Publicado em 22 de setembro de 2020 às 06:00
Com a retomada dos espaços culturais em meio a pandemia do novo coronavírus, a Galeria Léo Bahia Arte Contemporânea, no Centro de Vitória, abre suas portas com uma mostra atual. Em meio a notícias de incêndios que destroem as nossas matas, "Minha Terra Tem Palmeiras Onde Canta o Sabiá" busca resgatar a rica diversidade natural brasileira e levar os visitantes a refletirem sobre a preservação.>
De 22 de setembro a 19 de dezembro deste ano, quem visitar o espaço de arte vai reparar em protesto artístico contra as queimadas e desmatamentos que veem tomando espaço nas manchetes da mídia no Brasil. A mostra coletiva é composta por sete pinturas de quatro artistas de diferentes regiões do país: Alencar Lock, João di Souza, Júlio Vieira e Reginaldo Pereira.>
O título da exposição é uma apropriação de um dos versos da Canção do Exílio, do poeta romântico maranhense, Gonçalves Diaz (1823 1864) que ressalta o amor ao Brasil. Assim, as obras retratam a paisagem a partir do que os artistas trazem de suas memórias, seja nas pinturas urbanas do grafiteiro Júlio Vieira ou na pintura hiper realista das florestas de Reginaldo Pereira. >
Léo Bahia, curador da exposição, destaca que a ideia inicial era brindar a estação primaveril, mas que as recentes denúncias que expõem a situação da fauna e flora brasileira fizeram a tônica da vernissage mudar. "Temos trabalhado na exposição há algum tempo. Com a seriedade com que estão acontecendo as queimadas e devastação das florestas, fica impossível não dar um cunho mais político ao evento", fala.>
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Léo Bahia
Marchand
Segundo Léo, a intenção é provocar consciência em quem ver os quadros. "Os artistas trabalham com a questão da memória no sentido de que retratam lembranças que eles têm de ambientes ricos em fauna e flora", afirma. >
Léo detalha que um dos artistas, por exemplo, morou por muito tempo em uma zona de mata - imagem que serve de pano de fundo para as obras que ele vai expor sobre o tema. "Ele (o artista) pinta essas lembranças da infância. De lugares e riquezas que não existem mais", lamenta, detalhando: "Também há telas que comemoram a grande diversidade que é abrigada pelo País em termos da biodiversidade". >
"Minha Terra Tem Palmeiras Onde Canta o Sabiá", nome da exposição, ficará em cartaz por mais tempo que o habitual, também, para dar espaço para os visitantes poderem ir ao local com segurança. Léo esclarece que álcool em gel será disponibilizado e que a quantidade de visitantes no espaço será monitorada para não haver aglomeração no espaço. A entrada só será permitida mediante uso de máscara.>
"Vamos buscar orientar quanto à visitação para evitar aglomeração e também pediremos aos visitantes cooperação. Esse momento de pandemia tem dificultado toda a cadeia econômica da Cultura e é importante avançarmos com prudência", conclui. >
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