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“Fora de Wuhan a vida é normal”, diz capixaba na China sobre coronavírus

“Fora de Wuhan a vida é normal”, diz capixaba na China sobre coronavírus

"Aqui em Xangai tudo está normal, só tomamos algumas precauções, orientadas pelo próprio governo na forma de avisos", explicou Felipe Muniz; o administrador de empresas mora na China desde 2018

Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 18:41

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Felipe Muniz mora desde 2018 na China. (Instagram)

O capixaba de Vila Velha, Felipe Muniz, de 23 anos, formado em Administração de Empresas, decidiu embarcar para a China em 2018, para cursar mandarim na Universidade de Xangai. O que ele não imaginava é que viria a enfrentar a epidemia de coronavírus no país, uma infecção viral respiratória que vem se expandindo globalmente. “Apesar da situação em Wuhan - cidade onde teve origem a doença -, a vida nas outras províncias é normal”, relatou.

Segundo ele, alguns alardes desnecessários têm sido feitos, além da circulação de notícias falsas. “Ouvi dizer que estão espalhando que as pessoas estão deixando cidades inteiras vazias por causa do coronavírus nessa última semana. A verdade é que estamos no feriado do ano novo chinês, em que tudo é fechado e as pessoas viajam para as casas das famílias. Aqui em Xangai tudo está normal, só tomamos algumas precauções, orientadas pelo próprio governo na forma de avisos. Mas na cidade em que eu moro há 101 casos, apenas uma morte e cinco pessoas já curadas”, explicou.

INFORMAÇÃO

Para o estudante, o modelo de comunicação chinês apresenta vantagens como a de informar todas as pessoas ao mesmo tempo, e, assim, manter a população alerta instantaneamente. “Aqui tudo está interligado através de uma internet própria. Há um método de informar muito prático. É verdade que eles querem ter um controle da população, mas, por outro lado, se eu ligo a televisão, que já está conectada à internet, já recebo uma série de informativos. Abro um aplicativo chinês, a primeira coisa que é lançada é se já lavei as mãos, se já me higienizei, se estou usando máscaras. É eficiente”, contou.

“Sobre os números de casos que vêm sendo repassados, não temos como dizer se são reais ou não, mas são eles que o governo passa para nós. Mas o que sei é que tem sido feita uma pressão grande em relação à China para que sejam passados os números corretos, já que o governo tende a omitir as coisas, como em tempos passados já fizeram. Mas a China tem mostrado números reais sim”.

O capixaba também diz que o que se sabe é que em Xangai o número de contaminados pelo coronavírus é baixo. “Conheço duas pessoas infectadas, uma ainda está passando pela triagem. Eles fazem isolamento dessas pessoas, uma incubação. Mas essas pessoas infectadas têm geralmente mais de 75 anos e, segundo nos passaram, 203 das 205 que morreram já tinham problemas respiratórios ou já estavam debilitadas, não havendo caso de morte de jovens. O número de curados está começando a ser maior do que o de morte, a perspectiva é melhorar”.

COMUNIDADE BRASILEIRA

No caso da comunidade brasileira em Xangai, que, de acordo com Felipe, também se organiza por grupos nas redes sociais, ficou decidido evitar sair de casa até que o número de casos da infecção diminua. “Estamos fazendo isso para prevenir, mas não é o governo que está nos obrigando. Podemos fazer o que quisermos, sem problema nenhum. Inclusive é preciso conscientizar as pessoas no compartilhamento de informações que não são verdadeiras, que não têm fonte verificada. Isso tem trazido muitos problemas, já que nossos familiares no Brasil têm se preocupado com base em informações mentirosas”, alertou.

Para quem desejar entrar em contato com Felipe Muniz, o capixaba disponibiliza o Instagram para tirar dúvidas: @steve_oficial!

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