grande oportunidade na economia verde, mas precisa resolver o “problema de casa”, que é o desmatamento. “Temos que construir uma agenda Brasil de longo prazo”, frisou ao destacar a frase “Sustentabilidade é uma jornada, não um episódio”, da professora Tensie Whelan.>
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