Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 17:47
O verão chegou e com ele uma preocupação: a incidência das doenças típicas da estação. Dengue, vírus da zika, chikungunya e até a febre do mayaro em circulação no Rio de Janeiro trarão mais preocupação nos primeiros meses de 2020, segundo especialistas. >
Nova no Brasil, a febre do mayaro é transmitida por mosquitos silvestres, que vivem em matas e nas copas das árvores, como o haemagogus o mesmo da febre amarela silvestre. Os sintomas são semelhantes aos da chikungunya (febre, dores de cabeça e muscular, além de manchas avermelhadas na pele).>
"O verão traz o maior risco devido às chuvas associadas ao comportamento das pessoas, que estão relaxadas e não se preocupam em eliminar os criadouros do Aedes Aegypti", afirma Melissa Palmieri, especialista em vigilância em saúde e coordenadora-médica do Grupo Pardini.>
De 1º de janeiro a 9 de dezembro de 2019, foram registrados na cidade de São Paulo 16.676 casos de dengue e outras três mortes em decorrência da doença, além de um caso de chikungunya, segundo dados da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde.>
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Foi o segundo maior número de casos da doença em São Paulo. Só perde para 2015, quando houve mais de 100 mil notificações.>
No mesmo período do ano anterior, foram 586 casos de dengue, 34 de chikungunya e 14 de febre amarela com seis mortes pela doença. Em 2017, foram registrados 866 confirmações de dengue, três de zika e 33 de chikungunya.>
Além da expectativa para o aumento de notificações destas doenças, para 2020 há uma preocupação maior. Nos últimos cinco anos, circulou nos grandes centros o sorotipo 1 da dengue. O 2 está sendo monitorado na cidade de São Paulo desde o verão passado.>
"Você tem um contingente de vulneráveis, porque acredita-se que nos grandes centros urbanos 80% das pessoas já tiveram exposição ao vírus 1 e ficaram suscetíveis a outros tipos. Então, temos a somatória nada favorável: o verão, a entrada do novo sorotipo e o comportamento das pessoas", explica Palmieri.>
"Essas situações adversas vão colaborar para que o cenário epidemiológico não seja positivo e nem controlado", afirma.>
Para Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luiz, em São Paulo, a dengue está mais recorrente e há uma chance de ela ser mais grave (forma hemorrágica) por causa do novo sorotipo.>
Palmieri reforça a importância de se eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti semanalmente. "Não adianta cobrar do governo se enquanto cidadão você não faz a sua parte. A população não aderiu a ideia de que tem obrigação de cuidar da própria casa.">
A médica dá outras dicas. "Geralmente, a picada do Aedes acontece às 8h e por volta das 16h. É um mosquito que gosta de cor escura e odor forte, como o chulé. Use repelente nestes horários e cores claras.>
OUTRAS DOENÇAS>
Além das arboviroses, grupo que agrega dengue e chikungunya, outras doenças têm circulação maior no verão, como as diarreias, os quadros virais, dermatites, conjuntivites, bicho geográfico e as lesões de pele (micoses de unha e até erisipela, que é muito comum nesta época).>
As doenças diarreicas ocorrem quando há a ingestão de alimentos e água contaminados. Têm como principais causas os enterovírus, principalmente rotavírus e norovírus, e as bactérias, como a escherichia coli patogênica e a salmonella, entre outras.>
É possível evitá-las adotando medidas simples de higiene. Lavar as mãos antes de preparar ou consumir alimentos, guardá-los em recipientes fechados, higienizar alimentos crus, consumir os alimentos cozidos imediatamente após o preparo e em temperatura quente; beber água potável, guardar as sobras em geladeiras e sempre reaquecê-las antes de consumir são algumas atitudes preventivas.>
O bicho geográfico é contraído na praia. Os médicos recomendam evitar ficar descalço na areia, principalmente perto do calçadão onde a incidência de fezes e urina de animais domésticos é maior. Em condomínios, o ideal é cobrir os brinquedos do playground para impedir que cães e gatos sujem o local.>
No verão, aumenta a circulação do vírus da conjuntivite. Coçar os olhos sem lavar as mãos, frequentar piscinas e aglomerações e compartilhar objetos de uso comum aumentam as chances de contágio da doença.>
Muarrek recomenda redobrar os cuidados com a higiene, principalmente se viajar a locais com muita chuva. "Hidrate-se, lave bem as mãos e evite água de bica. Beber água que não é potável aumenta o risco de hepatite A. As águas de enchente podem transmitir leptospirose se o local for infestado por roedores. Quem gosta de acampar deve tomar cuidado com carrapatos. O contato causa a febre maculosa", alerta Muarrek.>
Outra dica é usar repelentes com icaridina (princípio ativo derivado da pimenta), se vestir com calça e blusa comprida. E mais: evite roupas escuras que atraem o mosquito.>
DOENÇAS DO VERÃO>
ARBOVIROSES>
Dengue, zika, chikungunya, febre amarela e febre do mayaro>
Transmissão picada do Aedes aegypti>
Como ocorre mosquisto é atraído por odores fortes e cores escuras; costuma picar as pessoas por volta das 8h e 16h>
Prevenção elimine criadouros retire a água acumulada em pratos de plantas, pneus, telhas e etc>
Febre do mayaro>
Transmissão Haemagogus, o mesmo da febre amarela silvestre>
Doenças diarreicas>
O que são ocorrem quando há a ingestão de alimentos e água contaminados>
Transmissão enterovírus e bactérias>
Prevenção>
1) Lave as mãos antes de preparar ou consumir alimentos>
2) guarde os alimentos em recipientes fechados>
3) higienize alimentos crus>
4) consuma alimentos cozidos imediatamente após o preparo e em temperatura quente>
5) beba água potável>
6) guarde as sobras em geladeiras e sempre reaqueça antes de consumir>
Bicho geográfico (verme) >
Prevenção não ande descalço na areia da praia; em condomínios, cubra os brinquedos do playground para impedir que cães e gatos depositem fezes e urina no local>
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