Publicado em 5 de novembro de 2020 às 16:09
Com uma forte pegada sobrenatural, a série "Desalma" (Globoplay) tem deixado o público de cabelo em pé com os mistérios que acontecem na fictícia cidade de Brígida. Mas, segundo o diretor Carlos Manga Jr., a ideia não é mostrar nada que vá assustar a audiência. >
"Uma coisa que nós escolhemos e que eu acredito muito é a direção sugerida", conta em vídeo exclusivo para a reportagem. "É aquela direção que não mostra, que sugere, que você percebe o antes e percebe o pós, mas você não vê o durante.">
Para ele, os efeitos são usados justamente para que nada desnecessário apareça na tela. "Não tem ninguém que atravessa a parede, não tem ninguém que voa", exemplifica. "É muito mais em cima da atmosfera.">
"Mesmo que nada aconteça --ou aparentemente nada aconteça--, você sente um desconforto naquela atmosfera. Os elementos sobrenaturais existem porque eles fazem parte dessa atmosfera mística, dessa atmosfera carregada de metafísica.">
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O diretor também afirma que uma palavra atravessa toda a série: perda. "Se eu for filosofar sobre a série, diria que [é sobre] a nossa relação com a dificuldade de aceitar as perdas", avalia. "Através de uma perda, essa mulher traz de volta como se ela invocasse os seus rituais e, a partir daí, uma série de coisas estranhas começam acontecer.">
A mulher a que ele se refere é Haia, personagem defendida por Cassia Kis. "É literalmente a bruxa, só que ela não é a bruxa típica que nós imaginamos", resume. "[É] uma mulher que sofreu porque perdeu o marido e a filha --a filha por assassinato--, então ela não aceita o que é irremediável e usa o sobrenatural para remediar.">
Sobre Giovana, personagem de Maria Ribeiro, ele conta que é uma mulher cosmopolita que acaba inserida naquele contexto. "Ela perdeu o marido, e o marido é dessa cidade", conta. "Ele é filho de ucranianos de Brígida. Então vem para Brígida com as filhas a tiracolo para ocupar uma casa que era da família do marido e ela se envolve nesta neblina que faz parte da atmosfera de Brígida.">
Por fim, Ignez, papel de Claudia Abreu, também lida com esse sentimento. "Além de ser uma mulher que teve um passado muito problemático, porque perdeu o irmão e ela não aceita", avalia. "Isso afetou ela vida inteira.">
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