Enquanto coronavírus preocupa, chikungunya já é um problema em Vitória

A doença transmitida pelo Aedes aegypti pode não ser tão assustadora quanto a causada pelo coronavírus, mas é também uma questão importante de saúde pública. Só que, literalmente, aqui no nosso quintal

Publicado em 03/02/2020 às 04h00
Atualizado em 03/02/2020 às 04h01
Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, febre chikungunya e Zika . Crédito: Agência Brasil
Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, febre chikungunya e Zika . Crédito: Agência Brasil

Enquanto o novo coronavírus mobiliza as autoridades de saúde de todo o planeta, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tendo declarado que os milhares de casos registrados na China e em mais de 20 países são uma emergência de saúde pública de interesse internacional, a cidade de Vitória está tendo que encarar também um desafio particular com o aumento inesperado de notificações de chikungunya neste verão. Na comparação com o período compreendido entre 1º e 23 de janeiro de 2019, o número de notificações foi 49 vezes maior neste ano.

O vírus da febre chikungunya, apesar de transmitido por um velho conhecido dos brasileiros, o Aedes aegypti, só começou a circular no Brasil nos últimos seis anos. A doenças tem sintomas parecidos com os da dengue – também com ocorrência elevada na Capital neste verão, com 874 casos suspeitos registrados em 16 dias de janeiro -, mas com um agravante: uma dor articular crônica que pode durar meses.

Os bairros campeões de registros de chikungunya fazem parte da Grande São Pedro: Nova Palestina, com 239 notificações, e São Pedro III, com 61 registros. Já São Pedro I e II acumulam, juntos, 61 casos. Há relatos de famílias inteiras com a doença.

Assim como no caso da dengue, a prevenção mais eficaz é impedir o ciclo de reprodução do mosquito Aedes aegypti. Como o verão tem sido chuvoso, o acúmulo de água parada se torna ainda mais comum.

Assim como a Secretaria de Saúde do ES já anunciou um plano de ação com protocolos de atendimento no eventual surgimento de casos suspeitos de coronavírus no Estado, o poder público tem também responsabilidades no combate ao mosquito. É preciso fiscalizar e penalizar proprietários de terrenos e imóveis que não se comprometem com sua limpeza. E tão importante quanto a mobilização governamental contra o Aedes é o engajamento da própria população. A chikungunya pode não ser tão assustadora quanto o coronavírus, mas é também uma questão importante de saúde pública. Só que, literalmente, aqui no nosso quintal.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.