Até o fim do ano, a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) fará cinco apresentações dentro de escolas da rede pública localizadas em áreas consideradas de alta vulnerabilidade social. Os concertos, que mesclam músicas clássicas e adaptações de temas de filmes e até de jogos, fazem parte do projeto "Orquestra nas Escolas", sendo o braço artístico do Programa Estado Presente, do governo do Estado, que é considerado dos melhores do mundo no combate à violência e criminalidade.
Apesar de acontecerem em escolas da rede pública do Estado, as apresentações são gratuitas e abertas ao público. Elas buscam inserir a música clássica no contexto em que vivem os adolescentes, o repertório não foi só feito à base de clássicos.
"Para prender a atenção dos alunos, nós tocamos dois estudos clássicos, canções de filmes, de videogames e também estamos trabalhando em conjunto com o congo capixaba, em algumas apresentações, além do rock com canções do Guns n Roses e Raul Seixas", destaca o maestro Helder Trefzger, titular da Oses.
Segundo ele, as apresentações acontecem de acordo com um mapa que o próprio Executivo faz e que mostra as áreas em que atividades extracurriculares - como a música - precisam mais ser trabalhadas. "Neste ano, já fizemos uma primeira apresentação em Cariacica e faremos mais cinco, ainda neste semestre, em Vitória, Serra e Vila Velha", fala.
Os encontros, além de música - é claro! -, têm também um momento de debate e bate-papo com o maestro e os cerca de 70 músicos que compõem a orquestra com os alunos. A ideia é aproximar ainda mais os jovens da arte e fazê-los ver que "é possível para todo mundo" - nas palavras do próprio Helder - aprender a tocar um instrumento e até mesmo entrar para a orquestra no futuro.
"A intenção é que realmente faça alguma diferença na vida de quem nos assiste. Às vezes, o jovem está assistindo e pensa: 'Quem sabe eu não posso fazer isso também?'. E é mais ou menos nesse ponto que queremos chegar", resume.
Ainda que a orquestra já se esforçe para atrair os olhares dos jovens, isso deve se intensificar a partir das próximas edições. A partir de agora, como parte do Estado Presente, a promoção dos concertos deve ser contínua, contando com seis apresentações por semestre aproximadamente. Mas tudo isso porque, além do congo e do rock nacional e internacional, a ideia do maestro é agregar outros gêneros musicais ao repertório que é apresentado dentro das escolas.
"Estamos fazendo alguns arranjos com samba e funk, usando as batidas de forma alternada, e aplicando em músicas tradicionais. Uma das grandes surpresas do projeto foi na primeira edição a gente levar o Mano Feijó, do rap, para se apresentar com a gente. E foi um sucesso. Os jovens adoraram e o artista é uma figura queridíssima. O rap que tocamos em conjunto foi 'Apartando Brigas', que dialoga muito com a proposta do pró-educação e anti-criminalidade", opina Helder.
Na web, um vídeo postado no perfil da Oses no Instagram mostra parte dessa apresentação à que se refere o maestro. O post já foi visto mais de 1,4 mil vezes e possui dezenas de comentários.
CONFIRA A LISTA DAS APRESENTAÇÕES DO ORQUESTRA NAS ESCOLAS
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