IDH: resultado do Brasil no ranking mundial mostra o que mais nos falta

O Brasil pode sim chegar mais perto dos campeões de IDH — Islândia (0,972), Noruega (0,970) e Suíça (0,970) ficaram no pódio este ano — se fizer uma aposta

Publicado em 07/05/2025 às 01h00
Os estilos arquitetônicos revelam a desigualdade social em Vitória
Os estilos arquitetônicos revelam a desigualdade social em Vitória. Crédito: Vitor Jubini

A notícia é boa: o avanço do Brasil em cinco posições no ranking de desenvolvimento humano da ONU, passando do 89º para o 84º lugar entre 2022 e 2023, sinaliza dias melhores para o país, principalmente porque o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede aquilo que é, ou deveria ser, mais caro a qualquer sociedade: o bem-estar e a qualidade de vida da população.

E para conseguir essa resposta são analisados os indicadores de saúde, escolaridade e renda. A variação do IDH é de zero a 1; quanto maior, mais desenvolvido é o país. O Brasil conseguiu atingir o índice de 0,786 em 2023, acima do 0,760 do ano anterior. 

E, apesar de estar no patamar dos 49 países considerados de desenvolvimento alto (com pontuação entre 0,700 a 0,799), é nesse sentido que a notícia boa começa a ser relativizada: ainda assim, o país está atrás de países vizinhos como Chile (45º), Argentina (47º), Uruguai (48º) Peru (79º) e Colômbia (83º). Também perde para o México (81º), mas está acima da média da América Latina e Caribe (0,783). E está empatado com Palau (84) e perde para Granada (80º) e Azerbaijão (81º).

Um avanço mais consistente foi impedido pela estagnação nos indicadores educacionais, relacionados principalmente à escolaridade, enquanto houve crescimento considerável na expectativa de vida e no PIB per capita considerando a paridade no poder de compra. Ou seja, mais uma vez são as carências na educação que colocam um freio no desenvolvimento pleno do país.

Afinal, as precariedades no ensino não se solucionam de um ano para o outro, pois o sucesso depende de políticas públicas que levam tempo até dar resultados. Vale lembrar que há cinco anos uma pandemia provocou prejuízos abissais, que ainda são sentidos, como a evasão escolar. Mas o Brasil parece demorar a preparar uma reação mais organizada para enfrentar as carências da sala de aula, de onde deveriam sair brasileiros mais preparados para contribuir na geração de riquezas para o país.

É esse ciclo que começa com uma boa educação que consolida o desenvolvimento humano, com as  bases de uma sociedade mais justa e com mais oportunidades. O Brasil pode sim chegar mais perto dos campeões de IDH —  Islândia (0,972), Noruega (0,970) e Suíça (0,970) ficaram no pódio este ano — se apostar na sala de aula.

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