Publicado em 23 de novembro de 2020 às 16:55
O Divirta-se inicia uma série de matérias com os candidatos a prefeito que disputam o segundo turno nas Eleições 2020 da Grande Vitória. Por aqui, o assunto é a Cultura em cada cidade e quem abre a roda de propostas são os concorrentes à Prefeitura de Vitória.>
João Coser (PT) e Lorenzo Pazolini (Republicanos) prometem a volta de grandes eventos e feiras ligadas à cultura, além de apoio a artistas, se forem eleitos em Vitória. Apesar de representarem partidos com bandeiras praticamente opostas, os dois candidatos da Capital do Espírito Santo também defendem que a tônica de seus mandatos vai ser valorizar a diversidade caso vençam nas urnas no próximo dia 29 de novembro. >
Em seu plano de governo, o petista fala em retomar atividades culturais, o que, segundo João, Vitória foi perdendo ao longo dos anos. Em seu discurso à reportagem, Coser mantém o clima saudosista de quando foi prefeito da cidade, entre 1995 e 2003, por dois mandatos consecutivos: "No meu período, consegui fazer coisas que acho que foram bem interessantes. Fizemos o Mucane (Museu Capixaba do Negro), reformamos as paneleiras (galpão em Goiabeiras), havia o Circuito Cultural, que queremos retomar... Chegamos a sediar eventos nacionais com o pianista João Carlos Martins, Roberto Carlos, Zeca Pagodinho".>
A volta do circuito, inclusive, é uma das primeiras ações que o ex-prefeito deve fazer, caso assuma o Executivo novamente. "Nada em 2021 será de curto prazo por conta da crise da pandemia, mas tenho como meta recuperar toda a cultura ao longo do mandato. Alguns projetos que vão ser mais rápidos, como o Circuito Cultural. O evento, que reúne diversos setores artísticos, chega a ser quase uma qualificação profissional cultural. Isso quero fazer logo nos primeiros meses de mandato", adianta, defendendo que o retorno de grandes eventos à Capital vai incentivar também o turismo na cidade.>
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A promessa de eventos está bastante em concordância com o que o adversário pensa sobre o futuro do município. Pazolini afirma que acredita no potencial de Vitória para atrair investidores e turistas, que podem ser incentivados a conhecer a cidade com grandes festivais e feiras. Além disso, as atrações serviriam para movimentar a sociedade e mercado capixabas. >
Como anuncia pelo horário eleitoral na TV, o atual deputado estadual quer fazer do Teatro Carmélia e de outros locais próximos o que chama de Complexo VIX, dedicado às práticas culturais e esportivas. De pronto, o que Pazolini quer fazer é resgatar ações que fomentem e incentivem esses eventos para até o primeiro ano de mandato. Além das atividades culturais, ele quer integrar a ação artística a esportes para fazer a economia desses dois nichos girarem juntas. >
Com popularidade maior tendendo para a direita, com postura mais conservadora, o candidato do Republicanos também tranquiliza sobre eventos que Vitória já sedia, como o Viradão Cultural. Perguntado especificamente sobre este acontecimento, Pazolini pondera que manterá o evento, sim. "Serei o prefeito de todos. Uma cidade é formada pela diversidade e todos devem ser igualmente respeitados", diz. >
Na sequência, ele fala sobre a promoção de eventos por todos os bairros, um ponto parecido com o Circuito Cultural de Coser: "Entendemos que a cultura é uma importante fonte de renda e promove o pleno desenvolvimento humano. Queremos promover eventos culturais por todos os bairros e também nas escolas, priorizando apresentações de artistas locais. Nosso plano também prevê a construção de um centro cultural com a recuperação e a restauração do Teatro do Carmélia, que fará parte do Complexo VIX". >
Coser, apesar de não citar a criação de novos espaços, pretende promover a melhoria de áreas de lazer já existentes e adequações em locais públicos que possam funcionar como espaços culturais para esse tipo de atividade. Sem especificar se o Viradão, por exemplo, serviria de espelho, ele bate de novo na tecla do Circuito Cultural, reforçando que o projeto abarca tanto os produtores menores quanto o consumidor da cultura de forma que faz desenvolver todas as frentes das artes. >
Ambos os candidatos também repetem quase de forma genérica que vão buscar fomentar atividades artísticas em espaços culturais; que pretendem ocupar locais e edifícios públicos sem uso de Vitória para atividades (sem especificar quais); e que estarão sempre abertos ao diálogo com a classe que se dedica ao entretenimento. >
Mas, voltando a falar de imbróglio, um dos maiores problemas que o candidato que ganhar terá logo de cara no ano que vem é a crise que a pandemia vai deixar de legado. Para a classe artística, inclusive, esse deficit já vem trazendo prejuízos desde abril de forma imediata, já que as atividades foram totalmente paralisadas por dependerem de público e, logo, aglomeração. >
Nesse sentido, Coser promete: "Estamos pensando em uma forma de auxílio não só para artistas, mas para outras classes que também estão em uma situação muito complicada. Mesmo que a vacina chegue em março, por exemplo, a gente acha que a recuperação não vai ser rápida em nenhum cenário. Então a cidade precisa dar esse suporte ao artista, empresário pequeno... Mas isso deve ser formulado em janeiro". >
Pazolini também diz que planeja algo para suprir essa lacuna financeira. Para isso, diz que pretende conversar com representantes da classe para alinhar projetos, metas e ações. "É importante lembrar que ainda estamos vivendo uma pandemia e isso ainda vai afetar muitas ações que se encontram com limitações em razão do problema da Covid", pontua.>
No primeiro turno, Pazolini ficou com saldo de votos consideravelmente maior em comparação à quantidade que recebeu Coser. O deputado federal conquistou 53.014 votos, o equivalente a 30,95% dos votos válidos; e o ex-prefeito teve 37.373 votos, o que corresponde a 21,82% dos votos válidos. >
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